Genéricos e mercados emergentes são as futuras drivers de crescimento da IF

19/05/2011 - 09:57

O crescimento das vendas globais de medicamentos sujeitos a receita médica poderá cair em cerca de metade nos próximos cinco anos, à medida que as marcas mais lucrativas perderem protecção de patentes dos seus medicamentos mais importantes e as versões genéricas e os mercados emergentes se tornarem nas únicas drivers significativas de crescimento, conclui um estudo da IMS Health, citada pela Reuters.

"Os antigos padrões de despesa oferecem poucas pistas sobre o nível de crescimento esperado até 2015", disse Murray Aitken, director-executivo da divisão da IMS que realizou o presente estudo.

O responsável indicou que "existe uma dinâmica sem precedentes, que está a provocar rápidas alterações nos gastos dos doentes no que toca aos produtos de marca e genéricos".

A média anual das vendas deverá crescer entre 3 e 6% durante este período, alcançando cerca de 1,1 triliões de dólares em 2015. Mas as tendências reflectem um abrandamento no crescimento anual na ordem dos 6,2% tendo em conta os últimos cinco anos, indica o estudo.

As vendas nos EUA apenas aumentarão entre 0 e 3% por ano neste período, enquanto que na Europa deverão variar entre 1 e 4%. A despesa com medicamentos de marca deverá sofrer poucas alterações nestes dois mercados em 2015, devido à procura crescente de medicamentos genéricos.

Uma onda de novos genéricos está prestes a invadir o mercado, devido ao elevado número de fármacos que vão perder a protecção de patente nos próximos anos, incluindo o medicamento para o colesterol Lipitor® (Pfizer), o anticoagulante Plavix® (BMS) e o fármaco para a esquizofrenia Zyprexa®, da Eli Lilly.

O responsável da IMS disse ainda que são muito poucos os medicamentos aprovados para compensar as vendas das empresas que enfrentam a concorrência dos genéricos. "Continuamos desapontados com o número de entidades químicas e biológicas que são introduzidas no mercado", disse.

"A quota dos EUA na despesa global vai diminuir, de 41% em 2005 para 31 em 2015, ao passo que a despesa dos cinco maiores países europeus cairá de 20 para 13%", revela o estudo. No entanto, a despesa nos mercados emergentes deverá duplicar nos próximos cinco anos, entre 285 e 315 milhões de dólares por ano, aproximando-se dos níveis dos EUA.

Cerca de 17 mercados emergentes de crescimento acelerado, liderados pela China, irão contribuir para 28% da despesa total em 2015, acima dos 12% verificados em 2005", segundo o relatório, que assinala que esse crescimento deriva primariamente dos genéricos.

A despesa global dos medicamentos para o cancro deverá alcançar os 75 mil milhões dólares em 2015, aumentando a um ritmo muito mais lento do que o registado nos últimos cinco anos devido ao facto de muitos dos novos e dispendiosos tratamentos de biotecnologia já estarem a ser amplamente utilizados nos mercados desenvolvidos.

Já a despesa anual com os antidiabéticos deverá crescer entre 4 e 7% até a esse ano, tendo em conta a alteração que está a ocorrer ao nível das dietas alimentares e estilos de vida nos países em desenvolvimento e que irão contribuir para o aumento da prevalência da diabetes tipo II.

Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/genericos-e-mercados-emergentes-sao-futuras-drivers-de-cresciment