terça-feira, 8 de julho de 2014

GSK: investigador contratado diz que não sabia extensão das acusações de corrupção na China

08/07/2014 - 07:41
Um investigador privado que está detido pelas autoridades chinesas criticou a GlaxoSmithKline (GSK) por não revelar a extensão das acusações de corrupção contra a empresa na altura em que foi contratado pela farmacêutica para investigar uma suspeita de uma “campanha de difamação” por um ex-funcionário durante a investigação realizada na China, avança o site FirstWord Pharma.
Peter Humphrey, que foi detido na China em Julho, alegadamente devido ao trabalho que estava a realizar para a GSK, disse que se sente "enganado" pela companhia, enquanto aguarda por julgamento, que se irá realizar a 7 de Agosto.
Humphrey tinha sido contratado pela GSK para investigar quem estava por detrás das acusações de corrupção em relação às operações da empresa na China, que surgiram no início do ano passado através de e-mails anónimos. Os e-mails, enviados para executivos séniores, incluíam acusações de suborno a funcionários na China, bem como um vídeo íntimo deMark Reilly, ex-gestor de topo da companhia no país. Reilly, juntamente com outros dois executivos da GSK, foi acusado pelas autoridades chinesas de actividades de suborno de grande escala, num esforço para impulsionar as vendas.
Humphrey garante que recebeu garantias de que a GSK realizou os seus próprios inquéritos sobre as acusações de corrupção, acrescentando que a empresa negou que fossem verdadeiras. Afirmou ainda que só depois de ter concluído "a sua investigação sobre o denunciante é que eles revelaram os detalhes".
A sua investigação centrou-se na ex-directora de assuntos governamentais da GSK na China, Vivian Shi, de quem a farmacêutica suspeitava de ter enviado os e-mails. Humphrey também disse ter sido informado que a suposta pessoa conseguiu obter uma cópia do seu relatório. "Sabemos que esta pessoa é muito influente e eu acreditava que ela era de facto a denunciante", afirmou, acrescentando que "dez dias depois de a GSK nos ter dado as informações, fomos presos e o nosso escritório foi encerrado". Não há denúncias de irregularidades contra Shi e Humphrey não conseguiu estabelecer se Shi estava por detrás do vídeo. As autoridades chinesas não confirmaram que as acusações contra Humphrey, que incluíam a compra e venda de informação confidencial, estavam relacionadas com o trabalho com o trabalho da sua empresa para a farmacêutica.
Entretanto, a GSK declarou que "o nosso negócio na China está a ser alvo de uma investigação por parte das autoridades chinesas, com as quais estamos a colaborar. Também contratámos uma empresa externa de advogados para realizar uma revisão independente para apurar o que aconteceu neste período". A farmacêutica referiu que tinha investigado as denúncias de corrupção, indicando que "foram identificados alguns comportamentos fraudulentos, que resultaram em demissões de funcionários e foram alterados alguns procedimentos de monitorização da China", mas o seu inquérito "não encontrou evidências para fundamentar as alegações feitas nos e-mails".


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