segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Substância encontrada em planta brasileira pode ajudar no tratamento do HIV


Pesquisadores brasileiros descobrem ativo natural com potencial para atingir HIV que se esconde no organismo. Substância é encontrada em planta brasileira comum no Nordeste do país.
Por Luciana Ramos, para o Bagarai, Com informações de artigo de Lucas Bonanno da Agência de Notícias da Aids

Uma das maiores dificuldades para se chegar à cura da Aids é conseguir matar todas as cópias do HIV no organismo da pessoa infectada. Os potentes medicamentos que compõem o coquetel antirretroviral conseguem atingir a maior parte dos vírus, mas sempre sobram alguns, que se escondem nos reservatórios de latência, conhecidos também como santuários virais, e numa eventual interrupção do tratamento, eles voltam a se replicar.
Um estudo que está sendo realizado pelo laboratório brasileiro Kyolab a partir de uma planta da família das Euphorbiaceae, conhecida popularmente como Aveloz e comum no Nordeste do País, mostrou potencial de “acordar” o HIV neste local de latência, o que daria chance para os medicamentos chegarem até eles e matá-los.
O estudo, ainda em análise em vitro, indicou uma ativação do HIV no seu estado de latência superior a 20%. Luiz Francisco Pianowski, presidente do Kyolab, afirma que estes 20% de ativação representam muito, pois a substância analisada não mostrou nenhum tipo de toxidade.
“Quando medicamentos conseguirem destruir todas as cópias de HIV no corpo, até mesmo aquelas que ficam muito bem escondidas, pode ser a descoberta da cura da aids”, explica o biólogo Diego Pandeló José, um dos pesquisadores.
Diego, que apresentou um pôster sobre esta pesquisa durante a Conferência Internacional de Aids, em Washington.
Nas próximas semanas, os testes passarão a ser realizados em células isoladas dos pacientes e num prazo de, aproximadamente um ano, em macacos.
Este estudo está sendo coordenado pelo pesquisador Renato Santana de Aguiar com apoio do professor Amilcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O laboratório Kyolab, que realizada a pesquisa, é presidido pelo farmacêutico Luiz Francisco Pianowski Filho.

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