Nota de C&T:
É preciso se destacar na mídia, seja através de uma celebridade ou raramente de um anônimo, para que assuntos de interesse da sociedade ganhem repercussão. O caso do hipotiroidismo de Ronaldo Fenômeno é um exemplo.
Há uma década aproximadamente, uma Indústria Farmacêutica que produz um medicamento a base de Levotiroxina (hormônio sintético), lançou uma campanha de conscientização direcionada aos médicos não endocrinologistas, principalmente Clínicos Gerais e Ginecologistas, destacando à necessidade de pedirem exames complementares para dosagem de T3, T4 livre e TSH. Essa campanha feita através dos propagandistas durante cada visita aos referidos médicos, focavam o que se chama de hipotiroidismo sub-clínico, aquele que existe, mas ainda não foi diagnosticado. Na época se afirmava que mais de 80% dos portadores de hipotiroidismo não eram diagnosticados. Esta Indústria chegou até fazer convênios com laboratórios de análise para encaminhar pacientes como cortesia. A campanha não surtiu muito efeito. É difícil se cuidar do que não se vê ou não se sente os efeitos.
Para se diagnosticar o hipotireoidismo não precisa ir ao especialista que é o endocrinologista, qualquer médico pode solicitar o exame, caso seja diagnosticado e o médico solicitante não queira acompanhar este paciente por um motivo qualquer, aí sim, ele mesmo poderá encaminhar seu paciente a um endocrinologista, o que certamente será o mais prudente.
Leiam máteria muito interessante abaixo
Nota postada por Teófilo Fernandes.
Tireóide além do endocrinologista
19/02/2011 - 08:33
Disfunção da tireóide, que tirou Ronaldinho do campo, manifesta-se além da obesidade ou emagrecimento. Pode mostrar-se nos olhos quando a causa vem da "doença de Graves".
Brasília- As implicações da glândula tireóide passaram a semana em pauta, depois que o ex-jogador Ronaldo Fenômeno deu nome ao motivo por que literalmente pendurou as chuteiras e deixa de emocionar os torcedores de seu futebol.
A disfunção hormonal causada pela glândula tireóide, denominada hipotireoidismo (caso de Ronaldo) ou hipertireoidismo, não se traduz somente no fato de seus portadores engordarem ou emagrecerem.
Pouco comentada, mas diagnosticada com frequência entre os portadores de hipertireoidismo, especialmente, a "doença de Graves" por exemplo, manifesta-se, muitas vezes, por uma alteração física nos olhos, ficam saltados, e o oftalmologista precisa contribuir com o tratamento, juntamente com o endocri nologista. Muitas vezes é o médico que trata da saúde visual quem identifica a presença da disfunção na tireóide.
Chama-se "doença de Graves" a manifestação das alterações tireoidianas nos olhos e sua evolução pode levar a perdas significativas de quantidade e qualidade de visão.
Mulheres e fumantes - De acordo com a oftalmologista, Patrícia Moitinho, especialista em cirurgia plástica ocular do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), mulheres entre 40 e 50 anos de idade e fumantes são os principais alvos desta alteração que é percebida pelo aspecto de olhos saltados e pálpebras retraídas.
Hipertireoidismo - "A doença de Graves não é rara e a proporção é de oito mulheres para cada homem que a enfrenta", compara a médica. Também são manifestações da doença de Graves olhos vermelhos, irritados, semelhantes a uma conjuntivite, quando estão na fase inflamatória. A alteração se manifesta principalmente em pacientes com hipertiroidismo, aqueles em que há aumento de hormônios tireoidianos, mas também pode ocorrer em pacientes sem alterações hormonais esses respondem em até 20% dos casos.
Patrícia explica que a alteração hormonal da tireóide libera substâncias que levam os músculos extra-oculares a se espessarem e a gordura a inchar. Essa situação pode levar a compressão do nervo óptico, comprometendo a visão e é o que provoca a aparência de olho saltado, relata.
Os olhos empurrados para fora por uma hipertrofia dos músculos que os envolvem, podem levar ao risco de apresentarem inflamações corneanas e até úlcera de córnea, alerta a médica. O estrabismo também pode ser provocado por al terar os músculos extra- oculares.
Tratamento - O tratamento da "doença de Graves" é longo e exige do portador de alterações hormonais um acompanhamento permanente. Segundo a médica do HOB, ao chegar ao oftalmologista, o paciente será instruído a realizar alguns exames. Uma tomografia de órbita, em uma clínica de radiologia. Este exame irá mostrar as condições do músculo extra-ocular, do nervo óptico e da gordura. Também será solicitado um exame de dosagem hormonal de T3, T4 livre, TSH.e anticorpos antitireoidianos. Outro exame, este realizado em clínicas oftalmológicas, é o de campo visual, para avaliar alterações no campo de visão.
Patrícia Moitinho diz que a manutenção dos hormônios em níveis normais já leva o paciente a uma melhora. O tratamento com corticóides pode ser necessário e, eventualmente, a situação exige um proce dimento cirúrgico.
Tireóide - A tireóide é uma pequena glândula com formato de borboleta que se situa na região anterior do pescoço e desempenha o papel fundamental de controlar o metabolismo de todo o organismo humano. A tireóide produz hormônios importantes na regulação corporal.
Graves - a "oença de Graves" recebe este nome em homenagem ao médico Robert Graves que a descreveu em 1835. Ele identificou a anomalia como uma doença auto-imune, que gera alterações no funcionamento das glândulas tireóides e apresenta irritação nos olhos e nas pálpebras.
Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=147214
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