Estudo
genético de secreção do parasita revela proteína capaz de matar tumores de
pâncreas em laboratório
Em fase
de testes pré-clínicos, desenvolvimento do medicamento terá financiamento do
BNDES
RIO- Uma proteína da saliva do
carrapato-estrela, parasita comum nas áreas rurais do Brasil, conseguiu reduzir
tumores de pâncreas cultivados em laboratório, um dos tipos de câncer mais
letais em humanos.
O experimento, comandado por pesquisadores do
Instituto Butantan, de São Paulo, foi bem sucedido também para tumores de pele
e nos rins, inclusive em testes feitos com camundongos. O desenvolvimento do
medicamento tem que passar ainda por mais testes em animais até poder ser
experimentado em humanos, na fase chamada de teste clínico. Mesmo assim, está
criada entre os pesquisadores envolvidos, do Laboratório de Bioquímica e
Biofísica do instituto, grande expectativa para a descoberta de um tratamento
do câncer de pâncreas com remédios, algo ainda possível apenas por meio de
cirurgia. Tumores no órgão matam em praticamente 100% dos casos em que o
bisturi não tem como ser usado.
- A saliva do carrapato possui propriedades
tóxicas para células tumorais, sem oferecer risco para as células saudáveis -
declarou a coordenadora do estudo, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, em comunicado
divulgado pelo instituto. - Resolvemos testar a proteína tanto em cultura de
células normais quanto em cultura de células tumorais. E a surpresa foi muito
grande, porque a proteína, visualmente, não fez nada nas células normais mas
matou as células tumorais.
De acordo com a pesquisa, animais que
passaram por um tratamento de 180 dias no laboratório não tiveram recidiva,
termo médico para dizer que o tumor não voltou a crescer.
Os cientistas do Butantan vasculharam o
genoma do carrapato (Amblyoma cajennense),
o mesmo que é capaz de transmitir a febre maculosa. O estudo, que começou em
2003, foi patrocinado inicialmente pela Fundação de Amparo e Pesquisa de São
Paulo (Fapesp) e atualmente também é financiado pela União Química Indústria
Farmacêutica, detentora da patente do remédio e uma das dez maiores produtoras
de medicamentos do país.
Os testes pré-clínicos, para saber as reações
em humanos do medicamento biotecnológico, serão financiados pelo BNDES, que
dispôs de R$ 15,2 milhões para esta fase da pesquisa por meio de seu Fundo
Tecnológico (Funtec).
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer
(INCA), o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos, sendo responsável
por mais de nove mil novos casos anualmente. Dos pacientes que desenvolvem a
doença, 75% morrem ainda no primeiro ano de tratamento. Cinco anos após a
detecção do tumor, a taxa de mortalidade sobe para 94%.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/pesquisadores-brasileiros-desenvolvem-remedio-para-cancer-com-saliva-de-carrapato-8961745#ixzz2Yk2IvCvh
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/pesquisadores-brasileiros-desenvolvem-remedio-para-cancer-com-saliva-de-carrapato-8961745#ixzz2Yk2IvCvh
Nenhum comentário:
Postar um comentário