sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Anvisa suspende 31 lotes de diurético

27 de novembro de 2012

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (27/11), a suspensão da distribuição, comércio e uso, em todo o país, dos lotes 12030260, 12030261, 12030262, 12030263, 12030271, 12040407, 12040408, 12040413, 12040414, 12040415, 12040446, 12040447, 12040448, 12050461, 12050462, 12050463, 12050464, 12050465, 12050466, 12060585, 12060586, 12060587, 12060588, 12060589, 12060590, 12060591, 12060592, 12060593, 12060594, 12060595 e 12060596 do medicamento Hidroclorotiazida 25 mg comprimidos, fabricados pela empresa Instituto de Tecnologia em Fármacos- Farmanguinhos. O medicamento é um diurético utilizado em tratamentos de hipertensão.

Os lotes foram suspensos porque não há dados que comprovem a segurança e eficácia do produto fabricado de forma diversa da avaliada e registrada na Anvisa. Foi constatado que o tamanho da partícula do produto (em virtude da moagem) pode afetar o desempenho do produto e interferir na estabilidade, dissolução e outros requisitos.

A suspensão é definitiva e vale a partir da divulgação da medida no Diário Oficial da União. As pessoas que já tiverem adquirido algum dos lotes suspensos devem interromper o uso.

Imprensa / Anvisa


Nota de C&T:
Farmanguinhos é um laboratório pertencente ao governo brasileiro destinado a fabricação e desenvolvimento de medicamentos. Pertence a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do governo da República Federativa do Brasil. Está localizado no estado do Rio de Janeiro, com dependências em Jacarepaguá Complexo Tecnológico em Medicamentos e em Manguinhos Instituto de Tecnologia em Fármacos.
Tem a obrigação de funcionar dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade. Imagimem o que não passa despercebido.

Nebacetin homenageia um dos casais mais antigos do Brasil

Ação da campanha “O Restaurador” restaura as lembranças fotográficas da família de Dona Otacília e Seu José Francisco.
Casal Otacília e José Francisco, juntos desde 1929
A plataforma digital “O Restaurador”, recém-lançada por Nebacetin®, marca do laboratório farmacêutico Takeda, ofereceu ao público em geral a oportunidade de restaurar, gratuitamente, fotos antigas e danificadas, um elemento importante da história das famílias. Para dar continuidade à ação, Nebacetin® homenageia Dona Otacília e Seu José Francisco, um dos casais mais antigos do país, remontando suas lembranças fotográficas, que resumem 83 anos de um casamento repleto de momentos especiais em família. O conteúdo sobre a restauração das fotografias e a história de vida desse casal transformou-se em um vídeo – produzido pela agência Santa Clara por encomenda da Takeda–, que pode ser visto no https://www.youtube.com/watch?v=R7LYbLYyMS4&feature=g-upl.
O filme contém os melhores momentos do projeto de restauração das fotos do casal homenageado. ”Nebacetin® sempre investiu na comunicação com famílias, focando no conceito do cuidado, atributo importante para o produto. Dessa vez, a proposta de Nebacetin® é a recuperação das memórias e das histórias dessas pessoas. Para apresentar de forma mais tangível a ação digital de ‘O Restaurador’, a marca presta uma homenagem a um casal que tem muitas lembranças, registros e histórias para contar”, revela Juliana Tordin, gerente de marca OTC da Takeda.

Casados há 83 anos, Dona Otacília e Seu José Francisco formam um dos casais mais antigos do Brasil. Eles abriram as portas da sua casa para contar um pouco da história de sua família. Os dois se conheceram e casaram em Poços de Trincheiras, no interior de Alagoas, em 1929. Alguns anos depois, nasceu o primeiro filho. O tempo foi passando e a família crescendo. A seca fez com que Seu José Francisco, a mulher e os 10 filhos, viessem tentar a sorte em São Paulo, onde o casal reside até hoje.

“O cuidado com as famílias está no DNA de Nebacetin®, marca usada há anos para o tratamento de ferimentos. ‘O Restaurador’, em uma analogia ao conceito defendido pela marca, trata um elemento importante para as famílias: imagens que fazem parte das memórias familiares e certamente merecem cuidados”, completa Laís Rosin, diretora de marketing OTC da Takeda.

A plataforma digital “O Restaurador” – hospedada no endereço www.orestauradornebacetin.com.br – está no ar com a proposta de oferecer a restauração gratuita de fotos antigas. A ação tem o objetivo de tratar as imagens antigas com novas tecnologias e está alinhada com a proposta da marca, reforçando seu conceito de comunicação que é “As famílias mudam. O jeito de cuidar não”, adotado desde 2008.

Produto: Nebacetin|Agência: Santa Clara|Título: Restaurando Memórias |Direção de Criação: Fernando Campos, Serginho Lobo\ Criação: Rodrigo Barbosa, Maso Heck, Julio Hirai, Serginho Lobo |Planejamento: Ulisses Zamboni, Marilia Barrichello, Larissa Berbare e Danilo Lima |Aprovação: Laís Rosin, Juliana Tordin e Renan Carvalho |Interatividade: Renato Frey, Cristina Berlanga, Larissa Ferreira |Mídia: Marcio Zorzella, Andrea Weiss, Guilherme Marconi|Atendimento: Janaina Luna, Mariane Preti e Andréia Putini |RTV: Maite Magoga Produção/Filme: Abaporu |Diretora: Mari Araujo |Trilha: Somzera.

Nebacetin®, do laboratório farmacêutico Takeda, oferece opções seguras e eficazes para tratamento de ferimentos na pele. Neba-Sept®, composto pela substância digluconato de clorexidina 1%, é um antisséptico tópico que combate rapidamente as bactérias, ajudando a desinfetar e tratar feridas cutâneas superficiais de pequena extensão. A pomada Nebacetin®, composta pelas substâncias bacitracina zincica e sulfato de neomicina, que possuem ação antibiótica, é indicada para o tratamento de infecções da pele e/ou de mucosas, causadas por diferentes bactérias após ferimentos, cortes (inclusive de cirurgias) e queimaduras pequenas. [ www.nycomed.com.br].

Com sede administrativa localizada em São Paulo e fábrica em Jaguariúna, a Takeda Brasil é uma companhia global japonesa orientada para pesquisas, com foco principal em produtos farmacêuticos. Presente em mais de 70 países, ocupa o 12º lugar no ranking das companhias farmacêuticas globais. A Takeda tem presença consolidada no mercado brasileiro, fabricando e comercializando mais de 40 produtos, distribuídos entre as linhas de prescrição médica (Rx), uso hospitalar e medicamentos isentos de prescrição (OTC), como Neosaldina® (analgésico), Eparema® (digestivo), Nebacetin® (antibactericida), entre outros.

Em julho de 2012, a unidade brasileira anunciou a compra do laboratório Multilab, aumentando o portfólio de produtos e consolidando seu posicionamento no mercado nacional como uma das 10 maiores farmacêuticas do país. As duas marcas (Takeda e Multilab) serão mantidas e o grupo passa a ter no Brasil cerca de 1.800 colaboradores, operando com duas fábricas, em Jaguariúna(SP) e em São Jerônimo (RS). [www.nycomed.com/br].

Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=221598 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Abbott apoia Campanha do Transtorno Bipolar no Brasil

26/11/2012 - 09:46

A campanha nacional de consciencialização sobre o transtorno bipolar da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) tem apoio da Abbott, avança comunicado de imprensa.
O objectivo é incentivar o diagnóstico precoce da doença, que hoje pode tardar mais de 10 anos, por confundir-se com sinais de outras doenças mentais.
O transtorno bipolar manifesta-se principalmente (cerca de 60%) a partir da adolescência (entre 15 e 19 anos) e atinge entre 3% e 8% da população.
Dos cerca de 25% que tentam o suicídio, cerca de 4% se suicidam de facto. Entre os pacientes tratados, o índice de tentativas cai para cerca de 10%.
Os principais sinais e sintomas do transtorno bipolar são:
Sentimento de êxtase, júbilo;
Irritação e agitação;
Pensamento e fala rápida;
Distrair-se facilmente;
Desejo de envolver-se em vários projectos ao mesmo tempo;
Insónia ou pouca necessidade de sono;
Comportamento impulsivo e de risco, como sexo por impulso e sem protecção;
Julgamento prejudicado;
Agressividade e hostilidade.

A maioria dos pacientes também alterna episódios de agitação e euforia com períodos (por vários dias ou mesmo semanas) de profunda tristeza, desânimo, sensação de vazio, perda de interesse em actividades, ou assuntos, que normalmente provocariam prazer; sensação prolongada de cansaço, mudanças nos hábitos alimentares e de padrão de sono, e pensamentos suicidas e de morte.

A ABP conta também com o apoio das sociedades regionais de psiquiatria e irá distribuir material educativo em hospitais e centros médicos, tanto para profissionais de saúde, quanto para pacientes e seus familiares.

A Associação Brasileira de Psiquiatria é uma organização sem fins lucrativos, que representa os psiquiatras brasileiros. A cada ano, a ABP organiza o Congresso Brasileiro de Psiquiatria – o maior evento brasileiro e da América Latina (e o terceiro maior do mundo) da especialidade.

domingo, 25 de novembro de 2012

Operação Gangrena: PF Piauí ouve 18 e três gestões são investigadas

Quatro empresas estão sob investigação. Proprietários estão proibidos de sair do país. Desvio é de R$ 7 milhões

O delegado Regional de Repressão e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Wellington Santiago, confirmou em coletiva que investiga fraudes nos contratos de licitações do pregão 096/2009, que foram utilizados nas administrações dos ex-secretários Assis Carvalho, Telmo Mesquita e Lilian Martins, que levou a um desvio de cerca de R$ 7 milhões. Na operação Gangrena deflagrada nesta manhã 18 pessoas – entre advogado, empresários e servidores – foram levados à sede da PF para prestarem depoimento.

Entre eles está Mário Dias, filho do diretor geral do Dnit, Sebastião Ribeiro, que foi levado a sede da PF.

A Polícia Federal informou que os sete empresários donos de quatro empresas do ramo farmacêutico tiveram suas contas bancárias bloqueadas, veículos apreendidos e estão proibidos de sair do país enquanto a investigação continuar.

Estavam prestando as informações o superintendente da PF, Nivaldo Farias, o procurador da República, Carlos Wagner, o controlador Geral da União, Orlando Vieira de Castro Júnior, o delegado regional de Repressão e Combate ao Crime Organizado, Wellington Santiago, e o delegado Josélio Azevedo, que ajudou nas investigações.

Foram levadas coercitivamente para prestar depoimento 18 envolvidos com o pregão 096/2009 de licitação de medicamentos na área de atenção básica da Secretaria de Saúde.

Entre eles está o advogado Alexandre Nogueira, que, segundo o procurador Carlos Wagner, foi chamado não como advogado mas como gestor público, já que ele era diretor da Central de Licitações do Estado, na época em que o pregão ocorreu.

As investigações começaram em 2011, mas o período investigado é de novembro de 2009 ao primeiro semestre de 2011.

EMPRESA
Valor pago indevidamente (OB-SRP) – R$
G.D.R.L. (Gerafarma)
1.597.963,80
S.D.M.L. (Serrafarma)
2.765.613,80
E.M.M.M.D.M. (Multimed)
1.492.532,44
D.C.R.L. (Distrimed)
1.001.252,54
Total
6.857.362,58

 

"A investigação começou com a Controladoria Geral do Estado, que detectou irregularidades no pregão 096/2009, quando verificou que quatro empresas ganhavam constantemente as licitações em preços por lotes e, ao entregar os medicamentos cobravam por item com um preço muito maior. Inicialmente, foi detectado um desvio de R$ 1,7 milhão. A partir daí, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal entraram no caso", explicou o delegado Wellington Santiago, que comandou a investigações.

Funcionários públicos

De acordo com o delegado, cinco funcionários da Secretaria de Saúde, que ocupam cargos estratégicos, estão afastados.

Wellington não confirmou a participação de gestores públicos no esquema. "Esse desvio transcende gestões. Tem início na do Assis [Carvalho], passando pela de Telmo Mesquita e adentrando a de Lílian Martins. Apreendemos documentos e vamos investigar. Mas, até o momento, não detectamos participação efetiva de gestores. Porém, se houver, serão trazidos à responsabilidade", disse o delegado.

Restituição de valores

O procurador Carlos Wagner informou que foi pedido o bloqueio de bens e de contas bancárias dos empresários e das empresas envolvidas para que, caso haja necessidade, no final das investigações, o Ministério Público possa garantir o ressarcimento dos valores desviados ao erário público.

Os mandados de busca e apreensão e condução coercitiva foram emitidos pela 5ª Vara da Justiça Federal.

O superintendente Nivaldo Farias informou que, a princípio, "não se enxerga relação com incêndio ocorrido no prédio da Sesapi no ano passado". "Mas as investigações sobre o incêndio continuam e também desta operação", pontuou.

Nivaldo revelou que houve um atraso no desencadeamento da operação devido a um conflito de competências. A dúvida é se o processo iria direto para o Supremo Tribunal Federal ou se ficaria na Polícia Federal. Isso gerou um atraso no início das investigações. "Mas não se comprovou necessidade e por isso voltou para a Polícia Federal", explicou.

sábado, 24 de novembro de 2012

Médicos querem intervenção federal na saúde em Sergipe

Entidades analisam competência para fazer pedido à justiça


A classe médica e os enfermeiros, representados por seus respectivos sindicatos e conselhos de classe, defendem a intervenção do Governo Federal e do Poder Judiciário no sistema de saúde pública de Sergipe. Os representantes das entidades médicas e de enfermagem se reuniram na manhã desta sexta-feira, 23, no Conselho Regional de Medicina para avaliar o pedido de intervenção ética no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) oficializado pela superintendente do hospital, Madeleine Ramos.

Na reunião, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CRM), Júlio Seabra, explicou que o conselho [tanto em âmbito regional quanto em âmbito federal] não tem competência para intervir na gestão administrativa do hospital e que a atuação do conselho se restringe a fiscalizar as condições de trabalho da classe médica nas unidades de saúde. O CRM poderia agir, de forma limitada, conforme explica o presidente, em casos de interdição ética atendendo pedido do corpo clínico da unidade de saúde. O que ainda não ocorrer.

Na reunião, as entidades médicas e também representantes dos enfermeiros deixaram clara a posição unânime em defender uma intervenção do Ministério da Saúde e até do Poder Judiciário no sistema de saúde pública de Sergipe, semelhante ao que aconteceu no Rio de Janeiro, onde o Governo Federal assumiu a administração de hospitais administrados pelo Estado.

Segundo João Augusto, representantes da classe médica vão avaliar a questão para identificar qual a entidade que teria legitimidade e competência para solicitar a intervenção federal em todo o sistema de saúde em Sergipe. “Se não tivermos competência para oficializar o pedido, vamos pressionar a entidade que tiver a competência. Acreditamos que o Ministério Público tem a competência”, considerou o presidente do Sindimed.

O promotor de justiça Nilzir Soares Vieira prefere não emitir opinião sobre uma intervenção federal no sistema de saúde pública de Sergipe. Ele acredita que os problemas serão resolvidos a partir do momento em que o Estado a reassumir a administração da saúde pública em Sergipe. Para o promotor, falar em intervenção federal seria precipitação, uma vez que o Ministério Público pretende ajuizar novas ações judiciais para obrigar o estado a reassumir a administração dos hospitais públicos, que atualmente está sob responsabilidade da Fundação Hospitalar de Sergipe (FHS). “A maioria dos problemas passa pela gestão”, considera o promotor. “Analisar a possibilidade de intervenção federal neste momento, seria acreditar que a medida que postulamos não surtiria efeito, fragilizaria o argumento que o Ministério Público apontou na ação cível pública”, considerou.

Por determinação judicial, o Estado tem prazo de 30 dias para reassumir a administração do Hospital de Urgência de Sergipe e da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e prazo de 60 dias para concluir uma interdição fiscalizatória na Fundação Hospitalar de Sergipe (FHS), entidade que atualmente administra os hospitais públicos controlados pelo Estado.

Crise

O diretor clínico do Huse, Marcos Kröger, estava presente na reunião convocada pelo CRM e explicou que o corpo clínico do hospital ainda não se manifestou sobre a questão. O diretor, eleito pelo corpo clínico para assumir o cargo por um mandato de dois anos, ficou surpreso com a postura da superintendente do Huse em formalizar pedido de “intervenção ética” ao Conselho Federal de Medicina.


Kröger informa que levará o assunto para análise do corpo clínico para, posteriormente, anunciar as decisões que deverão ser tomadas a respeito da questão. Mas deixou claro que todos os profissionais estão desenvolvendo as atividades regularmente, apesar de enfrentar dificuldades com a precariedade das condições de trabalho. Para o diretor clínico, os gestores estão buscando meios para responsabilizar, indevidamente, a classe médica pelos desmandos administrativos existentes no Huse.

O diretor clínico fez um desabafo emocionado e denunciou que os próprios profissionais de saúde estão contraindo infecção hospitalar no Huse por falta de condições de trabalho. Ele garante que não há, sequer, água disponível para os profissionais de plantão tomar banho. “Mas o corpo clínico mantém o dever cívico, prestando o melhor atendimento possível e mantém a lutando por melhores condições de trabalho”, considera o diretor clínico.

Por Cássia Santana

Lojistas de shopping discordam de taxa de estacionamento

Eles alegam que medida pode atrapalhar as vendas no Riomar

Os lojistas do shopping Riomar estiveram reunidos na tarde desta sexta-feira, 23, com a superintendência do estabelecimento comercial para questionar sobre taxas de estacionamento, que serão cobradas a partir da próxima segunda-feira, 26. Os 140 proprietários de lojas não concordam com a mudança e alegam que a medida poderá atrapalhar as vendas. Eles aguardam uma posição do shopping.

De acordo com o presidente da Associação de Lojistas do shopping Riomar, Sergio Tavares, a decisão chegou com surpresa para os lojistas. Para ele, o momento é inoportuno para começar a cobrança pelo estacionamento. Ainda segundo Tavares, o momento econômico, o qual estão vivendo, não é ideal para a implementação da cobrança.

“Nós recebemos com muita surpresa essa informação sobre a cobrança do estacionamento. Contudo, esse não é um bom momento para que isso aconteça, porque esse é um momento difícil na economia. As vendas retraíram em função da política de IPI reduzido para linha branca. Além do mais, isso reflete negativamente para o comércio”, diz Tavares.

Ainda segundo Sergio, os lojistas entendem que os clientes sofrerão prejuízos. “Lamentamos que essa medida seja anunciada e por isso nos reunimos com o superintendente. Ele ficou de levar a situação para a esfera superior e vamos aguardar a decisão”, disse.

Questionada se a reunião poderá surtir efeito, a respeito da data determinada para começar a cobrança, a assessoria do shopping Riomar não soube informar se isso será possível.

Cobrança

Os shoppings Jardins e Riomar cobrarão taxas de estacionamento a partir da próxima segunda-feira, 26. O valor cobrado será de R$ 4 para permanecer no local durante 4h.

Por Eliene Andrade

Nota de C&T:
O fato de cobrar estacionamento não vejo nenhum problema, com exceção de Salvador e Aracaju, desconheço outra capital que não cobre estacionamento em Shopping. O valor sim, pode ser discutido. Mas no nosso caso específico, o assunto a ser discutido deve ser outro; A lei que isenta o cidadão aracajuano de pagar estacionamento em shopping (lei municipal 3.348, de maio de 2006).
Pode o Grupo JCPM desrespeitar uma lei municipal? O cidadão mortal pode desrespeitar qualquer lei municipal de Aracaju e ficar impune? O que os representantes do povo, Srs. Vereadores vão fazer? Pode o Grupo JCPM desmoralizar a casa do povo?
Não acredito em prejuízo para lojistas, quem vai ao shopping na sua grande maioria vai para comprar produtos ou serviços e não será a cobrança que os impedirá de comprá-los. Chato mesmo é alguns comerciantes (quiosques) não terem direito a gratuidade, uma vez que eles só consideraram os lojistas merecedores de uma credencial para gratuidade, mas sabemos que isso só acontece quando uma categoria não se mobiliza. Qualquer Quiosque nos Shoppings de Aracaju pagam relativamente por metro quadrado mais do que qualquer loja.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Caminhada pelo Dia Mundial do Diabetes em Aracaju


Caminhada acontece no sábado, dia 24, às 15h30

“Diabetes: Proteja o Nosso Futuro”. Este é o lema da Caminhada pelo Dia Mundial do Diabetes. Vai ser no próximo sábado, a partir das 15h30, saindo da praça do Mini-Golf, onde fica a sede da OAB, até o Parque da Sementeira. A caminhada vai chamar a atenção de que o diabetes pode atingir qualquer pessoa, se não tratado pode ser fatal. Em todo o mundo, pelo menos 245 milhões de pessoas têm diabetes. Em 2030, esse número deve chegar a 380 milhões.

Na capital sergipana estão cadastradas aproximadamente 13 mil pessoas com diabetes que são assistidas pelas 133 equipes do Programa de Saúde da Familia, espalhadas por toda a cidade, além do Ambulatório de Endocrinologia (CEMAR Siqueira Campos) onde todos os portadores do diabetes tipo I, inclusive crianças, são atendidas por uma equipe multiprofissional.

A Secretaria Municipal da Saúde, através dos 17 polos da Academia da Cidade, oferece atividade física, que somada ao tratamento medicamentoso e orientações nutricionais se constitui como os principais pilares para um bom controle desta doença. Na Caminhada do próximo sábado, 24, estará à frente o Dr. Raimundo Sotero, um dos melhores médicos do Estado no tratamento da doença.

Por Ivan Valença

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Acesso a informações sobre fármaco para Alzheimer dá origem ao maior delito de iniciados da história dos EUA


21/11/2012 - 08:31
A procuradoria federal de Manhattan acusou esta quarta-feira uma filial do fundo de investimento 'SAC Capital' de estar na origem do maior delito de iniciados [lucrar com informação a que se teve acesso privilegiado] nos EUA, noticia a AFP, citada pela agência Lusa.

Segundo a acusação, o delito permitiu ganhos ilícitos de 276 milhões de dólares (215 milhões de euros) e em causa está o acesso privilegiado a informações sobre um medicamento contra a doença de Alzheimer.

“As acusações reveladas descrevem desgovernos do princípio ao fim” praticadas em torno das acções de dois laboratórios farmacêuticos, Elan et Wyeth, “de uma amplitude que não tem precedente histórico”, afirmou o procurador federal de Manhattan, Preet Bharara, em comunicado.

O fundo 'CR Intrinsic Investors', filial do 'SAC Capital Advisors', um conselheiro financeiro deste fundo, Mathew Martoma, de 38 anos, um outro conselheiro não identificado, bem como um professor de Neurologia, Sidney Gilman, de 80 anos, estão acusados pela comissão reguladora do mercado de capitais (SEC, na sigla em Inglês) e pelo Governo dos EUA.

Na queixa adianta-se que as operações bolsistas realizadas depois de acesso privilegiado a informações confidenciais “negativas sobre os ensaios clínicos de um tratamento contra a doença de Alzheimer” antes da sua difusão oficial, em 29 de Julho de 2008, permitiram gerar ganhos ilícitos ou evitar perdas bolsistas quantificadas em 276 milhões de dólares (215 milhões de euros).

Este medicamento contra a doença de Alzheimer, perturbação neurológica muito generalizada, foi concebido conjuntamente pelos laboratórios Elan e Wyeth (grupo Pfizer) e apresentava um potencial financeiro enorme. Gilman estava encarregado da supervisão dos ensaios clínicos.


Segundo o Wall Street Journal, que cita fontes próximas do dossier, o conselheiro financeiro não identificado visado pela acusação é o próprio fundador do fundo 'SAC Capital', Steven Cohen, uma estrela de Wall Street e um ávido coleccionador de arte contemporânea.


Os montantes envolvidos colocam este delito claramente acima do caso Galleon, que era até agora o maior caso de delito de iniciados alguma vez descoberto nos EUA.

O fundador do fundo Galleon, Raj Rajaratnam, de 54 anos, foi condenado em 2011 a uma pena recorde de 11 anos de prisão, por ter criado uma rede de informadores que lhe tinham permitido um ganho de 72 milhões de euros dólares de lucros ilícitos na bolsa.

O gabinete do procurador de Nova Iorque indicou na terça-feira que os seus serviços tinham chegado a um acordo com Gilman, que fez uma confissão completa e vai restituir 186.781 dólares, correspondentes aos “ganhos realizados durante as consultas” ligadas ao medicamento contra a doença de Alzheimer, o Bapineuzumab, que qual dirigia os ensaios clínicos.

Gilman não será perseguido.

Martoma e Gilman encontraram-se durante reuniões entre 2006 e 2008, que tinham sido organizadas por uma firma de analistas, oportunidade em que Gilman comunicou informações confidenciais a Martoma.



Estas informações permitiram a Martoma e ao investidor desconhecido a venda de posições na Wyeth e Élan, no montante de 700 milhões de dólares, antes da divulgação das más notícias sobre os ensaios clínicos, que fizeram cair as acções dos dois grupos.

Sanofi aposta no mercado brasileiro

19/11/2012 - 12:44

Após passar a maior parte da sua história focado na Europa, na América do Norte e no Japão, o grupo farmacêutico francês Sanofi, um dos líderes mundiais do sector farmacêutico, prefere agora examinar ao microscópio os mercados emergentes, que já totalizam 31% da facturação da multinacional e são responsáveis por 70% do crescimento das vendas da companhia, avança o site brasileiro Valor Econômico.

O peso desses países nas contas do grupo – que foi de 10,1 mil milhões de euros no ano passado – tem vindo a aumentar rapidamente. Até ao final desta década, os emergentes vão "certamente" representar metade da facturação da companhia, disse ao Valor Econômico Christopher Viehbacher, CEO da Sanofi. Antes, a empresa, com vendas globais de 33,4 mil milhões de euros, interessava-se apenas "de maneira pontual" por esses mercados.


"Apesar de sermos uma empresa europeia, a Europa totaliza hoje 22% da nossa facturação. Há apenas três anos, essa participação era de 33%", disse. Na Europa, as vendas caíram 6,4% no primeiro semestre deste ano. Em França, o grupo tem enfrentado críticas de sindicatos e do próprio governo após o anúncio, recente, de que prevê cortar 914 postos de trabalho no país.


As expectativas – e os resultados – na Europa são bem diferentes da situação nos emergentes, que para o CEO do grupo, poderiam ser chamados de "mercados entusiasmantes". Não foi por acaso que a Sanofi organizou em Paris um evento sobre esses mercados, com jornalistas da China, Índia, Rússia, América Latina e países árabes. Essas regiões, onde as vendas aumentaram 10,4% no ano passado, são hoje uma das "plataformas de crescimento" do grupo francês.


O Brasil, com uma facturação de 1,5 mil milhões de euros, tem posição de destaque nesse bloco. É a maior operação da Sanofi nos países emergentes. E também está entre os cinco principais mercados do grupo no mundo. As vendas no Brasil, onde o grupo francês afirma ser líder, cresceram quase 17% no ano passado (na América Latina, o aumento foi de 18,1%). E pensar que essa região, num passado recente, entrava ainda na categoria "resto do mundo" nas contas do grupo, sem ter os seus números especificados separadamente.


Com a inauguração, em 2013, de uma fábrica de hormonas genéricas da Medley, controlada pela Sanofi, em Brasília, que prevê uma produção inicial de 50 milhões de unidades, o Brasil terá a maior plataforma industrial do grupo fora da França. Hoje, são quatro fábricas no interior de São Paulo (uma da Sanofi Farma, duas de genéricos da Medley e uma da Merial, de saúde animal). A fatcturação no Brasil, no entanto, ainda representa metade do registado em França.

"O Brasil é muito importante para nós e vamos continuar a investir em pesquisas e desenvolvimento (P&D)", afirmou Viehbacher, ressaltando que essa é uma área onde faltam recursos em geral no país. A Sanofi não revela os montantes previstos. No período de 2004 a 2011, o grupo investiu 85 milhões de dólares em pesquisas no país. A América Latina também deverá receber novos investimentos, disse o CEO do grupo.


O Brasil representa sozinho 43,9% da facturação da Sanofi nos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). As vendas nesse bloco cresceram quase 20% em 2011. Apesar do excelente desempenho desse grupo, a Sanofi também está de olho noutros mercados emergentes.


"Algumas empresas concentram as suas acções nos Brics. Mas há outros países ao redor dos Brics que estão a começar a crescer. O Vietname, por exemplo, está a tornar-se um mercado extremamente importante e Colômbia também. É necessário olhar fora dos Brics", afirmou Viehbacher. Em Outubro, a companhia francesa anunciou a compra do fabricante colombiano de medicamentos Genfar. O valor da operação não foi revelado.


Além disso, para o presidente da farmacêutica, os países dos Brics estão a tornar-se "novas plataformas de crescimento", com o desenvolvimento do comércio entre emergentes. Como a Sanofi privilegia a produção local – 90% das vendas nos emergentes são produzidas nesses países – isso abre perspectivas de negócios entre esses mercados. A fábrica em Suzano, da divisão Sanofi Farma, uma das maiores do grupo no mundo, exporta para a América Latina e também para países asiáticos.


"Comenta-se que as economias emergentes estão desacelerando. Acho que o potencial desses países está só começando com essas novas rotas comerciais", disse Viehbacher.

Em Dezembro, o executivo completará quatro anos no comando da Sanofi. Viehbacher mudou o modelo empresarial do grupo, baseado em medicamentos célebres, "que estava em crise", disse.
Sob a sua gestão, os emergentes também passaram a ganhar destaque. A nova estratégia adoptada é a de criar uma carteira de produtos "muito vasta" e actuar em várias áreas com forte potencial de crescimento ao mesmo tempo, como saúde animal (em razão do aumento de consumo de carne nos países emergentes), vacinas, medicamentos que não precisam de receita, além de "produtos inovadores".

Os emergentes também desempenham um papel na estratégia de ter um grande número de produtos. "Não há consumidores globais. Cada país deve ter linhas específicas de produtos", afirmou Viehbacher.


O executivo não mudou apenas o modelo empresarial da Sanofi. Nos últimos quatro anos, o grupo realizou cerca de 120 negócios, entre aquisições e também parcerias com outras empresas e institutos de pesquisas. As aquisições (cerca de 30) totalizaram nesse curto período 23 mil milhões de euros. A farmacêutica francesa informa que vai continuar a gastar entre mil milhões de euros e 2 mil milhões de euros por ano em "aquisições complementares" em diferentes partes do mundo. Com o maior peso dos emergentes na facturação do grupo, pode prever-se onde boa parte delas operações deverão ser realizadas.


Mercado sergipano vem crescendo na área da homeopatia


No dia 21 de novembro é comemorado o Dia da Homeopatia. Uma área que vem crescendo em Sergipe, pela grande procura dos pacientes por respostas eficazes aos tratamentos. A homeopatia consiste em tratamentos alternativos para problemas desde dores, problemas crônicos, até doenças como câncer.

Tenho paixão pela homeopatia, pois me sinto essencial nessa área. A afirmação é da farmacêutica Francy Gomes, que trabalha há 15 anos neste ramo. Segundo a farmacêutica, Sergipe tem muito mercado nesta área. O mercado em Aracaju é ótimo, pois nem grandes centros como Fortaleza possui a quantidade de homeopatas qualificados como aqui. A procura tem aumentado muito nos últimos anos por este tipo de tratamento, explica.

Segundo a farmacêutica um dos motivos para o aumento da procura é a resposta rápida do tratamento sem efeitos colaterais. Os medicamentos homeopáticos são menos agressivos que os alopáticos e as doses são exatas para cada pessoa, o que o torna mais eficaz e seguro o tratamento.

Para Francy Gomes, a grande diferença dos medicamentos homeopáticos para os convencionais é a técnica do preparo. O tratamento é individualizado. Tenho uma gastrite, o médico passa o mesmo medicamento para milhões de pessoas. Na homeopatia,é levado em consideração o histórico do paciente, as suas características e condições de vida, ressalta.

Preparo

O medicamento homeopático é formulado de acordo com a análise do médico que leva em consideração suas contra-indicações e até hábitos diários a fim de chegar a um remédio que irá atingir os melhores resultados. O tratamento mais procurado na homeopatia é para alergias, principalmente, em crianças.

A farmacêutica garante que não há efeitos colaterais indesejados. O que pode ocorrer são agravações que acontecem, pois o medicamento coloca para fora tudo que é latente. Os homeopáticos são preparados de forma diferente, e podem ter origem vegetal ou biológica. Além disso, medicamento precisa ser diluído e dinamizado, explica.

De acordo com Francy, o farmacêutico é de grande importância na preparação destes medicamentos. Ela também destaca a forte relação entre o médico homeopata e o farmacêutico. A relação médico e farmacêutico na homeopatia é muito forte, pois o médico tem a necessidade de sempre está em contato com o farmacêutico e vice-versa. Uma relação muito boa em que o nosso trabalho é reconhecido, afirma.

O reconhecimento dos pacientes é para a farmacêutica a maior gratificação de trabalhar nesta área. Coloco a mão na massa preparando o medicamento. Pegar uma substância simples e transformar em um medicamento homeopático é maravilho, e mais ainda é o retorno dos pacientes. É gratificante este reconhecimento que vem dos médicos e dos pacientes, conclui .

Assessoria de imprensa do CRF/SE

Fonte: http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=153147

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Interesses corporativos criam restrições no mercado

Por André Luis Melo

No mundo há 2.200 faculdades de direito, destas 1.200 estão no Brasil. Ou seja, mais da metade das faculdades de direito do mundo estão no país, mas alguns alegam que falta assistência jurídica no Brasil. Seria como alegar que mais da metade das faculdades de medicina do mundo estão no Brasil, mas ainda falta assistência médica.

De fato, não são faculdades de advocacia, ou seja, nem todos formados em Direito serão advogados. Mas, mesmo assim, temos quase 800 mil advogados e quase cinco milhões de bacharéis em direito formados. Contudo, mesmo com a triagem do Exame da OAB temos um advogado para 250 habitantes no Brasil. Apesar disso ainda alega-se que falta assistência jurídica no Brasil. Como explicar isto?

Ocorre que há fortes interesses e lobbies para fomentar este mercado de serviço de assistência jurídica. De um lado temos a tabela de honorários mínimos da OAB juntamente com a proibição de se usar publicidade em rádio e TV e restringir nos demais veículos. Estas normas são impostas pela OAB com base em atos administrativos, sem previsão legal, embora não tenha poder resolutivo, apenas normativo. A OAB elaborou o seu “código de ética” e criou obrigações e vedações sem previsão legal, ou seja, revogou a norma constitucional que estabelece que ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo em virtude de lei (artigo 5º, II, da CF).

Com essa medida os escritórios mais tradicionais e que ocupam cargos estratégicos em órgãos da OAB elaboraram regras que impedem o livre acesso ao mercado de trabalho, porém asseguram a sobrevivência dos escritórios mais tradicionais sem concorrência dos mais jovens, pois isso é considerado como “antiético” . Em suma, fiscalizam valores cobrados em vez de qualidade do trabalho.

Isso acaba prejudicando o acesso da população aos serviços advocatícios, pois é uma barreira. É claro que se o trabalho do advogado está comprovadamente ruim, a OAB pode puni-lo, mas não se pode presumir que o valor seja a prova da qualidade. Nem mesmo vedar publicidade em razão da liberdade de informação.

Seria como se a TAM e a GOL, já conhecidas do público, e que integram majoritariamente a OAB (Ordem da Aviação Brasileira), decidissem que não se pode mais fazer publicidade, e fixariam o preço mínimo das passagens. Com isso, as empresas menores praticamente seriam extintas, pois não seriam conhecidas, uma vez que as pessoas conheciam mais as duas mais tradicionais.

Um médico recém formado pode cobrar o valor que quiser pela consulta e anunciar em todos os veículos de comunicação, desde que não seja publicidade abusiva, o que é prudente. Mas, no caso da advocacia um jovem advogado tem que cobrar a tabela da OAB, sob pena de infração profissional, conforme artigo 41 do Código de Ética, além de não poder anunciar em TV e rádio. E nos demais veículos de comunicação pode anunciar, em regra, apenas em veículos destinados para outros advogados e não para a comunidade.

Além disso, se montar uma ONG para prestar assistência jurídica, também tem vedação em normas administrativas da OAB, a qual presume captação de clientes, mesmo sem provas cabais, o que entende ser vedado. É a presunção da culpa, e nesse ponto, a OAB que sempre defendeu a presunção da inocência inverte o seu pensamento. Uma ONG de defesa dos direitos humanos não pode prestar assistência jurídica nem informação à população?

Em razão dessas regras administrativas, o jovem advogado não consegue adentrar no mercado de trabalho e então apenas lhe resta estudar para concurso ou trabalhar em algum escritório já estruturado. Mas então passa a ser vítima da autofagia profissional, pois normalmente não existe piso salarial para advogado empregado e para agravar ainda mais a OAB sem previsão legal criou por ato administrativo a figura do “advogado associado”, o qual não é empregado nem sócio.

Se o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicar uma tabela de honorários médicos mínimos, é multado e seus dirigentes são presos sob alegação de infração à ordem econômica e formação de cartel e quadrilha, mas a OAB pode ter tabela de honorários mínimos para cada estado (seccional). Alegam que a relação do paciente com o médico é de consumo, mas com o advogado não, pois advocacia é função social. Não sabia que a medicina não era uma função social. Ademais, se a advocacia é função social, logo por isso não pode ter tabela de honorários mínimos e obrigatórios, sob pena de punição. A Lei 8.906/1994 fala em honorários, mas não tem as expressões “mínimos” e “ obrigatórios”.

Ainda não caminhamos no Brasil para os grandes escritórios, os quais podem empregar com planos de carreira. Em geral, há um trabalho ainda artesanal. Outrossim, nos Conselhos da OAB prevalecem os advogados patrões (sócios) e os advogados servidores públicos. Não há espaço para advogados empregados, notadamente, empregados de outros advogados, muito menos para advogados associados. Logo, as normas não são para beneficiar essas categorias mais frágeis. Tanto é que a OAB não considera infração ética contratar advogado (colega) abaixo de um piso salarial razoável, o qual até pode ser fixado pelas Seccionais.

Se algum advogado desejar cobrar oficialmente abaixo da tabela de honorários deve pedir autorização, caso a caso, na sede localizada na capital do estado, a qual não tem prazo para responder, conforme ato administrativo da OAB, sem previsão legal.

A assistência jurídica gratuita no Brasil confunde-se com uma espécie de “assistencialismo” jurídico, em que foca no prestador do serviço e não no usuário. É como se tivéssemos uma estrutura para defender os baixos, mas não existissem critérios para definir quem é baixo, logo nem quem é baixo saberia como pedir ou contestar desvios. No Brasil, a assistência jurídica atende a bel prazer de juízes e advogados (defensores públicos). O pobre acaba virando apenas um meio de se vender o serviço e quem define quem é pobre ou não é o prestador de serviço e não o usuário nem a lei.

Nesse sentido, o Constituinte criou a Defensoria Pública que teria como missão prestar assistência jurídica aos carentes. Ocorre que em razão do lobby da corporação e da ligação do governo federal do PT com sindicatos de servidores públicos vem prevalecendo um foco na autonomia do prestador do serviço e não na autonomia do usuário, inclusive com medidas que visam estabelecer uma exclusividade de atendimento, uma espécie de monopólio.

Em razão disso OAB e Defensoria iniciaram uma disputa pelas verbas que são destinadas a este serviço e consequentemente uma discussão para saber quem é o dono dos pobres. A OAB defende um sistema de “duopólio de pobre” em que Defensoria e Advogados dativos dividiriam os pobres. Nem mesmo no modelo de advogado dativo há direito do cidadão escolher o seu advogado na lista, pois há uma disputa entre juízes e OAB para definir quem nomeia o advogado dativo, inclusive alguns sustentando a ordem cronológica, tudo para evitar a concorrência e manter redutos de poder, ainda que isto viole o direito de ampla defesa e escolha por parte do cidadão.

Curiosíssimo é que o discurso da OAB para questionar várias medidas é no sentido de que “violam o princípio da confiança entre advogado e cliente”, mas quando se trata do advogado dativo é normal que a escolha seja por ordem cronológica na lista e não por decisão do cidadão. Também não se tem exigido a comprovação da carência, e em alguns casos nem mesmo a declaração de pobreza. Em MG estima-se que em 2012 será pago mais de um bilhão de reais apenas para pagamento de advogados dativos, mas sem nenhuma comprovação de carência e sem que o Estado seja intimado no processo para constatar se o beneficiado é pobre, ou se a matéria é relevante.

Na verdade, os órgãos da OAB são compostos por advogados com o seu mercado assegurado e que não atuam como advogado dativo. Logo, não têm muito interesse nesse tema, mas publicamente alegam estar interessados, pois temem perder votos originários dos pequenos escritórios e que costumam depender deste serviço de advogado dativo. Os escritórios mais consagrados temem que os mais novos cresçam rapidamente e adentrem no seu nicho mais seletivo de clientes concorrendo com os mais tradicionais.

Geralmente em todas as palestras esses mais tradicionais falam para os mais jovens: “ esperem a sua vez”, ou seja, “não concorram conosco”.

Nesse caos é comum “justiça gratuita” para médicos, empresários, juízes, desembargadores, dentistas, advogados, fazendeiros e outras categorias privilegiadas para o nosso contexto.

Já a Defensoria sustenta que tem exclusividade, espécie de monopólio, do atendimento jurídico aos carentes, logo é uma espécie de “dona dos pobres”, ou “senhora dos pobres”, como a Secretaria de Reforma do Judiciário afirma e acha natural, nem sendo necessário identificar o que seria carente. Em razão disso é comum ver casos de ações para impedir que outros segmentos atendam aos carentes, como municípios, ONGs e terceiros.

Chegamos ao paradoxo de se permitir a terceirização da execução penal (APACs), ou seja, transferir para ONGs o poder punitivo do Estado, mas não se poder terceirizar a assistência jurídica, nem fazer parcerias com outros setores.

Infelizmente, nesse fogo cruzado das duas Instituições, o que se observa é uma omissão e violação aos direitos humanos por parte do governo federal, que não estabelece medidas para descentralizar a assistência jurídica e combater as medidas ilegais que tentam criar reserva de mercado, violando o direito de escolha.

Além disso, temos a omissão do MEC que não estabelece políticas para implantação de cursos de Direito nas regiões mais pobres. Apenas aguarda faculdades protocolarizarem pedidos no balcão do MEC, as quais apenas querem montarem cursos nas regiões mais ricas. O ideal seria o MEC levantar os locais com menor número proporcional de advogados e estimular que se abram cursos de Direito naquela região.

Também há o problema da reserva do mercado e os lobbies no Legislativo com apoio até de órgãos do Ministério da Justiça, como no caso da necessidade de advogado para formalizar divórcio consensual em cartórios extrajudiciais, mesmo sem filhos menores e sem bens. Ora, qual o risco para o casal que deseja divorciar sem bens e sem filhos para justificar a assistência jurídica? No entanto, o Ministério da Justiça apoiou Projeto de Lei para incluir “defensor público” para homologação de divórcios em lugar de apoiar a exclusão total. Na verdade, nem precisaria incluir a expressão “defensor público”, pois o termo “advogado” já abrangia essa situação. No entanto, como não querem ser tratados como advogados, fizeram essa relevante mudança através da Lei 11.965/2009. Ou seja, a máquina legislativa foi movimentada apenas para atender aos interesses das corporações que prestam serviço e não do usuário do serviço.

Seria como se o governo dissesse aos laboratórios de farmácia que eles iriam definir livremente os seus preços e se fiscalizarem, e seriam Super Farmacêuticos com reserva de mercado e poderiam impedir outros de atuarem, e venderiam os seus serviços, mas cobrariam do Estado sem controle algum, sem necessidade de comprovar carência e com poderes quase policiais, impedindo ONGs e municípios de colaborarem no serviço.

Tanto monopólio como duopólio de pobre são absurdos, sendo que o ideal é a criação de uma rede de atendimento e estimulando medidas inclusive com estímulos tributários e de organização da sociedade em ONGs para defesas dos seus direitos.

Em suma, não temos falta de assistência jurídica, mas uma desorganização no sistema em razão de interesses corporativistas que tentam criar restrições ao mercado como tabela de honorários, vedação de publicidade, proibição de reorganização e até mesmo uma política governamental que estimula a criação de reserva de mercado em serviço essencial, sendo necessária a implantação de uma rede de assistência jurídica com vários legitimados para assistência jurídica, com comprovação da carência.

André Luis Melo é promotor de Justiça em Minas Gerais, professor universitário e mestre em Direito.

Revista Consultor Jurídico, 18 de novembro de 2012
Fonte: http://www.conjur.com.br/2012-nov-18/andre-melo-interesses-corporativos-criam-restricoes-mercado