Medicamentos
de última geração impedem o avanço do edema macular, uma das principais causas
da perda de visão em diabéticos. Avanços da pesquisa em oftalmologia estão
permitindo, pela primeira vez, a recuperação da visão de pessoas que passaram a
enxergar apenas borrões ou ficaram cegas por culpa do edema macular diabético
(EMD). A doença é marcada pelo acúmulo de líquidos na mácula, a porção central
da retina, associada à visão detalhada usada para ler e discernir rostos.
Estudos recentes mostram que remédios para impedir o aparecimento de vasos
sanguíneos na região são eficientes para barrar o avanço da enfermidade. LUZ
Urso recuperou mais de 70% da visão com novo tratamento Recentemente, a Food
and Drug Administration, agência do governo americano responsável pela
liberação de remédios, aprovou a primeira substância com essas características
para combater o edema, o ranibizumabe (nome comercial Lucentis). No Brasil, a
autorização para sua comercialização foi dada há três meses. O remédio bloqueia
o chamado fator de crescimento endotelial (VEGF), que aumenta a permeabilidade
dos vasos sanguíneos e permite o vazamento de fluidos para a mácula. O produto
já era usado contra a forma hemorrágica da degeneração macular relacionada à
idade, a primeira causa mundial de cegueira. Outros medicamentos do gênero,
como o aflibercepte (nome comercial Eylia), serão lançados com a mesma
finalidade. Além disso, mais um remédio integrante de uma nova classe deverá
estar disponível em três anos. Até o momento, o melhor tratamento era
cauterizar com laser ao redor da área afetada. Isso continha a progressão da
enfermidade, mas raramente devolvia a visão. A estratégia agora é combinar o
laser com as novas medicações. “Nos estudos clínicos, um terço dos voluntários
com edema recuperara linhas de visão. Alguns voltaram a dirigir”, diz André
Gomes, pesquisador da enfermidade e vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Retina e Vítreo. “É um avanço para tratar problemas em uma área na qual nem
sempre o laser ou outros medicamentos davam bons resultados”, afirma Keila
Carvalho, chefe do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Ela não participa de pesquisas
sobre a doença. O industrial Dércio Urso, 68 anos, tratou-se com o ranibizumabe
e laser. “Consegui recuperar mais de 70% da visão”, diz. O vendedor Sandro
Peres, 41 anos, enfrenta dificuldades por causa do preço do tratamento (cerca
de R$ 4 mil cada aplicação). “Melhorei, mas não posso continuar a terapia
porque não consigo obter o remédio no SUS nem do convênio”, diz ele, que ficou
cego em poucos meses por causa da evolução rápida da doença. Hoje, Peres aplica
a droga uma vez a cada 45 dias em um dos olhos. Deveria usar nos dois a cada 30
dias. Uma comissão avaliará a introdução do remédio no SUS. “Atualmente, o modo
mais eficiente e ágil de obter esse remédio é recorrer ao Poder Judiciário”,
diz o advogado Julius Conforti, especialista em direito da saúde
Fonte
extraída: http://www.grupemef.com.br/noticias_completa.php?not_id=3565
Outros links sobre o assunto:
Nenhum comentário:
Postar um comentário