Norte-americana Amgen quer dobrar presença no
Brasil até 2020
A maior empresa de biotecnologia do mundo, Amgen, teve uma subida anual de 54 por cento na facturação do primeiro semestre no Brasil e traça planos para dobrar a sua área de medicamentos biológicos no país, apesar da desaceleração da economia que tem travado o consumo, inclusivamente no sector de saúde, avança a agência Reuters.
A companhia fundada na década de 1980 nos EUA é especializada em medicamentos complexos e de alto custo de desenvolvimento voltados para áreas como cancro e nefrologia. No Brasil, a empresa está presente desde 2009, ampliando a sua actuação com a compra da farmacêutica brasileira Bergamo, em 2011, por 215 milhões de dólares.
24/07/2014 - 08:04
A maior empresa de biotecnologia do mundo, Amgen, teve uma subida anual de 54 por cento na facturação do primeiro semestre no Brasil e traça planos para dobrar a sua área de medicamentos biológicos no país, apesar da desaceleração da economia que tem travado o consumo, inclusivamente no sector de saúde, avança a agência Reuters.
A companhia fundada na década de 1980 nos EUA é especializada em medicamentos complexos e de alto custo de desenvolvimento voltados para áreas como cancro e nefrologia. No Brasil, a empresa está presente desde 2009, ampliando a sua actuação com a compra da farmacêutica brasileira Bergamo, em 2011, por 215 milhões de dólares.
De olho num mercado em que a população que
está a envelhecer e que em 2014 deve registar cerca de meio milhão de novos
casos de cancro, a Amgen espera ampliar de 5 para até 10 até 2020 o número de
medicamentos da categoria biológicos "inovadores" vendidos no Brasil.
Já em biossimilares, a quantidade de medicamentos da companhia vendida no país
passará de 25 para 32.
Os medicamentos biológicos são produzidos
através da manipulação de microorganismos ou células vivas modificadas, que
geram proteínas longas e complexas para uso em tratamentos específicos. Esses
fármacos estão no topo da indústria farmacêutica em termos de custos de desenvolvimento
e de margem de lucro. Já as biossimilares são versões 'genéricas' dos
medicamentos biológicos que tiveram as patentes expiradas.
Com a expansão do portefólio de medicamentos
biológicos, a Amgen deve concentrar-se mais em pesquisa e desenvolvimento no
Brasil, ampliando uma rede de 2.500 pacientes em mais de 200 centros médicos
públicos e privados do país, que fazem parte de testes clínicos de novas drogas
que a empresa espera ver aprovadas pelas autoridades de saúde.
Apesar dos planos de expansão, o
gerente-geral da Amgen no Brasil, Eduardo Santos, afirmou que planos para uma
fábrica de biofármacos, algo que consumiria investimentos na casa de mil
milhões de dólares do grupo no país, não estão nos planos de curto prazo. A
Amgen já tem fábricas na Irlanda, Turquia, EUA e Porto Rico.
Segundo Santos, que evitou dar detalhes
financeiros da companhia no Brasil, a Amgen deve atingir equilíbrio financeiro
no país este ano. O desempenho, após o investimento na compra da Bergamo, é
apoiado no lançamento de três novos medicamentos no primeiro semestre.
"Estamos a sentir escrutínio em despesas
com saúde por parte dos governos, federal e estadual, e empresas de seguro
saúde estão a rever protocolos", disse Santos ao descrever o cenário
económico do sector no país. "Não é catastrófico, mas é um cenário de
contenção de gastos".
Porém, ele afirmou que os medicamentos da
companhia são voltados para pacientes críticos, que não podem interromper
tratamentos. "O mercado de carros novos vai cair, mas os pacientes
diagnosticados continuarão a existir".
Santos afirmou que a Amgen não vê novos alvos
de aquisição no Brasil, apesar da intensa consolidação vivida pela indústria
farmacêutica global. No país, a Amgen compete no sector de medicamentos
biotecnológicos com nomes como Roche, Pfizer e Abbott.
A Amgen também deve encarar em breve uma
competição com o lançamento da fábrica de biossimilares Bionovis, projecto que
prevê investimentos de 500 milhões de reais nos próximos cinco anos e reúne as
brasileiras EMS, Aché, Hypermarcas e União Química.
A fábrica das quatro empresas nacionais deve
ficar pronta no final de 2016 e será voltada inicialmente à produção de seis
medicamentos voltados para alguns tipos de cancro e artrite. O principal
cliente será o governo federal brasileiro, que tem apoiado a criação da
companhia desde 2012.
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