Farmacêuticas nacionais,
com fusões e investimento nos genéricos, enfrentaram a concorrência global e
conquistaram importantes fatias do mercado brasileiro.
Não se perca nos nomes e nas datas. A Glaxo, depois de comprar a Wellcome, adquiriu a SmithKline Beecham. Em 2004, a Sanofi-Synthélabo incorporou a Aventis. Entre 2008 e 2009, no auge da crise global, a Pfizer comprou a Wyeth. A Merck Sharp & Dohme adquiriu a Schering-Plough. As fusões e aquisições que movimentaram o setor farmacêutico mundial foram os componentes que transformaram fabricantes regionais em gigantes multinacionais do setor de remédios. No Brasil não foi diferente. Uma grande onda de fusões também provou que o potencial do setor é gigantesco no País. Em outubro de 2005, a Aché comprou a Biosintética por R$ 600 milhões. Em junho de 2008, a Hypermarcas adquiriu a Farmasa por R$ 675,2 milhões.
Um setor saudável: a produção brasileira de medicamentos ganhou impulso com a criação dos genéricos, em 1990, que movimentaram R$ 5,1 bilhões no primeiro semestre e responderam por 26,6% do mercado.
Por Nelson CILO
A rotina se repete, década
após década. Basta olhar para trás que é possível enxergar que, de tempos em
tempos, a indústria farmacêutica mundial passa por um intenso ciclo de
consolidação. Relembrando: nos anos de 1980, a SmithKline Beckman se uniu à
Beecham. A Bristol-Myers se fundiu com a concorrente Squibb. Logo na sequência,
a American Home Products se juntou à American Cyanamid. Em 1995, os
laboratórios Wellcome foram comprados pela Glaxo, e a Pharmacia se uniu à
Upjohn. No ano seguinte, foi a vez da fusão entre a Ciba-Geigy e a Sandoz, que
daria origem à Novartis, terceira maior farmacêutica do mundo. Em seguida, foi
a vez de a suíça Roche comprar a alemã Boehringer Mannheim.
Não se perca nos nomes e nas datas. A Glaxo, depois de comprar a Wellcome, adquiriu a SmithKline Beecham. Em 2004, a Sanofi-Synthélabo incorporou a Aventis. Entre 2008 e 2009, no auge da crise global, a Pfizer comprou a Wyeth. A Merck Sharp & Dohme adquiriu a Schering-Plough. As fusões e aquisições que movimentaram o setor farmacêutico mundial foram os componentes que transformaram fabricantes regionais em gigantes multinacionais do setor de remédios. No Brasil não foi diferente. Uma grande onda de fusões também provou que o potencial do setor é gigantesco no País. Em outubro de 2005, a Aché comprou a Biosintética por R$ 600 milhões. Em junho de 2008, a Hypermarcas adquiriu a Farmasa por R$ 675,2 milhões.
Um setor saudável: a produção brasileira de medicamentos ganhou impulso com a criação dos genéricos, em 1990, que movimentaram R$ 5,1 bilhões no primeiro semestre e responderam por 26,6% do mercado.
Em dezembro de 2009, a mesma
Hypermarcas desembolsou R$ 1,3 bilhão para ficar com o passe da Neo Química e,
um ano depois, comprou a Mantecorp, por R$ 2,5 bilhões, na maior operação da
história do setor. “As transações estão acontecendo em ritmo acelerado e vêm
aumentando relativamente a cada ano”, afirma Luís Motta, sócio da consultoria KPMG no Brasil. O que justifica essa intensa movimentação? Em primeiro
lugar, um mercado de R$ 43 bilhões e que tem um enorme potencial de
crescimento, graças ao acesso dos consumidores das classes C e D aos
medicamentos, possibilitado pelo aumento de renda. Um segundo motivo para
esse interesse responde pelo nome de genéricos.
De todos os medicamentos
vendidos no País, em junho deste ano, 26,6% eram genéricos, segundo a
consultoria IMS Health. Em São Paulo, a fatia dos genéricos chega a 55,1% do total.
E esse mercado não para de crescer. No primeiro semestre deste ano, as vendas
desses medicamentos cresceram 21,7% em volume, somando 321 milhões de unidades.
Em cifras, atingiram R$ 5,1 bilhões nos seis primeiros meses do ano, contra R$
3,8 bilhões no mesmo período do ano passado, um salto de 33,1%. Resultado:
graças à união de forças e ao advento do genérico, a partir de 1999, a
indústria farmacêutica brasileira também cresceu como nunca, afastando o
fantasma do desaparecimento diante da concorrência dos laboratórios
internacionais.
Fórmula nacional: a edição 698 trouxe a história de Carlos Sanchez, da EMS.
“Trata-se de uma mudança na
composição de forças, em um setor extremamente pulverizado”, diz Nelson
Mussolini, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos
de São Paulo (Sindusfarma). Hoje, no ranking das dez maiores empresas farmacêuticas
do País, quatro são brasileiras: EMS Pharma, Aché, Eurofarma e Neo Química.
Melhor ainda: das cinco primeiras, três são nacionais. A líder desse pelotão de
elite é a EMS Pharma, do empresário paulista Carlos Sanchez, seguida pela
Medley, controlada pela francesa Sanofi-Aventis, em segundo, e pelo Aché, na
terceira posição. A Sanofi-Aventis está em quarto e no quinto lugar aparece
outra brasileira, a Eurofarma. Bem posicionados individualmente, os principais
laboratórios nacionais resolveram unir forças para seguir competindo com as
multinacionais.
Focadas em inovação, foram
constituídas duas joint-ventures. A primeira, em estágio mais avançado, é a
BioNovis, integrada pela EMS, Aché, Hypermarcas (a holding que controla a Neo
Química), e União Química. Com o aporte de recursos do BNDES, a Bionovis criada
com um capital de R$ 400 milhões vai erguer um laboratório para a produção de
medicamentos biológicos, considerados uma etapa na evolução tecnológica do
setor, hoje baseado em remédios sintéticos. O segundo grupo envolve os
laboratórios Biolab, Cristália, Eurofarma e Libbs, reunidos na empresa Orygem
Biotecnologia. “Queremos fornecer medicamentos para o mercado mundial”, disse à
DINHEIRO José Ricardo Mendes da Silva, presidente do Aché.
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