Um novo estudo da Universidade de Edinburgh Napier (Reino Unido) sugere
que os gestores reconhecem a necessidade de fingir e frequentemente fingem
emoções no trabalho, especialmente ao interagir com seus funcionários.
Embora as pesquisas – e o senso comum – tenham mostrado até agora bons líderes e gestores são autênticos, abertos e honestos, o estudo recente indica que nem sempre é assim.
Embora as pesquisas – e o senso comum – tenham mostrado até agora bons líderes e gestores são autênticos, abertos e honestos, o estudo recente indica que nem sempre é assim.
Para garantir que os funcionários tenham um bom desempenho em seus
postos de trabalho, os gestores precisam “fabricar”, “fingir” emoções positivas
e encorajadoras, e substituir ou controlar quaisquer pensamentos privados ou
negativos.
A pesquisa
A pesquisa de doutorado foi conduzida pela psicóloga Chiara Amati. Ela e
sua equipe entrevistaram12 gestores e examinaram outros 30.
“Os gestores relataram se sentirem obrigados a monitorar suas
demonstrações públicas de emoções, a fim de gerenciar o desempenho e manter
boas relações de trabalho com sua equipe, especialmente em postos mais baixos
na hierarquia ou fileiras de poder [pois eles simplesmente não têm a autoridade
para impor respeito incondicional]”, explica Chiara.
Outra descoberta do estudo sugere que mulheres gerentes precisam fingir
ou controlar suas exposições emocionais mais do que seus colegas do sexo
masculino.
“Gerentes mulheres precisam lidar com estereótipos contrastantes no
local de trabalho; por um lado, elas são vistas como carinhosas, apoiadoras,
não bravas ou agressivas. Por outro lado, manifestações de emoção, como o
choro, são muitas vezes vistos como manipuladoras”, disse Chiara.
Um
levantamento da Universidade Carlos III de Madrid já havia constatado que
as mulheres conduzem cargos de gestão de uma forma mais democrática, permitindo
que os funcionários participem na tomada de decisões e estabeleçam canais de comunicação
interpessoais. Isso pode ter a ver tanto com a natureza feminina quanto com seu
esforço maior para “fingir e controlar” emoções.
Além disso, um outro
estudo chegou à conclusão de que a arrogância é a pior característica para
um chefe, de modo que controlar emoções negativas ou exposições negativas pode
ser muito bom para gestores.
“Nós já sabíamos há algum tempo que o clima emocional no local de
trabalho é um fator-chave no bem-estar e desempenho dos empregados. Sabíamos
também sobre a necessidade dos gestores de serem inteligentes emocionalmente
para serem bem sucedidos. O que nós estabelecemos aqui é o quão importante é o
controle da exposição de emoções de gestores ao público”, conclui Chiara.
Uma
pesquisa da Universidade de Houston também mostrou que, apesar da
autenticidade ser importante para a felicidade, no trabalho a coisa não é bem
assim. Apesar de em outros contextos a relação de honestidade acontecer para o
melhor, no caso do trabalho não parecia valer a pena “ser inteiramente você
mesmo”. Com certeza não é uma boa ideia falar tudo o que você pensa no
trabalho, certo? Então, “fingir”, nesse contexto, não precisa ter um aspecto
negativo, mas sim pode ser visto como um esforço para o bem-estar coletivo.
“Fingir parece, até certo ponto, ser apenas parte de uma boa gestão de
pessoas”, afirma Chiara.[ScienceDaily, BBC]
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