08/05/2014 - 08:47
A AstraZeneca pediu a David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido, para
não firmar posição sobre a proposta de compra hostil feita pelo laboratório
americano Pfizer, que ofereceu 63 mil milhões de libras esterlinas (106,2 mil
milhões de dólares) pela companhia inglesa. A AstraZeneca vai reforçar a sua
defesa contra a investida da Pfizer anunciando novos medicamentos em fase de
desenvolvimento, avança o Valor Econômico, citando o Financial Times.
Leif Johansson, presidente do conselho de administração da AstraZeneca, preveniu o primeiro-ministro do Reino Unido de que o contacto activo oficial com a Pfizer pode permitir que o grupo americano afirme que o governo britânico é a favor do negócio, de acordo com fontes familiarizadas com a conversa, ocorrida na sexta-feira.
Leif Johansson, presidente do conselho de administração da AstraZeneca, preveniu o primeiro-ministro do Reino Unido de que o contacto activo oficial com a Pfizer pode permitir que o grupo americano afirme que o governo britânico é a favor do negócio, de acordo com fontes familiarizadas com a conversa, ocorrida na sexta-feira.
Detalhes do diálogo surgiram após Ed Miliband, dirigente do Partido
Trabalhista, da oposição, acusar Cameron, no domingo, de agir como um
"líder de torcida" a favor da Pfizer, depois de ministros terem
começado a negociar com a empresa em torno de empregos e investimentos antes de
ela ter feito uma oferta formal.
O gabinete de Cameron reiterou a sua afirmação de que não está a agir como
"líder de torcida a favor da Pfizer", e sim a lutar pela manutenção
de postos de trabalho e conquistas científicas britânicas. Uma autoridade
próxima a Cameron disse que não se poderia responsabilizar o primeiro-ministro
pela interpretação dada pela Pfizer à resposta do governo britânico.
A AstraZeneca, que na semana passada recusou a proposta informal da Pfizer,
de 50 libras esterlinas por acção, ao considerá-la uma
"significativa" subavaliação, emitiu detalhes dos novos medicamentos
em processo de investigação e desenvolvimento - entre os quais alguns
tratamentos promissores para o cancro -, num esforço de convencer os
investidores a continuar a confiar na AstraZeneca como empresa independente.
"Estamos convencidos de que temos boa estratégia, que está a fazer bons
avanços, e que temos capacidade de continuar autossuficientes", disse
Pascal Soriot, CEO da AstraZeneca.
A investida da Pfizer recebeu um impulso, quando uma influente
personalidade do sector farmacêutico britânico criticou o "furor político
e nacionalista" que cerca a oferta. Richard Sykes, presidente do conselho
de administração da Royal Institution e ex-CEO da GlaxoSmithKline, disse ser
"irrelevante" quem é o proprietário da Pfizer e onde fica a sua sede.
"O que realmente importa é que o Reino Unido estimule essas companhias a
fazerem o seu trabalho de descoberta e desenvolvimento de medicamentos
aqui", escreveu no "Financial Times".
A Pfizer disse que está "muito decepcionada" com a recusa da
AstraZeneca em começar negociações e disse manter abertas todas as alternativas
para o seu próximo passo. Ian Read, presidente do conselho de administração e
CEO da Pfizer, pediu que o conselho de administração da AstraZeneca reconsidere
a sua recusa a iniciar conversações.
Segundo as normas britânicas de aquisições, a Pfizer tem até ao dia 26 de
Maio para convencer a AstraZeneca a iniciar conversações ou, se fracassar, para
fazer uma oferta hostil pela empresa ou desistir do negócio. Analistas dizem
que um dos motivos pelos quais a Pfizer quer comprar a AstraZeneca são as
perspectivas relativamente fracas do seu processo de desenvolvimento de
produtos.
Fonte: Valor Econômico
http://www.valor.com.br/empresas/3537304/astrazeneca-pede-para-cameron-s...
http://www.valor.com.br/empresas/3537304/astrazeneca-pede-para-cameron-s...
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