05/11/2013
Um ensaio clínico comprovou a eficácia da colchicina no tratamento do primeiro episódio agudo de pericardite e na prevenção de sintomatologia recorrente, avança a Jaba Recordati, em comunicado.
Um ensaio clínico comprovou a eficácia da colchicina no tratamento do primeiro episódio agudo de pericardite e na prevenção de sintomatologia recorrente, avança a Jaba Recordati, em comunicado.
O ensaio clínico levado a cabo por
investigadores italianos revela que a adição de colchicina à terapia
convencional com aspirina ou glucocorticóides reduziu para metade a taxa de
recorrência após primeiro episódio de pericardite aguda.
A colchicina já era usada com sucesso no tratamento da pericardite recorrente, mas este estudo científico veio comprovar resultados conclusivos quanto ao uso desta substância logo no primeiro episódio agudo de pericardite.
A colchicina já era usada com sucesso no tratamento da pericardite recorrente, mas este estudo científico veio comprovar resultados conclusivos quanto ao uso desta substância logo no primeiro episódio agudo de pericardite.
Os autores do ensaio propuseram-se, num estudo
multicêntrico com dupla-ocultação, avaliar, em adultos, o impacto da colchicina
(na dose de 0,5 mg bid, durante três meses para doentes com mais de 70 Kg ou
0,5 mg od, durante três meses com peso inferior a70 Kg) ou placebo em conjunto
com a convencional medicação de aspirina ou ibuprofeno, na persistência ou
recorrência da pericardite.
Foram envolvidos 240 doentes (metade em cada
grupo de estudo). O evento primordial ocorreu em 20 doentes (16.7%) no grupo da
colchicina e em 45 (37.5%) no do placebo (redução relativa de risco de 0.56 (44
%), para um intervalo de confiança de 95%, aos 18 meses. O número de doentes
que é necessário tratar para obter o benefício em avaliação é de quatro, p <
0.001.
A colchicina reduziu a taxa de persistência de sintomas
até às 72 horas (19.2% vs. 40.0%), o número de recorrências por doente e a taxa
de hospitalização (5.0% vs. 14.2%). A colchicina melhorou também a taxa de
remissão na primeira semana (85.0% vs. 58.3%).
Globalmente os eventos adversos e as taxas de
descontinuação da medicação em estudo foram similares aos do grupo placebo. Não
se observaram eventos adversos graves.
Os autores concluem assim que “em doentes com
pericardite, a colchicina, quando adicionada à terapêutica anti-inflamatória
clássica, reduz de forma estatisticamente significativa a persistência ou
recorrência de pericardite.”
Enquadramento
A pericardite é a inflamação sintomática do
pericárdio, de início súbito, com sintomas com a duração de menos de duas
semanas. A real prevalência de pericardite é desconhecida, no entanto pode ser
responsável por 1% das idas às urgências por dor torácica. As causas de
pericardite são múltiplas. Uma infecção viral constitui a causa mais comum de
pericardite nos EUA. A pericardite viral é geralmente precedida por uma
infecção do trato respiratório superior e é tipicamente uma doença autolimitada
que pode ser diagnosticada por testes serológicos de titulação de anticorpos
antivíricos.
A pericardite pode resultar em exsudado
fibrinoso, efusão pericárdica ou tamponamento cardíaco, potencialmente fatal.
Várias doenças sistémicas, nomeadamente auto-imunes, podem dar origem a
pericardite ou efusão pericárdica.
OS AINES são a base terapêutica de tratamento,
aliviando a dor do peito em 85 – 90% dos doentes em poucos dias. O tratamento
deve prosseguir entre 7 a 14 dias, com o intuito de tentar prevenir as
recorrências que se situam na casa dos 30 a 50% dos casos. A colchicina, em
monoterapia ou em combinação com um AINE, é comummente usada em doentes com
sintomas persistentes ou recorrentes, para além dos 14 dias.
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