07/07/2011 - 09:40
O programa do Governo prevê a duplicação do mercado de medicamentos genéricos, o que em parte está associado à intenção de aumentar a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de diminuir os custos, avança o Diário Económico. Os grandes grupos farmacêuticos estão conscientes dessa necessidade e admitem que os genéricos constituem uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de políticas de saúde. Daí que se explique a opção de entrarem neste mercado. Porém, “não deixam de defender os direitos de propriedade intelectual dos medicamentos, consubstanciados nos grandes investimentos efectuados”, como diz ao DE Ana Paula Carvalho, ‘managing director’ da Pfizer Portugal.A responsável da farmacêutica, que actua no mercado de genéricos através da divisão Parke-Davis, diz estar consciente “da importância da disponibilização de medicamentos de qualidade, a preços mais reduzidos, quando concluído o período de protecção de patente” e afirma que “o incentivo ao mercado dos genéricos terá que ser obrigatoriamente um dos motores à inovação”.
A visão da AstraZeneca vai no mesmo sentido. Eduardo Recoder, ‘marketing company president’, sublinha que “após a expiração das patentes dos medicamentos inovadores, os medicamentos genéricos representam uma importante oportunidade de expandir o acesso às respectivas moléculas, a preço reduzido”.
Eduardo Recoder admite ao DE que a sustentabilidade financeira do SNS “passa pela transformação do mercado de genéricos para que seja alicerçado em aumentos significativos de volume e reduções significativas de preços em relação ao respectivo medicamento de referência”, um facto que também levou a AstraZeneca a entrar neste mercado. Quem ainda não se tinha rendido aos genéricos era a MSD. Mas a farmacêutica acabou de fazer uma parceria com a Sun Pharma, criando uma ‘joint-venture’ para desenvolver, fabricar e comercializar novas combinações e formulações de genéricos inovadores.
Leonardo Santarelli, director-geral da MSD Portugal, revela ao DE que a intenção é “garantir um maior acesso à terapêutica medicamentosa em todo o mundo”, apostando-se na inovação, a preços mais acessíveis, e salientando que “as poupanças aqui geradas podem e devem ser reinvestidas no financiamento de medicamentos inovadores”.
DCI pode acarretar riscos para o doente
O Grupo Tecnimede também considera que os genéricos “são claramente uma forma de controlar a despesa e libertar meios para premiar a investigação”, revela ao DE Miguel Ruas, administrador da farmacêutica. Sobre os genéricos, e nomeadamente as propostas do Executivo para este mercado, o responsável aponta o dedo à intenção de se consagrar como regra a prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI). Miguel Ruas diz que esta medida, que permite a substituição livre de medicamentos, particularmente de genéricos por genéricos, “não existe em nenhum país da Europa, acarretando riscos para os doentes”.
Além disso, garante que “não aumenta a quota de medicamentos genéricos”, e frisa que “nos países onde a penetração deste medicamentos é mais elevada não existe prescrição por DCI obrigatória”. O administrador do Grupo Tecnimede sublinha também que “a esmagadora maioria dos medicamentos que Portugal produz e exporta são genéricos”, pelo que diz esta medida “vai aniquilar a indústria farmacêutica portuguesa”.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/07-07-11/industria-aprova-aposta-nos-genericos
Acho um piadão aos comentários feitos por esta senhora e restantes intervenientes da industria de originais. Como se os mesmos não fossem os principais responsáveis por existirem centenas de providencias cautelares e administrativas que visam bloquear o acesso dos medicamentos genéricos ao mercado Português.
ResponderExcluir