Aos 42 anos, atriz aumenta sua ‘coleção’ de
personagens destemidas
NOVA YORK - Para quem é mulher
de Daniel Craig, o mais arrebatador James Bond desde Sean Connery, Rachel Weisz
parece pouco à vontade no papel de bondgirl, que acabou assumindo em “O
legado Bourne”, o quarto filme da série, que estreia nesta sexta no Brasil.
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Rachel vive a doutora Marta
Shearing, uma cientista especializada em vírus que trabalha em uma indústria
farmacêutica associada ao projeto Bourne, morena tímida que se vê arrastada
para a aventura pelo agente Aaron Cross (Jeremy Renner), protagonista deste
filme em substituição a Jason Bourne (Matt Damon).
História complexa
Em rodada de entrevistas que
antecedeu o lançamento do filme em Nova York, Rachel, 42 anos de idade, falou
sobre os papéis de mulheres destemidas que colecionou ao longo de sua carreira.
Interpretou a ativista que denunciou experimentos da indústria farmacêutica com
pessoas pobres na África em “O jardineiro fiel”, de Fernando Meirelles — atuação
que lhe rendeu um Oscar, em 2005. Viveu também a policial Kathryn Bolkovac em
“A informante” (2011), filme baseado em fatos reais, no qual desvenda uma rede
de tráfico de mulheres e corrupção na empresa de segurança contratada pela ONU
para garantir a paz na Bósnia após a guerra civil.
Na ocasião, disse que seu tipo
favorito era o da “mulher solitária lutando contra a injustiça”. Ao falar sobre
a doutora Marta e sobre a função das mulheres nos filmes de ação, Rachel Weisz
foi logo explicando:
— Concordei em fazer esse
papel porque ela não é só “a garota”, é uma mulher com uma história complexa.
Eles (Aaron e Marta) precisam um do outro na mesma medida — disse a
atriz.
Rachel rejeita a rotulação de
sua personagem como uma mulher ingênua, e afirma que ela faz uma separação
moral entre seu trabalho e as consequências dele, evitando pensar demais sobre
o que seus atos acarretam.
— Sou uma cientista, conheço a
parte científica, mas não sei o que acontece com os agentes quando vão a campo.
Acho que a analogia adequada é com alguém que trabalha em uma fábrica botando
detonadores em bombas, mas não sabe para onde as bombas irão — afirmou a atriz.
À medida que a cientista vai
conectando os pontos e montando a imagem completa, o nível de adrenalina vai
subindo. Rachel teve que aprender a se entregar completamente à condução de
Jeremy Renner em cenas de ação, especialmente em uma frenética perseguição de
moto pelas ruas de Manila, Filipinas.
— Foi aterrorizante, deu um
medo horrível, eu nunca tinha andado de moto. Foi difícil no sentido de que eu
não tinha nada a fazer, a não ser me sentar e me segurar. E foi difícil porque
tive que me entregar. Mas a atuação foi fácil, nem precisei fingir que estava
com medo, estava realmente apavorada — conta a atriz.
Segundo ela, depois de
praticar com Jeremy durante algumas semanas, a confiança foi estabelecida.
— Jeremy é um grande
motociclista, e tem uma aptidão física enorme, é muito ágil. Foi muita
adrenalina, mas muita confiança também.
Rachel Weisz diz gostar do
realismo dos filmes da franquia “Bourne”.
— Tudo o que está no filme é
possível, do ponto de vista científico. Não é ficção científica. É assustador,
mas totalmente realista — disse.
Um dos aspectos mais
assustadores do filme é a invasão de privacidade, a demonstração de como
empresas e governos podem acessar informações sobre as vidas de pessoas comuns.
Isso preocupa Rachel Weisz, casada com Daniel Craig, mãe de Henry, um menino de
6 anos que pediu de presente de aniversário um detector de mentiras?
— Invasão de privacidade? As
coisas são como são, é irrelevante o que eu penso. Mas não acho que meus
e-mails sejam tão interessantes, fico combinando programas para meu filho e
seus amigos — rebate
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