Para Cida Garcêz, projeto vai reduzir atrasos noatendimento (Foto: Divulgação/Câmara Municipal) |
Sindicato dos médicos acha difícil cumprir medida; categoria é contra
A vereadora Cida Garcêz
(SDD) apresentou um projeto na Câmara Municipal de Goiânia pedindo que
as visitas de propagandistas de produtos farmacêuticos a consultórios médicos
não ocorram mais no intervalo das consultas. Segundo ela, a proposta evitaria
atrasos em atendimentos a pacientes com horário marcado. A parlamentar conta que teve
a ideia após receber reclamações de pacientes e, também, após ter passado pelo problema. "As pessoas nos procuraram dizendo que esses representantes
ficam de 30 a 40 minutos dentro do consultório, atrapalhando o pessoal que fica
na fila. Eu mesmo já tive problemas com isso e até conversei com meu
cardiologista", disse ao G1.
De
acordo com o projeto, apresentado há uma semana, os médicos devem receber os
representantes em horário pré-agendado, antes ou depois do período destinado ao
atendimento dos pacientes. Além disso, este horário deve ficar em local visível
nas clínicas e consultórios. O projeto prevê multa de R$ 1 mil para os
hospitais ou clínicas que descumprirem a lei.
Antes
de ir para votação, o texto da vereadora será analisado pelas comissões de
Constituição e Justiça e de Redação. A expectativa é de que esse trâmite dure
até dois meses.
Rotina
O presidente do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), Rafael Cardozo Martinez, considera a ideia interessante, mas acredita que seja difícil cumpri-la, principalmente em relação à rotina diferenciada a que o médico se submete durante o seu expediente.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), Rafael Cardozo Martinez, considera a ideia interessante, mas acredita que seja difícil cumpri-la, principalmente em relação à rotina diferenciada a que o médico se submete durante o seu expediente.
"O
médico atende a esses representantes na medida de suas disponibilidades. Acho
que se for para tornar essa relação mais transparente, o projeto é válido. Mas
é complicado. É um intervalo rápido, como ir ao banheiro ou atender um
telefone. Também existem consultas que demoram menos, outras mais. Por isso, é
difícil regular esse horário", opina.
Martinez
diz que as visitas são importantes, pois faz parte da atualização do
profissional. "Quem pode garantir que na consulta subsequente à visita,
essas novidades apresentadas já não sejam empregadas. Essas visitas não
atrapalham e, às vezes, trazem pontos importantes para o tratamento",
avalia.
Contra
O Sindicato dos propagandistas e vendedores de produtos farmacêuticos do Estado de Goiás (Sindvendas) é contra a aprovação do projeto. Para Paulo Guadalupe de Siqueira, presidente do órgão, já existe um pré-agendamento dos profissionais com os médicos.
O Sindicato dos propagandistas e vendedores de produtos farmacêuticos do Estado de Goiás (Sindvendas) é contra a aprovação do projeto. Para Paulo Guadalupe de Siqueira, presidente do órgão, já existe um pré-agendamento dos profissionais com os médicos.
"Quando
vamos visitar algum médico, fazemos isso em um horário já estabelecido por ele
como o mais conveniente. O tempo que ficamos dentro do consultório é que o
médico permite", pontua.
Atualmente,
conforme o Sindvendas, cerca de 500 pessoas trabalha nessa área em todo o
estado. Siqueira teme que se a lei for aprovada, vários deles percam o emprego.
Ele afirma ainda que a categoria não foi consultada.
"Temos
uma meta de consultórios para visitar e se for estipulado um tempo podemos não
cumpri-la. Gostaríamos que a vereadora tivesse ao menos nos consultado antes de
criar este projeto", lamenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário