04/07/2012 - 08:07
Um potente anti-inflamatório capaz de aliviar dores de difícil controlo está a ser desenvolvido por investigadores do Instituto Butantan, no Brasil. Os primeiros testes em animais comprovaram a eficácia do medicamento, que usa uma proteína presente no sangue, avança o Diário Digital.
De acordo com Renata Giorgi, do Laboratório de Fisiopatologia do instituto, essa descoberta é um avanço em relação às drogas disponíveis no mercado, pois, além de ser mais potente, pode ser administrada por via oral.
“Descobrimos que algumas células dos glóbulos brancos contêm uma proteína capaz de inibir a dor proveniente de processo inflamatório. Com a síntese de um excerto dessa proteína, conseguimos que houvesse viabilidade de administração”, disse a cientista.
Segundo Giorgi, o tratamento de dores crónicas, de lesão de nervos, é difícil, pois algumas drogas, como a morfina, perdem a efectividade com o tempo.
A cientista destacou que o estudo é inovador ao sintetizar uma proteína, chamada ligante de cálcio S100A9, produzida pelo próprio organismo. “Isso demonstra que, em determinadas condições, o próprio organismo tem capacidade de controlar a dor”, disse. Para produzir o medicamento, os cientistas identificaram que apenas um pequeno pedaço da proteína é suficiente, o que viabiliza os custos de produção. “Em termos de proporção de dose, essa droga é mais potente”, declarou Giorgi.
“Estes, no entanto, são apenas as experiências básicas”, reforçou. A pesquisa parte agora para os testes de toxicidade. “Antes de qualquer coisa, tem que se realizado o estudo toxicológico. Estamos numa fase de programar o início desses estudos. Hoje em dia, leva algo em torno de 20 anos para se comprovar a eficácia de uma droga e conseguir colocá-la no mercado como medicamento”, destacou Giorgi. Os estudos, que tiverem início há dez anos, continuam ainda com testes em animais.
Serão feitos ainda levantamentos sobre o nível de tolerância do medicamento. “O paciente que é submetido à droga que tem efeito analgésico pode, à medida que vai sendo administrada, ficar tolerante ao medicamento. Então, tem que ser aumentada a dose para que se tenha o efeito desejado. Ainda vamos fazer esses estudos”, informou a investigadora
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