Peter
Humphrey foi condenado por 'obter ilegamente informação privada'.
Caso envolve escândalo de corrupção de empresa farmacêutica.
Da EFE
Um tribunal de Xangai condenou nesta
sexta-feira a dois anos de prisão o consultor de riscos britânico Peter
Humphrey e sua esposa, Yu Yingzeng, por "obter ilegamente informação
privada" para a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK).
Além disso, o casal também foi condenado a
pagar 150 mil iuanes (US$ 24 mil), com cinco dias para apelar da sentença,
depois do jugalmento que foi realizado por cerca de 15 horas em uma Tribunal de
Xangai, que retransmitiu a audiência através do Weibo, o Twitter chinês.
O processo está vinculado ao escândalo por
suposta corrupção da britânica GSK, acusada no ano passado, junto a outras
multinacionais farmacêuticas, de subornar hospitais e médicos no país asiático
para que usassem ou promocionassem seus produtos.
A empresa de consultoria de Humphrey,
ChinaWhys, foi contratada pela GSK para buscar o "delator" que dentro
da empresa filtrou os e-mails que destaparam o escândalo, aparentemente
enviados a diretores da multinacional em Londres e também às autoridades
chinesas.
A promotoria chinesa acusa o britânico e sua
esposa, detidos desde 11 de julho de 2013 e com acusações desde agosto desse
ano, de obter ilegalmente 256 documentos que incluem desde números de telefone
a cartões de identidade ou atas de viagens.
Segundo relatou hoje o promotor, o casal
pagou entre 800 e dois mil iuanes (US$ 130-330) por cada documento e estes
foram facilitados por três fontes chinesas que estão sendo julgadas
separadamente .
"Nossa compra de informação privada foi
um erro, mas não se tratava de uma operação comercial", disse Yu, que
acrescentou que "existe uma zona obscura nesta indústria".
"Não temos outra forma de conseguir"
o objetivo da companhia, ressaltou seu marido.
Em sua alegação final, Humphrey assegurou que
ele e sua mulher só cumpriram com os serviços de sua empresa, que são, disse,
"investigar desmoralizações internas, fraudes e ajudar a cultivar um bom
ambiente de trabalho", segundo publica a corte em seu microblog oficial do
Weibo.
Três ex-executivos da GSK, entre eles o
britânico Mark Reilly, que pediu à companhia de Humphrey que iniciasse a
investigação, foram acusados de corrupção em maio pela Polícia chinesa, agora
em mãos da promotoria.
O escândalo da GSK é o maior de corrupção no
qual se vê envolvida uma companhia estrangeira na China desde as investigações
contra o gigante mineira Rio Tinto em 2009, que concluíram com penas de prisão
de entre 7 e 14 anos para quatro executivos.
Humphrey e Yu, americano de origem chinesa,
são os primeiros estrangeiros condenados a penas de prisão na China por
realizar investigações ilegais.
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