Farmacêutica
teria agido para proteger lucros com o antidepressivo Seroxat, que superou o
Prozac em vendas
O Globo,
com agências internacional / Publicado:19/04/13
- 16h01
LONDRES - A GlaxoSmithKline foi
acusada no Reino Unido de pagar outras empresas farmacêuticas para retardar a
produção de versões genéricas de seu mais lucrativo antidepressivo, anunciou o
Departamento de Livre Comércio do país (OFT, na sigla em inglês), segundo o
jornal britânico “The Guardian”. O órgão de comércio investiga se a empresa
abusou de sua liderança de mercado, articulando acordos com empresas rivais
para prolongarem suas pesquisas, entre 2001 e 2004, com a finalidade de
proteger o medicamento Seroxat.
O Seroxat foi lançado no início da
década de 1990 e tornou-se um dos medicamentos mais vendidos no mundo,
desbancando o Prozac. Mas a patente do remédio chegou ao fim em 2004 e versões
genéricas mais baratas invadiram o mercado, pressionando os lucros da empresa.
A GlaxoSmithKline admitiu que fez
acordos com os concorrentes, mas não que tivesse como objetivo postergar a
entrada das versões genéricas no mercado. A empresa refutou as alegações,
acrescentando que duas investigações similares já foram conduzidas pela União
Europeia e não constataram erro algum. O órgão, no entanto, investiga se as
fabricantes Alpharma, Genetics UK e Norton Healthcare receberam dinheiro para
adiar sua produção.
“Cada fabricante de genéricos estava
tentando lançar um produto de paroxetina para competir com o Seroxat, da GSK.
Porém, em cada caso, a GSK intimidou as empresas com alegações de que os
produtos iriam infringir as patentes da empresa”, disse o órgão regulador em
comunicado.
Para resolver essas disputas, cada
companhia de genérico fez um ou mais acordos com a GSK.
“A percepção da OFT é de que esses
acordos incluíram pagamentos substanciais da GSK a companhias de genéricos em
troca do compromisso deles de retardar os planos de fornecer paroxetina de
forma independente”, diz o texoto da OFT.
“A GSK apoia a livre concorrência e
nós acreditamos fortemente que agimos dentro da lei, como proprietários de
patentes válidas da paroxetina, ao fazer os acordos que estão sob investigação.
Esses arranjos resultaram, na verdade, em que versões genéricas da paroxetina
entrassem no mercado antes que as patentes da GSK expirassem”, argumentou um
porta-voz da farmacêutica
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