24/04/2013
Fomentar a inovação, reduzir custos, ampliar o acesso ao mercado e redefinir os modelos de vendas são alguns dos factores de transformação do mercado de saúde em termos globais, para as quais as organizações devem estar atentas, segundo o estudo “Health Care Reform and Life Sciences: Threat, opportunity or both?”, uma pesquisa inédita realizada pela Deloitte. O estudo analisa a nova onda de mudanças ocasionadas pelas reformas no sector e a reacção das empresas aos movimentos, além de trazer cases sobre Brasil, China e Alemanha - três mercados que devem crescer e reestruturar-se nos próximos anos, avança comunicado de imprensa.
Em todas as áreas, a compreensão sobre o andamento destas mudanças, em âmbito nacional e global e, como as empresas estão ou vão responder a elas, é um dos grandes desafios actuais. No entanto, os executivos ouvidos pela Deloitte acreditam que podem colher bons resultados, caso se adaptem com sucesso. De acordo com o estudo, 77% dizem ser prioridade a adaptação às transformações actuais do sector (entre os entrevistados de empresas farmacêuticas, este número chega a 88%). Entretanto, boa parte ainda tem reagido reactivamente. Mais de 60% afirmam que as mudanças no sector representam alto risco para os negócios, enquanto apenas 8% acreditam num risco pequeno. Como primeiro desafio apontado está o facto de ter de lidar com o governo e agências regulatórias, com 42% das respostas, seguido do ajuste do modelo comercial das organizações para a nova realidade (41%). Desta forma, a maior parte dos recursos gastos é com aspectos regulatórios e compliance (43%), além de estratégias globais, relações governamentais, marketing e vendas.
Brasil
A expectativa de crescimento anual do mercado de saúde no Brasil é de 5,3% até 2016. E o gasto per capita de produtos farmacêuticos é quase quatro vezes maior do que na China, que é o quinto maior mercado do mundo. “Isso explica, em parte, porque a indústria de saúde tem uma visão tão positiva do País”, pontua Enrico De Vettori, sócio-líder da Deloitte para o atendimento às empresas da indústria de Life Science and Health Care no Brasil.
Para 74% dos entrevistados, o Brasil é muito atractivo para a conquista de novos consumidores e, para 57%, muito atraente também para vendas (na China essa proporção é de 69% e 50% e na Alemanha é de 27% e 28%, respectivamente). O incentivo em processos de fabricação e em pesquisa e desenvolvimento vêm logo em seguida, com 49% e 46% das respostas respectivamente.
Apenas 7% dos empresários do sector acreditam que haverá uma reforma ampla no sector de saúde para os próximos cinco anos no Brasil, que contemple questões regulatórias mais estáveis.
“Embora as reformas na China e na Alemanha estejam ocorrendo de forma mais acelerada, o sistema de saúde em muitos países e, sobretudo, no Brasil vem desenvolvendo políticas públicas que priorizam o acesso ao sistema médico hospitalar, às novas tecnologias e à criação de novos medicamentos. O programa Mais Saúde e a Farmácia Popular são exemplos desse movimento aqui no país”, contextualiza De Vettori.
Estimulo a inovação
Inovação continua sendo um dos principais planos para as empresas que participaram do levantamento. Ao longo dos próximos três anos, 75% delas dizem que mudarão seus processos neste quesito. Segundo o estudo, enquanto a redução de custos e maior acesso ao mercado são pontos importantes nas mudanças actuais do mercado, o governo tem incentivado a inovação de produtos, o que oferece oportunidades para as empresas de saúde.
Nesse aspecto, a China, por exemplo, tem ampliado a área de biotecnologia (uma das sete indústrias estratégicas do país). Enquanto isso, o governo brasileiro investiu 3 mil milhões de dólares no desenvolvimento de biotecnologia. A Alemanha, a partir de 2010, teve os preços dos medicamentos congelados e os descontos de vendas de produtos para o governo aumentaram de 6% para 16%.
“Sistemas de preços baseados em valores vem sendo desenvolvidos por muitos países, a ideia é recompensar produtos que têm características verdadeiramente inovadoras no que diz respeito aos pacientes”, diz Pete Mooney, líder global da indústria de Life Science and Health Care da Deloitte. "Embora difícil de implementar, na prática, o conceito de valor já está estabelecido e muitos executivos estão investindo na mudança de seus processos de pesquisa e desenvolvimento”, completa.
Acesso ao mercado e foco no paciente
Apesar dos desafios, 47% dos entrevistados dizem que as transformações no sector despertam uma grande oportunidade para a indústria de saúde. Parte desse potencial está no desenvolvimento de produtos que atendam, por exemplo, cuidados com foco no paciente: 39% apontam esse aspecto como o seu principal objectivo actual, enquanto 36% citam a ampliação de acesso ao mercado. O estudo revelou também que 53% esperam mudar inovação e processos e 44% pretendem modificar os seus modelos de venda.
“O ritmo das mudanças no sector de saúde, de forma global, está se acelerando e com factores mais integrados. Manter-se actualizado com as mudanças é uma tarefa bastante complexa. As empresas que adoptam uma abordagem estratégica devem ser ágeis o suficiente para identificar e aproveitar as oportunidades quando elas se apresentam”, pondera Money.
Sobre a metodologia
Desenvolvido em colaboração com a Economist Intelligence Unit, o estudou ouviu 295 executivos do mundo todo da indústria de Life Science & Health Care. Destes, 33% são de origem europeia, 33% são da América do Norte, 26% da Ásia e 3% da América Latina, além de África e Oriente Médio. 58% dos respondentes trabalham em companhias globais com receitas anuais que superam US$ 500 milhões de dólares. 36% dos executivos são da indústria farmacêutica, 20% são da área de dispositivos médicos e diagnósticos, 20% são fornecedores de serviços e 13% são da área de biotecnologia. Dos 295 executivos, 120 são CEO.
Fomentar a inovação, reduzir custos, ampliar o acesso ao mercado e redefinir os modelos de vendas são alguns dos factores de transformação do mercado de saúde em termos globais, para as quais as organizações devem estar atentas, segundo o estudo “Health Care Reform and Life Sciences: Threat, opportunity or both?”, uma pesquisa inédita realizada pela Deloitte. O estudo analisa a nova onda de mudanças ocasionadas pelas reformas no sector e a reacção das empresas aos movimentos, além de trazer cases sobre Brasil, China e Alemanha - três mercados que devem crescer e reestruturar-se nos próximos anos, avança comunicado de imprensa.
Em todas as áreas, a compreensão sobre o andamento destas mudanças, em âmbito nacional e global e, como as empresas estão ou vão responder a elas, é um dos grandes desafios actuais. No entanto, os executivos ouvidos pela Deloitte acreditam que podem colher bons resultados, caso se adaptem com sucesso. De acordo com o estudo, 77% dizem ser prioridade a adaptação às transformações actuais do sector (entre os entrevistados de empresas farmacêuticas, este número chega a 88%). Entretanto, boa parte ainda tem reagido reactivamente. Mais de 60% afirmam que as mudanças no sector representam alto risco para os negócios, enquanto apenas 8% acreditam num risco pequeno. Como primeiro desafio apontado está o facto de ter de lidar com o governo e agências regulatórias, com 42% das respostas, seguido do ajuste do modelo comercial das organizações para a nova realidade (41%). Desta forma, a maior parte dos recursos gastos é com aspectos regulatórios e compliance (43%), além de estratégias globais, relações governamentais, marketing e vendas.
Brasil
A expectativa de crescimento anual do mercado de saúde no Brasil é de 5,3% até 2016. E o gasto per capita de produtos farmacêuticos é quase quatro vezes maior do que na China, que é o quinto maior mercado do mundo. “Isso explica, em parte, porque a indústria de saúde tem uma visão tão positiva do País”, pontua Enrico De Vettori, sócio-líder da Deloitte para o atendimento às empresas da indústria de Life Science and Health Care no Brasil.
Para 74% dos entrevistados, o Brasil é muito atractivo para a conquista de novos consumidores e, para 57%, muito atraente também para vendas (na China essa proporção é de 69% e 50% e na Alemanha é de 27% e 28%, respectivamente). O incentivo em processos de fabricação e em pesquisa e desenvolvimento vêm logo em seguida, com 49% e 46% das respostas respectivamente.
De uma forma geral, 20% dos entrevistados
dizem que suas organizações são mais activas no mercado brasileiro contra 35%
na China e 31% na Alemanha. Quando questionados sobre as áreas em que as
organizações pretendem desenvolver-se nos próximos três anos, 81% dos
executivos apontam vendas e actividades comerciais. Mas a ampliação no número
de produtos a serem regulamentados está nos planos de 64%, enquanto 57% apontam
as melhorias nas actividades manufactureiras. Ao falar sobre o público que mais
entende as dificuldades de desenvolvimento das actividades comerciais e de
produção no país, 64% dizem serem as agências tecnológicas de saúde e 61%
indicam os reguladores.
Apenas 7% dos empresários do sector acreditam que haverá uma reforma ampla no sector de saúde para os próximos cinco anos no Brasil, que contemple questões regulatórias mais estáveis.
Para 39% estas mudanças serão moderadas,
enquanto 36% acreditam em mudanças pequenas.
“Embora as reformas na China e na Alemanha estejam ocorrendo de forma mais acelerada, o sistema de saúde em muitos países e, sobretudo, no Brasil vem desenvolvendo políticas públicas que priorizam o acesso ao sistema médico hospitalar, às novas tecnologias e à criação de novos medicamentos. O programa Mais Saúde e a Farmácia Popular são exemplos desse movimento aqui no país”, contextualiza De Vettori.
Estimulo a inovação
Inovação continua sendo um dos principais planos para as empresas que participaram do levantamento. Ao longo dos próximos três anos, 75% delas dizem que mudarão seus processos neste quesito. Segundo o estudo, enquanto a redução de custos e maior acesso ao mercado são pontos importantes nas mudanças actuais do mercado, o governo tem incentivado a inovação de produtos, o que oferece oportunidades para as empresas de saúde.
Nesse aspecto, a China, por exemplo, tem ampliado a área de biotecnologia (uma das sete indústrias estratégicas do país). Enquanto isso, o governo brasileiro investiu 3 mil milhões de dólares no desenvolvimento de biotecnologia. A Alemanha, a partir de 2010, teve os preços dos medicamentos congelados e os descontos de vendas de produtos para o governo aumentaram de 6% para 16%.
“Sistemas de preços baseados em valores vem sendo desenvolvidos por muitos países, a ideia é recompensar produtos que têm características verdadeiramente inovadoras no que diz respeito aos pacientes”, diz Pete Mooney, líder global da indústria de Life Science and Health Care da Deloitte. "Embora difícil de implementar, na prática, o conceito de valor já está estabelecido e muitos executivos estão investindo na mudança de seus processos de pesquisa e desenvolvimento”, completa.
Acesso ao mercado e foco no paciente
Apesar dos desafios, 47% dos entrevistados dizem que as transformações no sector despertam uma grande oportunidade para a indústria de saúde. Parte desse potencial está no desenvolvimento de produtos que atendam, por exemplo, cuidados com foco no paciente: 39% apontam esse aspecto como o seu principal objectivo actual, enquanto 36% citam a ampliação de acesso ao mercado. O estudo revelou também que 53% esperam mudar inovação e processos e 44% pretendem modificar os seus modelos de venda.
“O ritmo das mudanças no sector de saúde, de forma global, está se acelerando e com factores mais integrados. Manter-se actualizado com as mudanças é uma tarefa bastante complexa. As empresas que adoptam uma abordagem estratégica devem ser ágeis o suficiente para identificar e aproveitar as oportunidades quando elas se apresentam”, pondera Money.
Sobre a metodologia
Desenvolvido em colaboração com a Economist Intelligence Unit, o estudou ouviu 295 executivos do mundo todo da indústria de Life Science & Health Care. Destes, 33% são de origem europeia, 33% são da América do Norte, 26% da Ásia e 3% da América Latina, além de África e Oriente Médio. 58% dos respondentes trabalham em companhias globais com receitas anuais que superam US$ 500 milhões de dólares. 36% dos executivos são da indústria farmacêutica, 20% são da área de dispositivos médicos e diagnósticos, 20% são fornecedores de serviços e 13% são da área de biotecnologia. Dos 295 executivos, 120 são CEO.
Fonte:
http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/24-04-13/como-reformas-no-sector-de-saude-impactarao-if-nos-proxi
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