Por Adriana Mattos | De São Paulo
O grupo de varejo europeu Alliance Boots, sócio da rede de drogaria americana Walgreens, está prestes a entrar oficialmente no país, como consequência de um acordo anunciado nesta semana.
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O grupo de varejo europeu Alliance Boots, sócio da rede de drogaria americana Walgreens, está prestes a entrar oficialmente no país, como consequência de um acordo anunciado nesta semana.
Walgreens e Alliance Boots formam o maior grupo
distribuidor e de varejo de farmácias do mundo desde que se tornaram parceiros,
em 2012.
A Alliance Boots, discretamente, inicia suas
operações no Brasil ao adquirir o controle de redes de varejo da Saba. A transação
envolve a compra da Farmacias Benavides, no México, da rede Ahumada, no Chile,
e também da operação da rede GNC no Brasil e no Chile por 8,3 bilhões de pesos
mexicanos (US$ 638 milhões). A GNC é uma rede de varejo de vitaminas e
suplementos fundada nos Estados Unidos. A Alliance Boots fará uma oferta de
compra na Bolsa de Santiago, a ser finalizada após aprovação dos acionistas.
As negociações de compra envolvem a operação da
GNC no país e a licença obtida pela Saba para abrir franquias da GNC no Brasil.
Ainda não há franqueados no país. A rede de varejo de vitaminas e produtos
naturais opera com 18 lojas próprias no Brasil. No país, a GNC informa que
ainda não foi comunicada das mudanças no controle da operação.
O presidente executivo da Alliance Boots,
Stefano Pessina, disse ao "Financial Times" na terça-feira que o
Chile e o México são o "primeiro passo" para crescimento na região
latina e admitiu pela primeira vez que tem o interesse em comprar redes de
farmácias no Brasil e "possivelmente na Colômbia". Procurada, a
Alliance Boots confirmou essas informações.
"Esta aquisição [Casa Saba] dará para a
Alliance Boots uma grande presença no atrativo mercado latino-americano, uma de
nossas áreas prioritárias de investimento", segundo informou Pessina em
comunicado oficial ao mercado.
O Valor já informou no ano passado que a
Walgreens, dona de 45% das ações da Alliance Boots, chegou a sondar a Brasil
Pharma para ver se o controlador, BTG Pactual, estava aberto a negociações. O
banco, porém, não tinha intenção de se desfazer do controle da BR Pharma na
época.
Em janeiro de 2013, a Saba já havia se desfeito
de parte de seus negócios no país, ao vender para a Profarma as redes de
farmácia Drogasmil e Farmalife.
A expectativa da Alliance Boots e da Saba é que o
acordo seja concluído ao longo do terceiro trimestre. A transação já foi
aprovada pelos conselhos de administração da duas companhias e oferta estará
sujeita à aprovações regulatórias (incluindo as autoridades de defesa da
concorrência). Juntas, as varejistas Farmacias Benavides e Ahumada, com 1,4 mil
pontos no México e no Chile, faturam cerca de US$ 1,4 bilhão ao ano.
A transação amplia a escala de operação da
Alliance em mercados emergentes. A companhia já opera na China por meio de um
parceiro local. Na Brasil, a Walgreens e sua parceira Alliance poderiam crescer
mais rapidamente se comprassem os grandes negócios que já passaram por fusões -
Raia e Drogasil se juntaram em 2011, assim como Drogarias Pacheco e São Paulo.
Todas descartam hipótese de se desfazer do controle de seus negócios.
O comando da Pague Menos já comentou que
aceitaria parcerias com função "estratégica". Há informações no
mercado de que a CVS já teria sondado a rede.
A aquisição de redes de farmácias no país pela
Alliance ou pela Walgreens pode ser um novo movimento de consolidação do setor,
que tem tido participação ativa de grupos estrangeiros.
Concorrente da Walgreens nos EUA, a CVS entrou
no mercado brasileiro no ano passado com a compra do controle da Onofre por
cerca de R$ 600 milhões. A CVS, em entrevista ao Valor no mês passado,
evitou comentar planos de aquisição no país. "Não há nada sendo tratado
neste momento que tenhamos conhecimento", disse Marcos Arede, sócio da
Onofre.
A distribuidora de medicamentos Profarma também
anunciou semanas atrás acordo com a farmacêutica americana AmerisourceBergen
que deve levar a estrangeira a controlar até 19,9% da Profarma, dona de
drogarias no país.
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