23/04/2014
Grandes fusões ou aquisições fazem sentido
para Pfizer e AstraZeneca, mesmo se não forem entre elas, avança a agência
Bloomberg, citada pelo EXAME.com.
Embora as negociações entre a Pfizer, maior fabricante de medicamentos do
mundo, e a AstraZeneca, avaliada em 87 mil milhões de dólares, tenham
fracassado, o Citigroup Inc. entende que a Pfizer fará uma nova proposta pela
companhia ou que a AstraZeneca poderá optar por uma fusão com outra
farmacêutica, como a Amgen, como táctica de defesa.
O plano B da Pfizer pode ser adquirir a
Shire, com sede em Dublin, disse a Albert Fried Co.
Ambas as empresas enfrentarão dificuldades
para crescer nos próximos anos. A Pfizer precisa de novos produtos para
substituir medicamentos que perderam proteção de patente e os promissores
tratamentos da AstraZeneca contra o cancro ainda precisam de anos para chegar
ao mercado.
Rivais menores estão à procura de activos no
setor e a construir a sua presença, ao mesmo tempo em que as aquisições no
sector farmacêutico atingiram a maior alta em cinco anos, lideradas pela oferta
de 21 mil milhões de dólares da Actavis pela Forest Laboratories, segundo dados
compilados pela Bloomberg.
“Todos estão a disputar esses activos”, disse
Sachin Shah, estrategista de arbitragem de situações especiais e fusões da
Albert Fried em Nova Iorque, em entrevista por telefone.
“Quando temos essas grandes transações uma
atrás da outra, surge a pergunta: o que os grandes do sector farmacêutico
pensam sobre isso? Neste momento, a Pfizer provavelmente está a chegar à
conclusão de que precisa ter uma mentalidade de ‘compra’”.
Conversas informais
A Pfizer, com sede em Nova Iorque, manteve
conversas informais, agora descontinuadas, com a AstraZeneca a respeito da
compra da empresa com sede em Londres, disseram nesta semana à Bloomberg News
duas fontes familiarizadas com o assunto, que pediram para não serem
identificadas. Uma delas disse que as negociações ocorreram há muitos meses e
que não há planos de retomá-las.
“Esse negócio pode fazer muito sentido para a
Pfizer”, escreveu Alex Arfaei, analista da BMO em Nova Iorque, num relatório.
“Primeiro, o acordo melhoraria de forma significativa a linha de produção da
Pfizer, particularmente em imuno-oncologia. Segundo, obviamente haveria
sinergias operacionais significativas”.
Opções da AstraZeneca
A AstraZeneca pode procurar uma fusão de
empresas semelhantes como uma estratégia de defesa contra a Pfizer ou outros
pretendentes potenciais, disse Andrew Baum, analista do Citigroup em Londres,
notando que a Amgen, com um valor de mercado de 89 mil milhões de dólares, e a
AbbVie, a 79 mil milhões de dólares, têm programas de tratamento do cancro.
David Caouette, porta-voz da Amgen, que tem
sede em Thousand Oaks, Califórnia, preferiu não comentar se a empresa foi
abordada pela AstraZeneca ou se está à venda. Um representante da AbbVie, que
tem sede em North Chicago, Illinois, não respondeu a pedidos por comentários.
A Bristol-Myers Squibb seria o alvo ideal da
Pfizer em qualquer caso, disse John Boris, analista do SunTrust Banks Inc., que
tem sede em Atlanta.
A Bristol-Myers, cujo valor de mercado, de 83
mil milhões de dólares, está na mesma faixa da AstraZeneca, “tem a vantagem de
ser a primeira” em imunoterapias para tratamento de cancro, disse Boris, em
entrevista por telefone. “Argumentaríamos que teria muito mais sentido empregar
100 mil milhões de dólares na Bristol-Myers”.
Outras fusões são iminentes. A Valeant
Pharmaceuticals International e a Pershing Square Capital Management estão a
unir-se para tentar comprar a Allergan, empresa avaliada em 46 mil milhões de dólares.
A oferta pela fabricante do Botox, produto usado em tratamentos antirrugas,
abrange dinheiro e ações, segundo um documento regulatório.
O CEO da Valeant, Mike Pearson, disse que a
sua meta é que a empresa garanta um lugar entre as cinco maiores fabricantes de
medicamentos do mundo até ao final de 2016, o que significa que a compradora
serial precisa de aumentar o seu valor de mercado para mais de 150 mil milhões
de dólares.
“Temos a Valeant a dizer ‘estou a ir atrás de
vocês’”, disse Shah. Agora, se a Pfizer e a AstraZeneca fizerem negócios, “isso
acordará todo o mundo na indústria”.
Fonte: Bloomberg/EXAME.com
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