segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sandoz firma parceria com Medley para comercializar sua linha de antibióticos no Brasil, efeito da nova lei que controla a venda desses produtos nas farmácias. O forte das vendas desses produtos era a automedicação, indicações e substituições de prescrições feitas por balconistas.

Acordo une Sandoz à Medley para distribuição
18-07-2011
A Sandoz, controlada pela suíça Novartis, fechou um acordo comercial com a Medley, que pertence à francesa Sanofi-Aventis, no segmento de antibióticos no Brasil, apurou o Valor.

Por esse tratado, a Medley passa a fazer a distribuição de oito medicamentos (em 21 apresentações) da multinacional em todo o país.

A Medley informou que o acordo comercial foi assinado no dia 27 de maio e é válido até 31 de dezembro de 2015, podendo ser prorrogado. O contrato foi submetido previamente ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Esse acordo, que passou a vigorar no fim de junho, faz parte da estratégia de crescimento da Sandoz no Brasil, de acordo com comunicado da empresa. A Sandoz informou que todos os antibióticos que fazem parte desse tratado continuam sendo produzidos pela companhia - as marcas e registros também são propriedade da empresa.

Os produtos incluídos nesse acordo são a versão similar dos medicamentos. Uma fonte ouvida pela reportagem afirmou que, por ser similar, a Sandoz se beneficia pela divulgação da marca e a logística de distribuição da Medley, que é bem maior que a da parceira no país.

Apesar de todo seu tamanho - a Sandoz é uma das maiores farmacêuticas globais de genéricos -, sua estrutura no Brasil é ainda pequena, afirmou a mesma fonte. "A Medley consegue fazer a distribuição em várias regiões do país, onde a Sandoz dificilmente teria acesso", disse. Como esses medicamentos exigem receita no ato da compra, a Sandoz se beneficia com as vendas dos remédios de marca e a Medley fica com parte dos lucros na venda. Nos próximos dias, a Sandoz passa a ter um novo presidente-geral no Brasil, que será responsável pela estratégia de crescimento da empresa no país. (MS)

Com "jeitinho" é possível burlar a lei

- Boa noite. Tem amoxicilina?

- Amoxicilina? Para criança ou para adulto? Você tem receita?

- Humm... Não tenho....

- É que agora para esses remédios [antibióticos] precisa receita. Você sabe a dosagem? Vou tentar te ajudar.

- Não sei a dosagem... É para criança de 2 anos.

- Vou te indicar o de 250 mg [sai e busca o remédio]. Esse é suficiente para 10 dias.

- Muito obrigada!

O diálogo acima ocorreu na segunda-feira, dia 11, por volta das 21h, entre a reportagem e um balconista de uma farmácia independente na Zona Oeste de São Paulo. O Valor procurou outras quatro drogarias, mas não conseguiu comprar o medicamento sem receita. O objetivo foi mostrar que, apesar da exigência estar em vigor há mais de sete meses, ainda é possível furar o bloqueio e burlar a lei.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que o estabelecimento que descumprir a exigência de pedir a receita para a venda do antibiótico sofrerá punição, que vai desde advertência, interdição e multa - de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Esses valores variam de acordo com o porte da empresa e a apuração da infração. A venda de medicamento controlado exige uma autorização específica para a farmácia ou drogaria.

Ou seja, nem toda farmácia pode comercializar medicamento controlado. O país conta com cerca de 62 mil farmácias. As 26 maiores redes nacionais respondem por 6% do total de estabelecimentos.
A fiscalização nas farmácias em todo país é realizada pelas vigilâncias sanitárias locais. Segundo a Anvisa, denúncias de venda irregular podem ser feitas a essas vigilâncias locais ou à própria agência pelo telefone 0800- 642-9782.
Fonte: Valor – SP


Fonte: http://www.sbfc.org.br/site/ver_noticias.php?id=1157&name=noticias

Nenhum comentário:

Postar um comentário