sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mais um encargo prorrogado por 25 anos, a Reserva Global de Reversão

Nota de C&T: É, o Governo Federal finaliza o ano prorrogando por mais 25 anos a taxa RGR. Será necessário mesmo cada cidadão pagá-la todos os meses embutida na conta de energia? Você tem conhecimento de tudo que paga e para que paga? O pior, o que você paga é aplicado ao que se destina?


A Reserva Global de Reversão (RGR) é um encargo do setor elétrico brasileiro pago mensalmente pelas empresas concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, com a finalidade de prover recursos para reversão e/ou encampação, dos serviços públicos de energia elétrica. Tem, também, destinação legal para financiar a expansão e melhoria desses serviços, bem como financiar fontes alternativas de energia elétrica tais como aqueles constantes do Proinfa, para estudos de inventário e viabilidade de aproveitamentos de novos potenciais hidráulicos, e para desenvolver e implantar programas e projetos destinados ao combate ao desperdício e uso eficiente da energia elétrica. Seu valor anual equivale a 2,5% dos investimentos efetuados pela concessionária em ativos vinculados à prestação do serviço de eletricidade, é limitado a 3,0% de sua receita anual
Fonte: Wikipédia.

TÂNIA MONTEIRO - Agencia Estado

BRASÍLIA - O ministro das Minas e Energia, Marcio Zimmerman, considerou importante e necessária a prorrogação da Reserva Global de Reversão (RGR) até 2035, conforme determinação na Medida Provisória 517, publicada hoje no Diário Oficial da União. "Eu acho que se você pensar em Brasil, as características do Brasil e as características do setor elétrico, este é um fundo muito importante. É um fundo que ajuda a fazer investimentos e ajuda a universalizar, levar energia para todos, ajuda a eficiência energética, ajuda o desenvolvimento de fontes energéticas. Ele tem um papel muito amplo e isso é importante", disse Zimmerman.
Hoje, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, criticou, por meio de nota, a prorrogação do encargo, afirmando que "o governo perdeu uma oportunidade muito importante de reverter parte da explosão dos custos da energia para os consumidores".
Mas o ministro discorda. Ele lembrou que a RGR foi prorrogada a primeira vez em 2002 e que uma nova avaliação dos Ministérios de Minas e Energia e da Fazenda apontou a necessidade de prorrogação. "A RGR possibilitou levar energia elétrica para todos os brasileiros, dentro do programa Luz para Todos, que recebeu muitos recursos da reserva. Toda a rede elétrica foi recuperada com base na RGR", afirmou.

Marílson dos Santos é tricampeão da São Silvestre

SÃO PAULO (Reuters) - Marílson Gomes dos Santos acabou com o jejum brasileiro e venceu a prova masculina da São Silvestre na sexta-feira, tornando-se o único atleta nacional tricampeão. Ele também conquistou as edições de 2003 e 2005 da competição.
Nenhum brasileiro vencia a corrida masculina desde 2006, quando Franck Caldeira levou o título da prova. Marílson superou os quenianos Barnabas Kosgei e James Kipsang, que chegaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

"Eu achava que seria decidido no final, mas melhor para mim, consegui abrir vantagem antes e foi melhor assim", Marílson disse a jornalistas ao cruzar a linha de chegada.
Na versão feminina, a vitória ficou com a queniana Alice Timbilili, que repetiu o feito de 2007, conquistou o bicampeonato e bateu o recorde que pertencia à compatriota Hellen Kimayio, vencedora em 1993.

Simone Alves da Silva ficou na segunda posição e foi a brasileira mais bem colocada na prova, seguida pela queniana Eunice Kirwa, que ficou em terceiro.

"Eu vim para brigar entre as cinco primeiras. Treinei três meses para essa prova e era um sonho subir (no pódio da São Silvestre) ... estou muito feliz de ser a primeira brasileira", afirmou Simone.

A última brasileira a conquistar a São Silvestre foi Lucélia Peres, também em 2006.
Em 2009, os quenianos James Kipsang e Pasalia Kipkoech Chepkorir venceram as provas masculina e feminina, respectivamente.
(Por Bruno Marfinati)

Portugal pune Indústrias Farmacêuticas (Abbott Laboratórios, Menarini Diagnósticos e Johnson & Johnson)

Nota de C&T: Esta é uma amostra que mesmo na Europa tem gente esperta ou talvez "sem maldade", mas as autoridades têm que agir em respeito a sociedade. 
No Brasil o que fazem as autoridades com relação a lei de licitações e seus moldes de aplicabilidade?

Fonte: Visão (Portugal).
http://aeiou.visao.pt/concorrencia-tribunal-confirma-concertacao-de-precos-da-industria-farmaceutica-em-concursos-publicos=f584394
Concorrência: Tribunal confirma concertação de preços da indústria farmaceutica em concursos públicos
Lisboa, 31 dez (Lusa) -- O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão da Autoridade da Concorrência (AdC) contra empresas farmacêuticas por concertação de preços em concursos públicos hospitalares entre 2001 e 2004, informou hoje aquela autoridade.
Há cerca de três anos, a Adc concluiu que a Abbott Laboratórios, a Menarini Diagnósticos e a Johnson & Johnson tinham concertado os preços do Reagente de Determinação de Glicose no Sangue ("tiras reagentes"), uma decisão agora confirmada pelo tribunal.
O acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa foi emitido após recurso da sentença do Tribunal de Comércio de Lisboa interposto por aquelas três arguidas, mantendo a coima de três milhões de euros aplicada pelo Tribunal de Comércio de Lisboa à arguida Abbott Laboratórios, mas reduziu a coima da Menarini Diagnósticos, alegando tratar-se de uma única infração, cometida ao longo de vários anos, e não de várias infrações distintas, baixando a coima para um milhão de euros.

This is what dying of lung cancer looks like.

Nota C&T: Vamos abraçar esta luta em favor da vida. O mundo desenvolvido também luta contra o fumo e as campanhas de conscientização serão o melhor caminho.
Não podemos esquecer  também do mal que as bebidas alcoólicas (sem moderação) têm feito às famílias.

Canadá vai aumentar alertas de saúde nos cigarro.
O Canadá vai colocar alertas maiores nos maços de cigarros, segundo anunciou o governo local nesta quinta-feira (30).

A ministra da Saúde Leona Aglukkaq disse que as advertências vão cobrir três quartos nas partes da frente e de trás das embalagens. Antes, metade do espaço era coberto.

As novas imagens vão incluir avisos sobre doenças relacionadas ao tabaco, como câncer de bexiga, e depoimentos de vítimas de tumores. As embalagens terão também um número de telefone para um serviço de ajuda para quem quer parar de fumar.


No Brasil, a Anvisa abriu consulta pública nesta terça-feira (28) para aumentar as advertências nos maços. A Vigilância Sanitária quer cobrir metade da parte da frente das embalagens com um aviso dizendo que o tabagismo é uma doença e o número do disque-saúde.

"Pesquisas canadenses e internacionais já mostraram que, para serem eficazes, os alertas devem ser chamativos e memoráveis. Eles devem ser críveis e relevantes", afirmou a ministra canadense.

A regulamentação das novas advertências será feita no início de 2011, mas ainda não há cronograma. As fabricantes de cigarros ainda vão poder dar sugestões durante o processo de implementação e as regras devem ser aplicadas gradualmente, disse o governo.
Chris Wattie /Reuters
Uma das imagens a serem usadas nos maços é de Barb Tarbox, ex-modelo canadense que fez campanhas antitabagistas e morreu de câncer de pulmão, em 2003. A família de Tarbox afirmou que um de seus últimos desejos era ter sua foto usada em uma advertência contra o fumo.

Mulher fotografa novo alerta de saúde divulgado pelo governo do Canadá


Fonte: DA REUTERS

Ministros da Dilma começaram mostrando suas práticas.

Nota de C&T: Não vamos ser ingênuos de pensar que só agora isto acontece, mas não podemos aceitar como uma coisa normal. É aí que eu bato na tecla: Falta um choque moral no Brasil e nossos representantes não têm moral para tanto.
Estou torcendo para que nossa presidente eleita, Dilma Rousseff (PT) não se enrole nas próprias pernas, não sei se ela terá a mesma habilidade do ex-torneiro mecânico de ser praticamente inatingível, um fenômeno que nada gruda nele.
O que podemos esperar de um Ministério como este? Estranho a relação feita na matéria abaixo sobre parceria entre Garibalde e a TV que pertence também ao senador José Agripino (DEM), certo que é muito pouco para reduzir o ódio deste Senador para com a situação, mas que o mesmo perdeu fôlego ou se afastou da mídia estrategicamente, é fato.

Ministros agradecem voto com a verba parlamentar
Fonte: FOLHA.COM
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FERNANDA ODILLA
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
Três futuros ministros da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), gastaram parte da verba da cota parlamentar para agradecer a eleitores pelos votos recebidos.
Próximo titular da Previdência, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) usou R$ 23,2 mil da verba indenizatória para mandar 22 mil cartões e veicular mensagem de agradecimento a eleitores nas emissoras de televisão do Rio Grande do Norte.
Luiz Sérgio (PT-RJ), que comandará o Ministério de Relações Institucionais, pagou do próprio bolso os cartões de agradecimento, mas usou o dinheiro da Câmara para bancar a postagem-- R$ 11,2 mil da cota de Correio.
Ato da Mesa da Câmara que regulamenta o uso da cota que os deputados têm direito é explícito ao proibir "gastos de caráter eleitoral".
No Senado, não há referência clara a eleições, mas o ato diz que a verba deve ser usada para pagar "despesas direta e exclusivamente relacionadas ao exercício da função parlamentar", "nos moldes" da Câmara.
ALIADOS
"Agradeço a você pela marca histórica de mais de 1 milhão de votos, prometendo retribuir toda essa confiança com mais trabalho e empenho, por todos os municípios aqui e em Brasília", diz o texto de Garibaldi, que deseja "Feliz Natal e um Ano Novo de grandes alegrias".
O depoimento de 31 segundos gravado pelo senador segue a mesma linha e está sendo exibido em emissoras de aliados políticos.
O futuro ministro pagou R$ 18,5 mil à TV Cabugi, que pertence ao primo e líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e ao sobrinho Aloízio Alves Neto. Também repassou R$ 2,1 mil à Tropical, do senador José Agripino (DEM-RN) e da família dele.
Os gastos com vídeos e cartões constam na prestação de contas de Garibaldi de dezembro e foram contabilizados na rubrica "divulgação da atividade parlamentar".
Luiz Sérgio (PT-RJ) também usou a cota de dezembro para enviar o material de agradecimento, serviço feito numa única agência dos Correios no Rio de Janeiro.
"Quero agradecer a cada um de vocês pela bela votação que obtive neste domingo. Foram 85.660 votos que renovam o meu mandato parlamentar e o meu compromisso com cada um de vocês e com o estado", diz trecho do cartão.
O texto é o mesmo do que está na página do futuro ministro na internet, segundo a assessoria de Luiz Sérgio. A Folha não conseguiu obter cópia do cartão.
Futura ministra dos Direitos Humanos, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) também aproveitou o informativo com balanço de sua atividade parlamentar para agradecer aos eleitores pelos 143 mil votos que recebeu.
Além de desejar "um Natal de paz e um ano novo repleto de realizações", Rosário cita Dilma Rousseff, Tarso Genro (eleito governador do RS) e o senador eleito Paulo Paim (PT-RS).
Ela gastou R$ 14,5 mil em dezembro e R$ 23,8 em novembro numa gráfica de Porto Alegre para confeccionar o material, que traz na apresentação um mapa do Rio Grande do Sul com os municípios onde foi mais votada.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Medidas da ANVISA no combate ao Fumo. O que a sociedade pode fazer?

Nota de C&T: Não quero afirmar que a intenção da ANVISA seja desnecessária, mas temos muito mais a fazer no combate ao fumo do que medidas como a proposta abaixo (artigo publicado por Guilherme Genestreti na Folha.com).  
Tem alguém que fume e não saiba o mal que o fumo faz a saúde? Que ingeri bebida alcoólica que não saiba o mal que ela faz? Agora a conscientização do indivíduo de que este mal pode ser evitado por ele mesmo é outra história.
Campanhas de conscientização, medidas proibitivas que garanta o bem estar de quem não fuma, entre outras, poderão surtir muito mais efeito.
Existe algo mais desagradável para um não fumante do que entrar em um ambiente fechado com o mal cheiro de cigarro? Está no restaurante fazendo uma refeição e a mesa vizinha com uma chaminé ativa? Paquerar uma linda mulher e quando se aproximar da mesma sentir o hálito de cigarro?
O que o Governo pensa com relação aos impostos? Por exemplo: Medicamentos utilizados para tratamento das doenças provocadas pelo fumo e produtos contra o tabaco (nicotina) utilizados por quem quer deixar o vício e outros produtos análogos serem isentos de impostos, inclusive o ICMS, e quanto a perda de arrecadação ser repassada para os fabricantes de cigarros atráves de alíquotas maíores do que já são. Quem pode bancar o vício pode  bancar o tratamento, mas não, quando fica doente com um câncer na garganta, entre muitos outros, o Estado é quem vai bancar os custos.
Para bebida alcoólica tenho a mesma opinião.

Anvisa propõe novos alertas de saúde nos maços de cigarros
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GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou na terça-feira uma proposta para limitar a exposição de derivados de tabaco nos pontos de venda e aumentar os alertas nos maços.
As regras ficarão em consulta pública, para críticas e sugestões, até 31 de março.
Se as normas forem aprovadas, estabelecimentos que vendem esses produtos, como padarias, supermercados e bancas, não poderão expor embalagens de cigarros, charutos e cigarrilhas.
A publicidade em painéis ainda será permitida nos pontos de venda, desde que fique na parte interna dos estabelecimentos e contenha advertência sobre os riscos.
Essas regras só não valem para tabacarias.
A Vigilância também propõe que 50% da face visível dos maços seja coberta por um novo alerta sobre os riscos do tabagismo.
O outro lado do maço continua como hoje, ocupado pela advertência com foto.
No Uruguai, uma lei impõe que 80% da superfície dos maços sejam cobertos por alertas. A fabricante Philip Morris está processando o governo daquele país contra a aplicação da regra.
A Philip Morris foi procurada pela reportagem e não se manifestou sobre a proposta da Anvisa. A Souza Cruz não foi localizada.
COMO É A PROPOSTA
Aromatizantes
Anvisa abriu neste ano consulta pública sobre veto a aromatizantes, alegando que eles tornam o cigarro atrativo para jovens.
Lei antifumo
Locais fechados de uso público são livres de tabaco no Estado de São Paulo desde 2009. Rio, Paraná, Amazonas, Rondônia, Roraima e Paraíba aprovaram leis similares.
Aviso na embalagem
Desde 2003, maços de cigarro devem ter mensagens de venda proibida a menores, além de informações sobre substâncias tóxicas.

Mercado Farmacêutico no Brasil - Resultados nunca visto na história deste país



Nota de C&T: Que mercado é este? Maravilhoso, Tio Patinhas ficaria encantado como investidor no mercado farmacêutico brasileiro.


Artigo na íntegra de Guilherme Barros
Faturamento da indústria farmacêutica será 9,2% maior em 2011, prevê consultoria
Impulsionada pelo aumento da renda da população e pelo câmbio apreciado, a indústria farmacêutica entra em 2011 com a perspectiva de mais um ano positivo em termos de faturamento.
Segundo a consultoria Lafis, o faturamento do setor deverá crescer 9,1% no ano que vem, o que significa algo em torno de R$ 40,1 bilhões. Será o melhor resultado já obtido pelo segmento no País.
“O consumo brasileiro de medicamentos é amplo e pode se estender ainda mais, já que uma parcela significativa da população ainda está fora do mercado por questões de renda”, destacou a consultoria.
Em relação ao número de unidades comercializadas, a Lafis projeta uma alta de 1,5%, totalizando 1,8 bilhões de medicamentos.
Para este ano, a projeção é de um faturamento de R$ 36,7 bilhões e volume de unidades vendidas de 1,77 bilhão.

http://www.colunistas.ig.com.br/guilhermebarros/2010/12/30/faturamento-da-industria-farmaceutica-sera-92-maior-em-2011-preve-consultoria/

Medicamentos inderditados da Rhiaton e Farmace

Nota de C&T: Parabéns a ANVISA, não fez mais do que a sociedade espera. O povo paga caro para que obrigações como esta seja cumprida. Não seria interessante que todo cidadão que ainda tenha em sua cada pelo menos uma embalagem de qualquer medicamento deste fabricante retornasse a farmácia que o vendeu e tivesse seu dinheiro devolvido? A farmácia sabe o que está comprando e de quem, portanto deve ser co-participe do fato.
Anvisa suspende remédios da Rhiaton
Rio - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, em todo o País, a fabricação e comercialização dos medicamentos produzidos pela Rhiaton Indústria e Comércio LTDA. Segundo a Anvisa, a empresa não tem autorização de funcionamento e os produtos não possuíam registro junto ao órgão.

A Anvisa também interditou os lotes DS09C022 e DS091077, do medicamento Dipirona Sódica 500 mg/ml solução oral fabricada pela empresa Farmace Indústria Químico Farmacêutica Cearense, e suspendeu os lotes DS09A001, DS09G058 e DS09G057 do mesmo produto. De acordo com a Anvisa, em ensaios de laboratório, os medicamentos apresentaram resultados insatisfatórios
Fonte: O Dia.

Medicamentos Genéricos, sinônimo de livre concorrência ou não?

Nota de C&T: Desde o lançamento dos primeiros medicamentos genéricos no Brasil eu tenho acompanhado este mercado, como ele tem se comportado e forma como a sociedade tomou conhecimento, os métodos de publicidade e outras coisas a mais que não precisamos entrar em detalhe neste momento. No link a baixo podemos observar um artigo  publicado hoje no Jornal do Brasil e como os demais, sempre falha em alguma coisa, por exemplo: dizer que os Genéricos são mais baratos porque não tem investimentos em pesquisas, oxalá fosse este o motivo, medicamentos seriam muito mais baratos do que são os Genéricos. A precificação de um produto se dá por uma série de fatores, entre muitos dois são muito relevantes: Impostos elevados e Investimento de Marketing. Basta observar o patrocínio de um determinado fabricante com o Corinthias, fala-se de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões). Vai sair de onde este investimento?  Da precificação do produto, do contrário tem algo errado e as autoridades competentes terão que agir com firmeza. No mundo dos negócios não há mágica, dois mais dois são quatro e acabou.
Nada mais relevante no mercado farmacêutico brasileiro, tratando-se de negócios, do que os genéricos, o mesmo ocorre em qualquer país do mundo. Genérico é sinônimo de livre concorrência. No Brasil os resultados foram rápidos e a população entendeu. Outros fatores  merecem discussão posterior, por exemplo: Parcerias público/privadas, reforma tributária que trate medicamento como produto de saúde com carga tributária justa e não como produto de consumo comum, uma ANVISA eficaz na fiscalização das Indústrias com políticas definidas e rígidas com os reincidentes, divulgar as falhas das Indústrias com a mesma ênfase das campanhas pró-genéricos para que a população possa escolher de quem comprar, punir severamente o incentivo à automedicação, acompanhar com rigor as práticas comerciais suspeitas, aumentar o controle sobre a venda de medicamentos tarja vermelha (a exemplo dos antibióticos recentemente), entre outros pontos importantes.
Temos medicamentos similares com preços muitas vezes inferiores aos genéricos. O que a ANVISA, através da CAMED nos explica? O Ministério da Saúde registra produtos sem qualidade? Com doses inferiores ou diferentes das descritas em bula? Muitos similares são produzidos no mesmo tacho dos genéricos e de referência, e aí? Não prestam? São perguntas como estas que a ANVISA precisa responder a sociedade. Porque o Governo Federal controla preço de medicamentos, aliás, único produto com preço máximo (PMC) regulado? Porque o Governo compra um produto da Indústria por R$0,10 (dez centavos) e autoriza a mesma Indústria a vender o mesmo produto em uma farmácia comum por R$ 2,00 (dois reais), este valores são  hipotéticos, mas na realidade é assim que funciona. Medicamento continua muito caro para o consumidor final. Sobre farmácia popular falamos depois.
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2010/12/30/registro-de-remedios-genericos-cresce-cinco-vezes-em-oito-anos/

Merck Serono - Anticorpo monoclonal Cetuximabe.

Nota de C&T: É um histórico como o da Merck Serono que pessoas que têm verdadeira antipatia com a Indústria Farmacêutica devem rever algumas críticas. Neste campo não há inocentes, em nome da ciência muitas atividades antiéticas são praticadas, mas tem benefícios que precisam ser respeitados em nome da ciência, de quem dedica sua vida a ela e daqueles que precisarem.
Para quem precisar utilizar este medicamento desejamos sucesso. Nada melhor do que a prevenção, mas quando não for feita que nos sirva os recursos da ciência.

Artigo extraído do Portal Fator Brasil
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=141908

30/12/2010 - 09:03
Cetuximabe é aprovado pela Anvisa para tratamento do câncer de cabeça e pescoço recorrente e/ou metastático
Medicamento é o primeiro em 30 anos a aumentar a sobrevida de pacientes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o uso do anticorpo monoclonal Cetuximabe, da Merck Serono - uma divisão da Merck, como parte do tratamento para pacientes com tumores de cabeça e pescoço recorrente e/ou metastático, doença com 650 mil novos casos anualmente no mundo e responsável por mais de 350 mil mortes. Mais comum em pessoas acima de 40 anos, esse tipo de câncer atinge três vezes mais os homens do que as mulheres.
O medicamento, que já obteve a aprovação européia para sua comercialização, é o primeiro tratamento em 30 anos a aumentar a sobrevida dos pacientes com tumor recorrente e/ou metastático, quando ele se espalha para outros locais além de sua origem.
O registro da indicação de um determinado medicamento é concedido após a comprovação de sua eficácia e segurança, detectados com a realização de testes e estudos clínicos. O estudo EXTREME (Cetuximabe no tratamento de primeira linha para câncer de cabeça e pescoço recorrente e/ou metastático) foi realizado na Europa com 442 pacientes. Seus resultados mostraram que a utilização conjunta de Cetuximabe e quimioterapia propiciou um aumento de cerca de 3 meses na sobrevida global dos pacientes, com redução de 20% no risco de morte e 46% no risco de progressão da doença.
Também foram aplicados questionários avaliando a qualidade de vida dos pacientes desse estudo e a análise mostrou benefícios relevantes, sem impactos adversos na vida do doente. Uma pesquisa realizada em quatro países, com cerca de dois mil pacientes, revelou que o Cetuximabe tem se tornado tratamento padrão para esse tipo específico de câncer. Entre 2008 e 2009, o uso combinado de quimioterapia e Cetuximabe em pacientes sem tratamento anterior dobrou, substituindo o padrão anterior de tratamento (quimioterapia de forma isolada).
Um levantamento realizado pela área de oncologia clínica do ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde), apontou que cerca de 95% dos pacientes com tumores de cabeça e pescoço são fumantes ou têm histórico da doença, que inclui tumores que ocorrem na cavidade oral, faringe, laringe e cavidades nasais. A boca é uma das áreas mais afetadas. Por ter sintomas abrangentes como dor de garganta persistente e dificuldade para mastigar, esse tipo de câncer é geralmente diagnosticado em estágio avançado, dificultando seu tratamento.
Sobre o Cetuximabe - O Cetuximabe é um anticorpo monoclonal, que tem como alvo o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR). Por fazer parte das chamadas terapias-alvo, seu modo de ação difere dos tratamentos quimioterápicos padrão, já que ele especificamente visa e se une ao EGFR. Essa união inibe a ativação do receptor e a consequente transmissão de sinal que resulta na redução tanto de invasão dos tecidos normais pelas células malignas, bem como na disseminação de tumores em novas áreas. Acredita-se também que o medicamento iniba a capacidade de células malignas de reparar o dano causado pela quimioterapia e radioterapia, além de inibir a formação de novos vasos sanguíneos dentro do tumor, suprimindo o crescimento do tumor.
O efeito colateral mais frequente no uso do Cetuximabe é a irritação da pele, do tipo acne, que parece estar correlacionada a uma boa resposta à terapia. O medicamento já obteve autorização de comercialização em 80 países.
Perfil- A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 60 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química.
Desde 1923, a Merck atua no Brasil e, atualmente, é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do país, de acordo com o IMS Health. Sua sede é no Rio de Janeiro, onde fica também a fábrica de medicamentos. A área Química está localizada na capital paulista e conta com um depósito em Cotia, na Grande São Paulo. No Brasil, a empresa conta com cerca de 1.200 funcionários.
A Merck trabalha sobre dois pilares, o farmacêutico e o químico, e busca o equilíbrio nesses negócios. A área Farma é composta pelas Divisões Merck Serono, Produtos de Consumo e Genéricos. Já a Química é dividida pelos segmentos Performance Chemicals e Cristais Líquidos.
A Merck no mundo - A empresa surgiu no ano de 1668 em Darmstadt, na Alemanha, quando Friedrich Jacob Merck comprou a Farmácia dos Anjos, que ainda pertence à família Merck. Em 1827, começou a produção industrial. Desde 1995, a empresa possui cerca de 30% do seu capital total cotado na Frankfurt Stock Exchange, com 70% pertencentes aos descendentes do fundador. Atualmente, a empresa conta com cerca de 32 mil colaboradores distribuídos por 60 países. Em 2008, sua receita total foi de € 7,6 bilhões e a empresa apresentou lucro recorde de € 1,1 bilhão.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Promessas de Dilma, obrigação nossa de cobrar estes compromissos.

Nota de C&T: O compromisso formalizado, nós brasileiros é que não costumamos acompanhar, cobrar e dá a resposta certa a quem merece. O Brasil tem que continuar bem, mas merecemos muito mais. O que foi feito nos últimos 16 anos não poderá ser desconsiderado ou defendermos que nada foi feito. Foi feito sim, do contrário estaríamos pior do que já estivemos.
Sinceramente, político é tudo igual, basta rever este vídeo.

Revejam promessas feitas por Dilma Rousseff,

Revejam no vídeo abaixo as principais medidas prometidas por Dilma Rousseff antes de sua posse, que ocorre neste sábado (1°).
Ela destacou como metas do seu governo a melhoria em áreas como saúde e segurança, a erradicação da pobreza, o aumento do salário mínimo, a estabilidade econômica, entre outros compromissos.
Fonte: Folha de São Paulo.

Wall Street abre em leve alta: Dow Jones +0,15%, Nasdaq +0,17% - ISTOÉ Dinheiro

Nota de C&T: O vídeo sobre a compra da Mantecorp está muito bom (link abaixo). Mostra o momento fantástico que a Indústria Farmacêutica Nacional está passando. O Brasil é a bola da vez. Outras grandes empresas (EMS, Eurofarma, Cristália, Apsen, Aché, FQM, entre outras) estão na mira de grandes multinacionais, o problema é a lentidão nas tomadas de decisões destes grandes players, enquanto a Hypermarcas tem mostrado que a horizontalização de poder faz a diferença. Enquanto os outros estão pensando a Hypermarcas está agindo.

 Wall Street abre em leve alta: Dow Jones +0,15%, Nasdaq +0,17% - ISTOÉ Dinheiro

Protetor Solar falso, risco para saúde no verão.

Nota de C&T:  Pode aparentar uma bobagem, mas não é. A quantidade de protetores e outros produtos do gênero falsificados no mercado é grande. Além das marcas desconhecidas, muitas produzidas em fundo de quintal, sem registro e sem nenhuma segurança tem se tornado uma ameaça a sociedade. Regiões como o Nordeste que temos muito sol o ano é foco dos falsificadores. Mesmo comprando em farmácias, supermercados e outros estabelecimentos especializados o risco é grande. Tem muito comerciante sem escrúpulo algum quando o foco é o respeito ao consumidor.
Neste verão use somente protetor solar registrado na ANVISA
Falta de registro pode ocasionar graves problemas de saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) alerta a população para a compra de protetores solares falsificados.
Por causa desses produtos que estão à venda no mercado, o Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária (INBRAVISA) reforça o alerta para que a sociedade adquira protetores solares que contenham o registro da ANVISA.

Segundo a ANVISA o consumidor deverá comprar protetores solares em farmácias, supermercados ou em lojas devidamente estabelecidas e jamais devem adquiri-los de ambulantes ou camelos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária pede que a população tenha cuidado com marcas desconhecidas ou com preço muito abaixo da média e os consumidores precisam verificar as informações no rótulo do produto, além disso tem que checar se no protetor solar consta o endereço do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).
Fonte: http://www.jeonline.com.br/

Inflação nos alugueis, maior taxa em 6 anos.

Nota de C&T: O “Dragão” está vivo. Não podemos nos envolver na euforia do final de ano, pura propaganda direcionada ao público que estamos vivendo no país das maravilhas. Hoje mesmo estava assistindo um programa de TV (rede aberta) e um economista alertava de forma muito cautelosa para os riscos da inflação (matéria de otimismo direcionada).O referido entrevistado dava um tom muito político ao momento econômico que estamos vivendo, aos índices de inclusão social, entre outros dados utilizados pelo Governo Federal que garantem a popularidade do Lula e base para o governo da Dilma.
A sociedade é responsável direto por tudo que acontece com uma nação, afinal ela é soberana, nenhum dos atuais gestores estariam onde estão se não por vontade do povo nas urnas. Esta sociedade também será responsável pelo retorno da inflação, basta às classes C e D continuarem achando que estão vivendo em um país de primeiro mundo. Tem muita gente priorizando o consumismo sem priorizar as necessidades. O aluguel é uma realidade no Brasil, milhões de brasileiros que não terão um aumento significativo em sua renda irão amargar este aumento recorde desde 2005.
Pesquisem muito antes de comprar, não tenham medo de trocar de marca. Vejam o exemplo da Indústria Farmacêutica nos últimos 11 anos, sua transformação. Com a entrada dos genéricos, forte propaganda em pró dos genéricos (com interesses políticos é claro), ocorreu uma melhora significativa dos similares (qualidade) e os produtos de referência tiveram que se adequarem a nova realidade se não seria o fim de marcas tradicionais. Este mercado evoluiu muito e a sociedade também lucrou muito, sem contar a economia gerada em favor dos cofres públicos. Tem muito para ser feito? Tem, mas mudou muito.

Inflação do aluguel avança 11,32% em 2010, maior taxa em 6 anos
Alessandra Saraiva, da Agência Estado
A inflação medida pelo IGP-M, indicador muito usado para reajustar preços de aluguel, encerrou este ano com alta de 11,32%, a maior taxa anual desde 2004 (12,41%). O resultado de 2010, anunciado nesta quarta-feira, 29, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é bem diferente do apurado no ano passado, quando o indicador mostrou deflação anual pela primeira vez em sua história, iniciada em 1989 - com queda de 1,72% em 2009. O desempenho anual ficou levemente abaixo das projeções dos analistas consultados pelo AE-Projeções (entre 11,33% e 11,49%). 
Na evolução mensal, o IGP-M perdeu força e saiu de uma elevação de 1,45% em novembro para uma alta de 0,69% em dezembro. A taxa mensal ficou abaixo das estimativas dos analistas procurados pelo AE-Projeções, que aguardavam um aumento entre 0,70% e 0,85%, com mediana das projeções em 0,77%. O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de dezembro foi do dia 21 de novembro a 20 de dezembro.
A FGV anunciou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-M de dezembro. O IPA-M subiu 0,63% este mês, ante elevação de 1,84% em novembro. Por sua vez, o IPC-M apresentou elevação de 0,92% em dezembro, ante aumento de 0,81% em novembro. Já o INCC-M registrou alta de 0,59% em dezembro, ante avanço de 0,36% em novembro.
Atacado
A inflação no atacado apurada pelo IPA-M, que representa 60% do total do IGP-M, terminou 2010 com alta de 13,90%. Em 2009, os preços no setor encerraram o ano com queda de 4,42%.
A disparada nos preços agrícolas em 2010 contribuiu muito para este resultado da inflação atacadista. Isso porque os preços dos produtos agrícolas no atacado subiram 25,29% este ano, após caírem 3,73% em 2009, no âmbito do IGP-M. Já os preços dos produtos industriais registraram aumento de 10,29% no atacado em 2010, em comparação com a queda de 4,74% apurada em 2009.
Varejo
Já no varejo, a inflação junto ao consumidor mensurada pelo IPC-M, que representa 30% do total do IGP-M, encerrou o ano com alta de 6,09%, após avançar 3,97% no ano passado.
Ao analisar a movimentação de preços no âmbito dos produtos, a FGV informou que as altas de preço mais expressivas no varejo, no IGP-M de dezembro, foram registradas em açúcar refinado (10,91%); alcatra (9,11%); e aluguel residencial (1,03%). Já as mais expressivas quedas de preço foram apuradas em batata-inglesa (-10,13%); feijão carioquinha (-12,31%); e melancia (-13,28%).
Fonte: O Estadão

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Governo Lula (PT e uma penca de partidos) deixa muito a desejar com a Saúde e Educação.

Nota de C&T: É muito pouco o resultado positivo do governo Lula para quem governou 8 anos livres de atropelos relevantes, salvos aqueles criados pelo próprio governo, por exemplo o mensalão. Não tivemos oposição, graças a incompetência daqueles que são muito mais adversários pessoais do que opositores políticos. O próprio PT no passado fez oposição obstrutiva aos governos da época e muito pouco politicamente correto, basta avaliar o que deixou de fazer em seu governo de 8 anos, isso mostra a divergência entre discurso e atitude. O próprio governo através do Ministro da Saúde assume que o governo investe pouco na saúde conforme publicado pela Agência Brasil recentemente...
 “O problema é que apenas 40% desses gastos em saúde são públicos. Os outros 60% são recursos da iniciativa privada. Ou seja, quem financia a saúde pública no Brasil são as famílias e as empresas, pois o governo gasta pouco. É essa equação que tem que mudar. Agora de onde vão sair os recursos novos para melhorar o financiamento do sistema público é um problema que cabe ao Congresso Nacional, ao novo governo e à sociedade resolver”.
Fica difícil uma sociedade se desenvolver, mesmo com toda riqueza concentrada como o Brasil, se Educação e Saúde são consideradas precárias, claro, não podemos considerar o Brasil semelhante a muitos outros países como muitos africanos. Duvido muito que até 2016 o Brasil erradique a miséria se não cuidar dos mais de 14 milhões de analfabetos, mais de tantos outros milhões de alfabetizados que não são muito diferentes dos considerados analfabetos.  Basta os letrados (com formação superior) que não tem a menor competência para escolher um representante público a cada 4 anos.
Artigo abaixo tem como fonte:
Da Agência Brasil
Carlos A. Moreno.

Rio de Janeiro, 28 dez (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixa como legado a sua sucessora, Dilma Rousseff, grandes avanços sociais, mas também muito a fazer em áreas como saúde, educação e saneamento básico.

O êxito dos programas de Lula contra a pobreza, que levou cerca de 25 milhões de pessoas a subirem para a classe média, explica a popularidade recorde de 87% com a qual deixa o cargo de presidente.

Lula mostrou que é possível reduzir as históricas desigualdades sociais do Brasil, um dos países com maior concentração de renda do mundo, mas embora tenha avançado significativamente na redução da pobreza, não conseguiu fechar a brecha.

O líder não conseguiu cumprir suas promessas de erradicar o analfabetismo, que em 2009 era representado por 9,7% da população com mais de 15 anos, de aumentar o investimento público na saúde e de melhorar o saneamento básico em um país onde 32 milhões de imóveis ainda carecem de águas e esgoto.

Lula cumpriu grande parte de sua promessa de reduzir a fome e a pobreza com a implantação do Programa Bolsa Família, um subsídio que o Estado distribui entre as famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza, e que o governante pretende apresentar como modelo para outros países em desenvolvimento.

Segundo o balanço de seus oito anos de governo, essa ajuda é distribuída atualmente a 12,7 milhões de famílias com uma renda mensal inferior a US$ 80.

O subsídio, que beneficia cerca de 50 milhões de pessoas, varia desde US$ 13 até US$ 117,6 mensais segundo as necessidades.

Os recursos destinados ao programa aumentaram desde R$ 7,5 bilhões (cerca de US$ 4,4 bilhões) em 2006 a R$ 13 bilhões (cerca de 7,6 bilhões) em 2010.

Segundo o balanço do governo, em 2002, antes que Lula assumisse seu primeiro mandato, o Brasil registrava 55 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, dos quais 24 milhões estavam em condição de miséria.

"Brasil era então a décima economia do mundo, mas também um dos países com pior distribuição de renda e seu índice Geni (que mede a desigualdade) era o terceiro pior em um grupo de 110 países", assegura o texto oficial.

Os programas sociais do governo e o bom ritmo da economia brasileira permitiram que a pobreza atingisse o índice de 24,1% em 2008, e que o de miséria caísse até 6,6% no mesmo período, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

No ritmo atual, o Brasil pode erradicar a miséria em 2016 e alcançar nesse ano índices de pobreza próprios dos países desenvolvidos, segundo uma projeção otimista do Ipea baseada em dados oficiais.

O combate à pobreza permitiu que o Brasil passasse a ser um país majoritariamente de classe média, um segmento que subiu de 37% em 2002 a 54% em 2009, o que equivale a 103 milhões de pessoas.

As políticas de geração de emprego também contribuíram para o sucesso, que permitiram a criação de 15 milhões de postos de trabalho formais em oito anos e a queda do desemprego atingindo 5,7% em novembro deste ano.

Mas apesar dos avanços alcançados em algumas áreas sociais, a educação continua sendo um compromisso pendente.

O analfabetismo caiu cerca de 2% entre 2002 e 2009, o que significa que no país há ainda 14,1 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever, e a taxa de escolaridade se manteve quase no mesmo nível que a do Zimbábue (7,2 anos de estudos).

Um recente relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) situou o Brasil na 53ª posição entre 65 países nos quais avaliaram a qualidade da educação primária.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Novos métodos no diagnóstico do Câncer de Tireoide

Estudo da Unifesp ajuda a
identificar câncer de tireoide
Exame também poderá indicar a agressividade do tumor

Pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) identificaram um conjunto de proteínas que pode ajudar no diagnóstico do câncer de tireoide. A ideia é criar um exame capaz de diferenciar com precisão os nódulos benignos dos malignos, evitando intervenções cirúrgicas desnecessárias. Os testes clínicos começam em janeiro.
Até a década passada, quando a apalpação era a principal forma de detectar nódulos na tireoide, as anomalias eram verificadas em 7% dos adultos. À medida que o exame de ultrassom se tornou comum, nódulos pequenos passaram a ser identificados em mais de 60% dos pacientes.
O desafio hoje é identificar quais lesões são, de fato, perigosas. O método mais usado atualmente é a punção aspirativa por agulha fina (Paaf), que consiste na retirada de células da região para análise no microscópio. O problema é que em 30% dos casos o resultado desse exame é inconclusivo e os pacientes precisam ser submetidos à cirurgia para confirmação do diagnóstico, segundo a geneticista Janete Cerutti, principal autora do estudo.
- Apenas de 5% a 10% dos casos submetidos à cirurgia têm resultado de tumor maligno. A maioria das intervenções é desnecessária, só onera o sistema de saúde.
Em parceria com a John Hopkins University Medical School, dos EUA, Janete descobriu que a existência ou não de determinadas proteínas no material obtido da biópsia cirúrgica estava associada à presença de tumores malignos.
Em testes feitos entre 2002 e 2010, mais de mil possíveis bio-marcadores foram identificados. Os melhores candidatos foram testados em 300 amostras, que representam os diferentes grupos de tumores benignos e malignos de tireoide.
O desenvolvimento do exame passou por várias etapas. A mais recente, publicada no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, apresenta o conjunto de proteínas que, segundo os autores, poderiam determinar com 97% de precisão a presença de um tumor maligno.
Os testes clínicos para o desenvolvimento de um exame pré-cirúrgico serão feitos com amostras coletadas de pacientes do Hospital São Paulo. Além de identificar o câncer, o exame pode indicar a sua agressividade.
Fonte: Agência Estado

Médico no Zimbábue é pago com amendoim

Nota do C&T: Como é bom viver em um país como o Brasil, no período de 1999 a 2009, a quantidade de leitos nos hospitais públicos saltou de 143 mil para 152 mil. Mesmo sabendo que o Brasil não é um exemplo de país que respeita a vida através do modelo de gestão pública atual, basta visitar qualquer hospital público, principalmente aqueles que são “regionais de urgências” e recebem pacientes de diversos Municípios e Estados que podemos confirmar o sofrimento de milhares de brasileiros desassistidos, mas estamos longe de chegarmos ao caos de outras nações.

Por CELIA W. DUGGER
“ CHIDAMOYO, Zimbábue - Carregando galinhas magras, cabras e baldes de milho, pessoas faziam fila na varanda do hospital da missão americana em Chidamoyo, buscando consultas médicas e remédios para serem trocados por seus produtos. Mas a maioria delas chegava carregando sacos de amendoim na cabeça.
A grande capela do hospital está cheia de algo que parece uma enorme duna de areia de amendoim com casca. O hospital converte os amendoins em manteiga de amendoim que é misturada ao mingau servido aos pacientes pela manhã, passada sobre seus lanches à tarde e, na hora do jantar, derretida e misturada com as verduras.
"Estamos literalmente prestando serviços médicos em troca de amendoins!", exclamou a enfermeira californiana Kathy McCarty, que administra este hospital rural, situado a 56 quilômetros da estrada asfaltada mais próxima, desde 1981.
Assim como fizeram inúmeros zimbabuanos, o hospital passou a praticar o escambo em 2008, quando a inflação chegou ao nível mais alto -500.000.000.000%-, tornando sem valor até mesmo cédulas de trilhões e levando os sistemas de saúde e educação à derrocada vertiginosa.
Desde então, após anos de declínio sob a direção do presidente Robert Mugabe, foi formado um governo de partilha do poder, e a economia foi estabilizada. No ano passado, o Zimbábue abandonou sua moeda própria, substituindo-a pelo dólar americano, e a inflação caiu para módicos 3,6%.
Mas um relatório das Nações Unidas dá um indício do longo caminho que o Zimbábue tem pela frente. O país ainda é mais pobre que qualquer um dos 183 países sobre os quais a ONU dispõe de dados relativos à renda.
Para muitos zimbabuanos da zona rural, o dinheiro ainda é algo tão escasso que o Hospital Cristão Chidamoyo, com 85 leitos, continua a permitir que seus pacientes paguem pelo atendimento pelo sistema de permuta. "É muito difícil conseguir esse famoso dólar do qual as pessoas estão falando", disse Esther Chirasasa, 30, que caminhou 12 quilômetros para buscar tratamento para a artrite que a deixa debilitada. Seu filho, Cain, 13, carregou um saco de amendoim para pagar pelo atendimento dela.
Uma pesquisa feita em maio com mais de 4.000 famílias rurais, com uma média de seis pessoas em cada, constatou que elas gastaram em média apenas US$ 8 para todas as suas necessidades em abril. No último quarto de século, a expectativa de vida no Zimbábue, atingido pela Aids e pela miséria, caiu de 61 para 47 anos.
Os pacientes contribuem com produtos agrícolas que cultivam e os animais que criam, e o hospital cuida dos seus ferimentos, trata suas doenças e faz os partos das mulheres. Seus dois médicos e 15 enfermeiros atendem 6.000 pacientes por mês e fornecem medicamentos a 2.000 aidéticos.
O hospital recebe apoio do governo, ele próprio necessitado de receita. Além disso, recebe até US$ 10 mil mensais de igrejas americanas e britânicas. O hospital cobra US$ 1 -ou um quarto de balde de amendoim- por consulta médica. Os hospitais do governo cobram US$ 4 a consulta e só aceitam dinheiro. A regra no hospital é praticar a frugalidade extrema.
Os funcionários esterilizam luvas de borracha com vapor para reutilizá-las e tiram as bolas de algodão de milhares de vidros de comprimidos, usando-as para desinfetar os braços dos pacientes antes de aplicar injeções.
Mas existem limites. Durante a maior parte de 2009, o hospital não teve dinheiro para abastecer-se de sangue. McCarty contou que mulheres com hemorragias pós-parto ou com gravidezes ectópicas rotas foram enviadas a hospitais maiores, mas que também não tinham estoques de sangue. Oito mulheres morreram. Pouco tempo atrás, a ONU começou a pagar por sangue.
Falando ao lado de uma mulher anestesiada, prestes a ser submetida a uma cesárea, o médico Vernon Murenje recorda como era assustador operar sem contar com estoque de sangue. "Você está operando e, ao mesmo tempo, pensando 'e se ocorrer uma perda sanguínea importante?'."
Fonte Folha de São Paulo.

Ministra está defendendo o aborto ou não?

Nota de C&T: Qual é a dificuldade de um político assumir que defende o aborto? A questão é só covardia? Medo de perder voto?

Fonte: Folha de São Paulo.

Não dá para obrigar mulher a ter filho, diz nova ministra

Iriny Lopes afirma que, pessoalmente, defende respeitar a opção de cada mulher

Para a futura ministra de Políticas para as Mulheres, papel do governo federal na questão é cumprir a lei


Sérgio Lima/Folhapress

A deputada federal (PT-ES) e futura ministra Iriny Lopes

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

"Não vejo como obrigar alguém a ter um filho que ela não se sente em condições de ter. Ninguém defende o aborto, é respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar."
Essa é a posição pessoal declarada pela atual deputada federal pelo PT do Espírito Santo e futura ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, 54.
Iriny tem histórico de militante dos direitos humanos e sua declaração toca num dos pontos mais explorados durante a disputa eleitoral.
O tema consta em programa do PT do início do ano. A futura presidente Dilma Rousseff, porém, se disse contrária a mudanças na legislação -que prevê o aborto apenas em caso de estupro ou risco à saúde materna.
Em 2007, durante votação de uma resolução que incluía a descriminalização do aborto no 3º Congresso do PT, Iriny defendeu a proposta.
Indicada ministra, diz que a bola está com o Congresso e com a sociedade. "O governo precisa cumprir a legislação que está em vigor."

 

Folha - Quais são suas propostas no curto prazo?
Iriny Lopes -
Desenvolver políticas que sejam coerentes com o combate à miséria, colocado pela nossa companheira presidenta.
A feminização da pobreza, no Brasil, é algo concreto, não há eficácia no combate se não estiver claro que as mulheres ganham menos, estão mais desempregadas, e que cresce o número de mulheres chefes de família.
É preciso dar empoderamento econômico para garantir sua autonomia.

Como se posicionou frente à polêmica da terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos [PNDH-3]?
Houve uma polêmica exagerada em torno de todos os temas. O governo precisa cumprir a legislação que está em vigor hoje.

A sra. fala sobre o aborto?
Sim. Temos a responsabilidade no zelo da saúde pública, dentro da lei, de não permitir nenhum risco às mães.

O que isso significa? Ampliar locais de abortamento legal?
É garantir o atendimento das mulheres que procurem a rede pública. Os demais debates acontecem na Câmara.

A sra. tem uma posição pessoal sobre o assunto?
Minha posição é que temos que ter muitas políticas de prevenção e de esclarecimento. Agora, eu não vejo como obrigar alguém a ter um filho que ela não se sente em condições de ter. "Ah, é defesa do aborto..."
Ninguém defende o aborto, trata-se de respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar.

Há espaço para discutir o tema, depois da polêmica na campanha eleitoral?
O debate vai durar ainda muito tempo, não é "pa-pum": vamos definir.

A saúde no Brasil e o SUS no novo governo

Nota de C&T: Gostei do artigo abaixo, podemos começar a pensar melhor nas questões básicas de nossa nação, convidar cada amigo, colega, vizinho, irmão, entre outros a repensar mais sobre nossa responsabilidade política. Somos quase 200.000.000 de brasileiros que entregamos  nossos destinos a uma minoria, esta minoria precisa ser fiscalizada por cada cidadão e punida severamente quando errar.A saúde estar neste estado graças a cada um de nós brasileiros que não fazemos individualmente nossa parte. Somos uma nação politicamente analfabeta, pode até ter melhorado com a libertação parcial do cabresto eleitoreiro ou currais, mas não evoluímos politicamente.
Recentemente o governo do Estado de Sergipe inaugurou uma parte da interminável  reforma do Hospital de Urgência, no mesmo momento outras unidades dentro do mesmo complexo não tinha agulha para aplicar uma injeção.
Um dos maiores problemas do serviço público é a falta de competência administrativa. A maioria dos gestores está desempenhando suas funções em virtude de interesses políticos, mas capacidade para gerir com competência não têm.

(artigo transcrito na íntegra publicado (http://www.sindifato.org.br/)

“ No momento em que se forma a equipe do novo governo, manifestamos nossa preocupação com os destinos da saúde no Brasil. Nesses mais de 20 anos da Constituição de 1988 e do SUS, o direito à saúde tem sido violado, postergado e utilizado como artifício para favorecer interesses particulares, sejam eles político-partidários, do mercado, ou mesmo de gestores públicos. Em reunião noticiada na mídia, 25 médicos “aproveitaram” a ida da presidente a sua consulta regular para falar dos problemas da saúde. Foi uma atitude no mínimo antiética, porque a posição médica foi usada para apresentar opiniões e propostas em um momento de fragilidade de qualquer indivíduo, quando ele é um paciente. Essa é uma entre as várias conexões que temos presenciado na formação do novo governo. Contudo, é preciso que as autoridades eleitas ultrapassem os limites dos inúmeros interesses e negociações ao seu redor e ouçam os anseios e o sofrimento da maioria dos cidadãos brasileiros, relembrando a posição da Sociedade, marcada na Constituição Cidadã de 1988.
A situação da saúde no Brasil é gravíssima. A saúde é ineficaz, de baixa qualidade e penaliza diariamente a população. Os sucessivos governos a defendem, mas a tratam como despesa e como problema. O novo governo tem defendido que quer crescimento econômico associado ao desenvolvimento social. Entretanto, desenvolvimento social não se resume a renda e consumo. Como usufruir dos benefícios do crescimento sem saúde?
As propostas apresentadas durante a campanha da presidente eleita, como a expansão da rede através das Upas, estão longe de resolver o problema. O que o governo vai fazer para resolver as filas, a precária infraestrutura da rede pública, o mau atendimento, a falta de acesso a medicamentos, a falta de atenção básica, a falta de profissionais habilitados, a precarização do trabalho? Esses não são problemas localizados e não podem ser resolvidos de forma isolada. É preciso uma estratégia nacional, organizada e integrada entre os níveis de governo.
O principal problema, já reconhecido pela presidente, é a falta de recursos. O gasto público em saúde é muito baixo (menos de US$ 350 per capita – inferior a Argentina, Uruguai, Chile, Costa Rica e Panamá). Do total de gastos em saúde, menos de 50% são públicos. São números muito abaixo daqueles dos países que tem sistemas similares ao SUS, inclusive na América Latina. Se o governo, em tempos de ampliação do papel do Estado, não aumentou os recursos para a saúde, é preocupante como ficaremos agora, quando os ortodoxos falam em corte de gastos e ajuste fiscal.
Saúde não é gasto, é investimento. O governo federal vem reduzindo sua participação nos gastos em saúde, comprometendo o financiamento do SUS. É preciso aprovar a regulamentação da PEC 29 e garantir recursos mínimos e regulares para a saúde, principalmente do nível federal e dos estados. É preciso acabar com a DRU (Desvinculação dos recursos da União) para a saúde, assim como já se decidiu fazer com a educação, permitindo o aumento de recursos. É preciso fazer valer a cobrança do ressarcimento ao SUS pelos planos de saúde, que se arrasta há anos. É preciso rever os subsídios ao pagamento de planos privados. Porque o Estado pode subsidiar o pagamento de planos de saúde da classe média e alta permitindo o desconto no Imposto de Renda e não pode aumentar os recursos para a saúde? Não será mais racional e eficiente investir na saúde de todos do que nos planos privados de 20% da população?
A experiência internacional demonstra que os melhores indicadores de saúde estão nos países onde foram construídos sistemas universais, públicos e com recursos fiscais. Esses sistemas oferecem mais saúde por menos dinheiro, porque se baseiam em objetivos estritamente coletivos, e não são capturados pelos interesses de mercado. Por outro lado, onde prevalecem os interesses de mercado, a saúde é pobre, mesmo que os gastos sejam vultosos. Vale o caso exemplar dos Estados Unidos. A presença forte do Estado não significa eliminar ou subjugar o mercado, mas sim separá-los de fato. Recursos públicos devem ser usados somente, e tão somente, para objetivos públicos.
A saúde no Brasil está profunda e perigosamente privatizada, e esse é um dos motivos pelos quais ela não avança. E o mais dramático é que sua privatização tem sido feita a expensas da defesa de seu funcionamento. Isso precisa mudar com urgência. Instalou-se no Brasil um discurso catastrófico de que o SUS é inviável como previsto e, “como todos nós defendemos o SUS”, a forma de garanti-lo é repassar serviços integrais ao setor privado, sob a alegação de que contratos estão sendo firmados e fiscalizados. Esse discurso e sua prática encobrem uma rede complexa de interesses de empresas, fornecedores e profissionais, do setor público, filantrópico e privado, intermediados por negociações de toda ordem, que tiram dos gestores públicos qualquer controle sobre a atenção à saúde dos cidadãos. O governo precisa auscultar a sociedade, as centenas de movimentos sociais em saúde do país, que vêm denunciando a falsidade desses serviços. São ineficazes, discriminam os pobres, usam os recursos do SUS para, dentro dos serviços, atender pacientes de planos de saúde, pagam mal e submetem profissionais a condições precárias de trabalho, prejudicando o atendimento. O governo precisa realizar uma avaliação criteriosa das iniciativas de repasse ao setor privado, como OSSs, OSCIPS, cooperativas, etc, e verá que elas não estão garantindo mais saúde à população. O aumento da cobertura é apenas um indicador de melhoria dos serviços, mas de nada vale se o serviço é uma porta a mais, sem resolutividade. Minam-se os recursos públicos, sem garantir mais saúde.
A saúde no Brasil não precisa de mais privado, e sim de mais Estado. Assim como o Estado assume o papel de garantir o interesse público no pré-sal, deveria fazer o mesmo no caso da saúde. Um Estado que recupere o lugar da saúde no desenvolvimento nacional, articulando-a com as políticas de Seguridade Social e com outras políticas afins, como a de meio ambiente. Um Estado que fortaleça a cidadania e que seja capaz de chegar com eficiência e qualidade a todos os cidadãos.
A saúde universal e pública não é um mero discurso, nem uma fantasia ideológica. É uma das experiências mais concretas e bem-sucedidas que a sociedade contemporânea construiu. O Brasil trilhou esse caminho, falta agora acertar o passo, aprofundando e ampliando esse caminho para todo o Brasil e todos os brasileiros. Governo e sociedade precisam levar a sério um debate urgente sobre a saúde que queremos."
Fonte: Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes)