O senado aprovou,
por unanimidade, o Projeto de Lei (PL) nº 4.385/94 que regulamenta o exercício
e a fiscalização das atividades farmacêuticas. A votação é histórica para a
categoria, pois o PL, da ex-senadora Marluce Pinto, esteve em tramitação por
quase 20 anos, 17 dos quais, na Câmara dos Deputados. A pasta agora segue para
sanção da presidente Dilma Rousseff.
Pelo texto do
substitutivo do deputado Ivan Valente (PSOL/SP), confirmado no Senado, a
farmácia se torna uma “unidade de prestação de serviços para assistência à
saúde e orientação sanitária individual e coletiva”, deixando de ser um simples
estabelecimento comercial.
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Além disso, estabelece
que somente os farmacêuticos podem assumir a responsabilidade técnica nas
farmácias, drogarias e na indústria farmacêutica. Essa permanência, diz a lei,
deve ser em tempo integral, ou seja, durante todo o horário de funcionamento do
estabelecimento.
Para o
secretário-geral do Conselho Regional de Farmácia do Piauí (CRF/PI), Osvaldo
Bonfim, a importância da aprovação do projeto vai muito além. "É uma
vitória para a classe farmacêutica, que ganha em valorização profissional e
passa a ter seu merecido reconhecimento e relevância diante da sociedade, assim
como para a população, que ganha melhores serviços em farmácias e drogarias”,
declara Bonfim.
Segundo o
conselheiro do CRF/PI, Raulino Firmino, haverá uma mudança na relação da
população com as farmácias. “Com essa nova legislação, a farmácia passa a ser
um estabelecimento de saúde, deixando de ser um espaço comercial comum, assim
como também muda o posicionamento do profissional para com a sociedade. Isso
vai refletir diretamente no grande problema da automedicação, já que as pessoas
vão naturalmente procurar a orientação do farmacêutico”, explica Firmino.
A proposta
classifica ainda os estabelecimentos de acordo com sua natureza: as drogarias
são os estabelecimentos de dispensação e comércio de drogas, medicamentos e
insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais. Já as
farmácias de manipulação, além das atribuições das drogarias, terão competência
privativa para o atendimento de unidades de saúde.
O texto também
permite que as farmácias de qualquer natureza possam vender vacinas e
medicamentos que atendam o perfil epidemiológico – as doenças mais comuns,
endêmicas ou de epidemias – de sua região demográfica.
Além da presença
do farmacêutico, as farmácias de qualquer natureza deverão ter localização
adequada sob o aspecto sanitário, dispor de equipamentos necessários à
conservação adequada de imunobiológicos (vacinas, por exemplo) e outros
equipamentos exigidos pela vigilância sanitária. As mesmas exigências valerão
para as farmácias instaladas em unidades hospitalares e de uso exclusivo de
seus usuários.
O PL está em
tramitação há 20 anos e embora tivesse passado por mudanças, ainda continha
pontos discrepantes em relação à realidade atual da Saúde. Criado em fevereiro
com o objetivo de unificar a luta das entidades representativas da Farmácia, o
Fórum Nacional de Luta pela Valorização da Profissão Farmacêutica estabeleceu,
como prioridade, o estudo aprofundado do projeto. Ao final dos trabalhos,
propôs aos parlamentares a sua atualização por meio de uma subemenda
aglutinativa, transformada em emenda de plenário. A proposta foi acatada e,
finalmente, o projeto foi aprovado e seguiu para o Senado.
Da Redação
redacao@cidadeverde.com
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Fonte: http://cidadeverde.com/apos-20-anos-farmacias-sao-reconhecidas-como-estabelecimento-de-saude-168732
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