Crianças e idoso estão entre
as principais vítimas da doença, responsável por cerca de 350 mil internações
ao ano, no Brasil.
Recentemente divulgado na
imprensa, acesso a medicamentos para asma fornecidos pelo SUS aumentou 94%.
Segundo o Ministério da Saúde, em dois meses, mais de 141 mil pessoas retiraram
brometo de ipratrópio, diproprionato de beclometasona e/ou sulfato de salbutamol
em todo o país.
Para o dr. Elcio Vianna,
diretor científico da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e
professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), este sistema
de distribuição de medicamentos é muito importante e deve ser incentivado.
“Programas como este
certamente evitam uma série de internações, atendimentos em pronto-socorro e
inclusive reduzindo o número de mortes por asma, que ainda é muito alto no
país”.
Os números comparam o volume
de pacientes atendidos antes da inclusão de três novos medicamentos no Saúde
Não tem Preço, ação integrante do Programa Farmácia Popular.
No entanto, segundo o médico
pneumologista, se considerarmos o tamanho da população brasileira e as
estimativas de que cerca de 10% dos brasileiros tenham asma, estes números
ainda são muito pequenos.
“Considerando uma população de
cerca de 190 milhões, como a nossa, podemos considerar um universo de 19
milhões de asmáticos. Claro que nem todos estes necessitam de medicamentos para
regular a doença, mas 20% ou 30% deles certamente necessitam”.
Dr. Elcio estima que entre
esta população de asmáticos, pelo menos 1,8 milhão de pacientes devem precisar
de medicamentos para controlar a sua doença.
“Assim, estes 141 mil
atendidos hoje são uma parcela muito pequena se comparada a todos aqueles que
sofrem da doença; não chega a 5% deles”.
De norte a sul -Outro ponto
importante que o dr. Elcio destaca é a má distribuição da oferta de
medicamentos no país. Segundo o governo, Minas Gerais é o estado com o maior
número de pessoas atendidas (37 mil), seguido do Rio Grande do Sul (35 mil).
“Como é possível que estados
como Minas Gerais e Rio Grande do Sul sejam os campeões na distribuição dos
medicamentos, se não são os que abrigam os maiores números de asmáticos?”
Ou seja, além de garantir os
medicamentos a uma população muito maior, é preciso distribuí-los adequadamente
entre os estados e municípios, conforme a necessidade de cada região.
Por fim, é preciso divulgar
estes benefícios àqueles que necessitam e, principalmente, garantir o acesso
desta população a consultas periódicas com profissionais qualificados para o
diagnóstico e tratamento da asma.
“Em grande parte do país ainda
carecemos de profissionais qualificados para este fim. O tratamento da asma mudou
muito nas últimas décadas, os medicamentos evoluíram, passamos a utilizar
diferentes fórmulas e meios de administração. Muitas destas novidades não foram
passadas aos profissionais em atividade durante a faculdade. E muitos destes
profissionais não tiveram acesso a essa atualização”.
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