Sindicato flagra sugestão de
remédios sem efeito sugerido por médicos.
Farmácia que comete a irregularidade pode ser interditada, diz Conselho.
Farmácia que comete a irregularidade pode ser interditada, diz Conselho.
Farmácias de Fortaleza sugerem remédios genéricos para
substituir medicamentos recomendados por médicos de forma irregular, afirma o
Sindicato de Farmacêuticos do Ceará. Segundo o diretor do sindicato Maurício
Filizola, nem todo medicamento pode ser substituído por um genérico, e o
balconista da farmácia deve oferecer o medicamento indicado na receita.
Segundo o diretor do Sincofarma Maurício Filizola, o
cliente apresenta a receita médica ao balconista de uma farmácia e o
funcionário sugere um outro remédio, que supostamente faz o mesmo efeito do
medicamento recomendado pelo médico. O remédio substituto, no entanto, nem
sempre tem a mesma eficiência, segundo Filizola. Um dos casos flagrados pelo
sindicato é uma receita de anti-inflamatório na dosagem de 150 miligramas. No
lugar dele foi vendido um genérico de 50 miligramas.
“O tratamento dele vai ficar deficiente porque ele vai
receber uma dose bem menor do que aquela que ele necessita para tratar seu
problema de saúde”, explica Miriam Parente, professora da Universidade Federal
do Ceará.
Com um câmera escondida, funcionários do sindicato
flagraram balconista oferecendo remédios substitutos. “Não tenho esse, tenho
outro que faz a mesma função”, diz uma balconista, sem saber que está sendo
filmada.
“Esse aqui é de outro laboratório. Só muda o
laboratório”, diz uma balconista, em outra situação. Veja o que outra
balconista diz quando é questionada sobre a troca do medicamento: “Tem médico
que reclama, mas tem médico que não. Aqui quem decide é o cliente, tem quem
leve porque é mais barato. Quem vai comprar, que vai pagar, é que sabe”, diz.
Em outra situação, um funcionário do sindicato de
farmacêuticos, com uma câmera escondida, apresenta a receita de uma vitamina
que não tem um genérico correspondente. “Esse aí é o mesmo princípio ativo, mas
não é a mesma marca, é concorrente de marca. É a mesma coisa”, diz uma
balconista.
O diretor do sindicato Maurício Filizola explica que o
cliente pode recorrer a uma lista obrigatória nas farmácias. Ela traz o nome do
medicamento de referência e o genérico. Remédios que não estão na lista não têm
genérico correspondente. Mas o melhor a fazer, segundo Filizola, é consultar o
farmacêutico, que deve estar presente nas farmácias.
“Se a farmácia estiver trabalhando de forma irregular o
fiscal da Vigilância Sanitária pode autuar a farmácia, inclusive interditar o
estabelecimento”, explica Luciana Irineu, do Conselho Regional de Farmácia.
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