Especialistas se reuniram,
na última terça-feira (22), para avaliar a suspensão das vendas no Brasil de
uma droga contra a leucemia linfoide aguda - doença que atinge cerca de 3 mil
pessoas por ano e é a principal causa da leucemia da infância.
A fabricação do Elspar
(l-asparaginase) foi suspensa pelo seu fabricante estrangeiro. Como era a única
marca desse princípios ativo com registro no país, os médicos começaram a se
preocupar com a possível falta do produto -já relatada em alguns locais.
"Diferentemente do que
foi declarado pelo laboratório que comercializa o remédio no Brasil, a droga já
está em falta em diversos serviços do país", diz nota divulgada pela
Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica.
A Bagó, que vende o produto
no país, afirma ter estoque para mais seis meses.
Na nota, os médicos pedem
que as principais entidades da área participem de discussões e decisões sobre
as medidas emergenciais tomadas pelo Ministério da Saúde.
Pedem, ainda, que o acesso
às drogas importadas emergencialmente seja universal (incluindo pacientes de
planos de saúde), que as marcas compradas sejam de fabricantes conhecidos e que
o governo arque com o custo adicional das drogas usadas sob caráter
emergencial.
A eventual falta da
asparaginase é vista por especialistas como "uma tragédia".
"Seria retroceder 15
anos. A asparaginase é ímpar e insubstituível", diz Silvia Brandalise,
presidente do Centro Infantil Boldrini.
O Ministério da Saúde
informou que teve contato com três laboratórios interessados em produzir o
medicamento no Brasil (pelo menos um público e um privado). E informou que terá
uma reunião hoje com a Bagó para detalhar as causas do problema.
Segundo Cláudio Galvão de
Castro Junior, hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein, as drogas
que utilizam a asparaginase são altamente eficazes, mas, por serem baratas e
terem nicho de mercado pequeno, estão deixando de ser produzidas pelos
laboratórios.
A dose da asparaginase custa
menos de R$ 100
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