Ana Paula de
Almeida Aranha em 1 abril 2014 às 8:30
Testes preliminares de uma possível vacina
brasileira contra o HIV, feitos com macacos Rhesus no Instituto
Butantan, apresentaram resultados melhores do que o esperado.
A resposta imunológica dos primatas foi de 5 a
10 vezes mais intensa do que a registrada em camundongos, segundo o médico
Edecio Cunha Neto, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo e coordenador do estudo. A vacina desenvolvida pelo grupo de Cunha Neto
contém 18 fragmentos do vírus da Aids.
A intenção dos pesquisadores é usar esses
fragmentos para despertar o sistema imunológico contra o HIV. “É como se
estivéssemos ajudando o sistema imune a conseguir identificar o vírus logo que
ele entra no organismo”, explica.
Os pesquisadores aplicaram nos macacos três
doses da vacina – uma a cada 15 dias – e viram que o sistema de defesa dos
animais, mais semelhante ao humano, apresentou forte resposta. “Fizemos testes
para calcular o número de células ativadas em resposta à vacina”, conta. Já no
primeiro experimento com os macacos 3,2 mil células de defesa em cada milhão se
tornaram ativas contra o HIV. Em 40 testes feitos com camundongos, o melhor
resultado foi a ativação de 330 células em cada milhão. Dikajob.
Os resultados animadores reacendem a esperança
de que, após várias tentativas internacionais frustradas, que consumiram
bilhões de dólares, se consiga um imunizante eficaz e seguro contra o HIV.
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