Investidor mira setor farmacêutico
A indústria farmacêutica no Brasil entrou no radar de empresas e investidores naciona
A indústria farmacêutica no Brasil entrou no radar de empresas e investidores nacionais e internacionais que buscam expandir seus negócios. A recente onda de fusões e aquisições no setor aponta para a consolidação de um mercado cujo faturamento triplicou na última década, impulsionado pela modernização tecnológica, a chegada de novos players e o aumento de renda da população.
Tamanha atratividade valorizou a cotação das boas empresas, elevando o preço de marcas e ativos. Operações de grande porte, ofertas agressivas de compra e o excelente desempenho dos laboratórios farmacêuticos e grandes redes de farmácia têm chamado a atenção dos agentes econômicos e do público para o mercado de medicamentos.
A razão evidente dessa intensa movimentação é o amadurecimento do capitalismo no País, as oportunidades criadas pela globalização comercial e financeira e o potencial de crescimento da economia brasileira, que passa por uma estabilidade nunca experimentada pelo Brasil.
Outros fatores, menos visíveis, também contribuíram para fortalecer a indústria e o varejo farmacêuticos e despertar o notável interesse atual por empreendimentos no segmento. Os avanços na área regulatória estão entre eles. Nos anos de 1980 e 1990, deficiências nas normas industriais e sanitárias e indefinições de ordem política inibiam o desenvolvimento setorial.
No início dos anos 2000, a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o lançamento dos medicamentos genéricos foram marcos da transformação. O trabalho da Anvisa propiciou a melhoria das práticas de teste, produção e comercialização que agregaram mais segurança e qualidade aos medicamentos, criando um pilar essencial para o desenvolvimento do setor farmacêutico.
A introdução dos genéricos abriu caminho para que empresas, até então sem perspectivas para progredir, recebessem os estímulos necessários para evoluir em termos industriais e gerenciais, passando a fabricar produtos de última geração, de acordo com especificações as mais rigorosas. Os genéricos são fruto do discernimento do Brasil de subscrever o TRIPS (acordo internacional de proteção da propriedade intelectual) e editar a Lei de Patentes. Sem essa iniciativa, os brasileiros hoje estariam privados de medicamentos modernos e mais baratos e o País não teria acumulado o know-how que o transformou em importante polo farmacêutico.
Com o solo fértil para investimentos no setor, composto por ingredientes como segurança regulatória, jurídica e legislativa, firmou-se aqui e lá fora a convicção de que o País tinha ingressado numa nova e duradoura fase de estabilidade econômica e institucional.
Atualmente, além dos aspectos citados, o Brasil oferece outras vantagens. Na comparação com os demais países do BRIC, os problemas são menores e, em princípio, de mais fácil solução. A Índia se debate com divisões de caráter religioso e de classe social. A China é um estado totalitário, às voltas com anseios de liberdade de expressão e organização por parte de seus cidadãos. A Rússia vive uma transição política e econômica difícil.
Os obstáculos no Brasil são felizmente de outra natureza. Experimenta um já longo ciclo virtuoso que alia equilíbrio democrático, desenvolvimento social e crescimento econômico. Se o PIB crescer a taxas de apenas 1% ou 2%, o País tem potencial de incorporar de três a quatro milhões de consumidores a cada ano. Ou seja, um contingente equivalente à metade da população da Suíça. E, num contexto de demanda reprimida de bens e serviços na área da saúde, as perspectivas dos laboratórios farmacêuticos são ainda melhores, pois ampliar o acesso da população aos medicamentos continua sendo um grande desafio.
Mas, para alcançar mais rapidamente essa meta, algumas ações desburocratizantes e indutoras do acesso precisam ser adotadas.
No que diz respeito ao ambiente de negócios, um entrave importante para o desenvolvimento do setor são as ineficiências no processo de aprovação de novos produtos, que inibem projetos e decisões e retardam os investimentos das empresas. O aperfeiçoamento dos mecanismos de compras públicas também é desejável.
Em termos de oferta, a experiência internacional indica pelo menos duas iniciativas viáveis e eficazes para a expansão do consumo de medicamentos. Uma delas é a redução da elevadíssima carga tributária que incide sobre o produto, correspondente a 33,9% do preço final. A média mundial é 6,3%, sendo que muitos países ? como México, Inglaterra e Suécia ? não cobram imposto nenhum. Outra é a regulamentação do reembolso das despesas com remédios pelos planos de saúde.
Com uma população de 190 milhões de habitantes e um imenso mercado ainda por explorar, o Brasil oferece um amplo leque de oportunidades para a indústria farmacêutica.
PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDUSFARMA)
A indústria farmacêutica no Brasil entrou no radar de empresas e investidores nacionais e internacionais que buscam expandir seus negócios. A recente onda de fusões e aquisições no setor aponta para a consolidação de um mercado cujo faturamento triplicou na última década, impulsionado pela modernização tecnológica, a chegada de novos players e o aumento de renda da população.
Tamanha atratividade valorizou a cotação das boas empresas, elevando o preço de marcas e ativos. Operações de grande porte, ofertas agressivas de compra e o excelente desempenho dos laboratórios farmacêuticos e grandes redes de farmácia têm chamado a atenção dos agentes econômicos e do público para o mercado de medicamentos.
A razão evidente dessa intensa movimentação é o amadurecimento do capitalismo no País, as oportunidades criadas pela globalização comercial e financeira e o potencial de crescimento da economia brasileira, que passa por uma estabilidade nunca experimentada pelo Brasil.
Outros fatores, menos visíveis, também contribuíram para fortalecer a indústria e o varejo farmacêuticos e despertar o notável interesse atual por empreendimentos no segmento. Os avanços na área regulatória estão entre eles. Nos anos de 1980 e 1990, deficiências nas normas industriais e sanitárias e indefinições de ordem política inibiam o desenvolvimento setorial.
No início dos anos 2000, a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o lançamento dos medicamentos genéricos foram marcos da transformação. O trabalho da Anvisa propiciou a melhoria das práticas de teste, produção e comercialização que agregaram mais segurança e qualidade aos medicamentos, criando um pilar essencial para o desenvolvimento do setor farmacêutico.
A introdução dos genéricos abriu caminho para que empresas, até então sem perspectivas para progredir, recebessem os estímulos necessários para evoluir em termos industriais e gerenciais, passando a fabricar produtos de última geração, de acordo com especificações as mais rigorosas. Os genéricos são fruto do discernimento do Brasil de subscrever o TRIPS (acordo internacional de proteção da propriedade intelectual) e editar a Lei de Patentes. Sem essa iniciativa, os brasileiros hoje estariam privados de medicamentos modernos e mais baratos e o País não teria acumulado o know-how que o transformou em importante polo farmacêutico.
Com o solo fértil para investimentos no setor, composto por ingredientes como segurança regulatória, jurídica e legislativa, firmou-se aqui e lá fora a convicção de que o País tinha ingressado numa nova e duradoura fase de estabilidade econômica e institucional.
Atualmente, além dos aspectos citados, o Brasil oferece outras vantagens. Na comparação com os demais países do BRIC, os problemas são menores e, em princípio, de mais fácil solução. A Índia se debate com divisões de caráter religioso e de classe social. A China é um estado totalitário, às voltas com anseios de liberdade de expressão e organização por parte de seus cidadãos. A Rússia vive uma transição política e econômica difícil.
Os obstáculos no Brasil são felizmente de outra natureza. Experimenta um já longo ciclo virtuoso que alia equilíbrio democrático, desenvolvimento social e crescimento econômico. Se o PIB crescer a taxas de apenas 1% ou 2%, o País tem potencial de incorporar de três a quatro milhões de consumidores a cada ano. Ou seja, um contingente equivalente à metade da população da Suíça. E, num contexto de demanda reprimida de bens e serviços na área da saúde, as perspectivas dos laboratórios farmacêuticos são ainda melhores, pois ampliar o acesso da população aos medicamentos continua sendo um grande desafio.
Mas, para alcançar mais rapidamente essa meta, algumas ações desburocratizantes e indutoras do acesso precisam ser adotadas.
No que diz respeito ao ambiente de negócios, um entrave importante para o desenvolvimento do setor são as ineficiências no processo de aprovação de novos produtos, que inibem projetos e decisões e retardam os investimentos das empresas. O aperfeiçoamento dos mecanismos de compras públicas também é desejável.
Em termos de oferta, a experiência internacional indica pelo menos duas iniciativas viáveis e eficazes para a expansão do consumo de medicamentos. Uma delas é a redução da elevadíssima carga tributária que incide sobre o produto, correspondente a 33,9% do preço final. A média mundial é 6,3%, sendo que muitos países ? como México, Inglaterra e Suécia ? não cobram imposto nenhum. Outra é a regulamentação do reembolso das despesas com remédios pelos planos de saúde.
Com uma população de 190 milhões de habitantes e um imenso mercado ainda por explorar, o Brasil oferece um amplo leque de oportunidades para a indústria farmacêutica.
PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDUSFARMA)
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