domingo, 19 de janeiro de 2014

Farmacêutica da Treta (2)

Não é comum ver-se nas livrarias de todo o mundo muitos livros que ponham o dedo na profunda ferida da poderosa indústria farmacêutica, tal como o faz este nas suas 416 páginas. Vale, ao comum dos mortais, eternos consumidores de drogas que atenuam dores e corrigem males, poder contar com alguns bravos médicos. Especialistas da cura que nunca ousaram protocolar a saúde (honra seja feira, por exemplo, à pediatra do meu PP) e a uns quantos resignados delegados de informação médica (DIM) que, alcançando o estatuto de heróis, puseram, sem medos nem piedade, a boca no trombone dos media.
Se fosse feita uma lista de viagens à volta do mundo, pagas pela potente e milionária indústria farmacêutica aos médicos, DIM´s e proprietários de farmácias, esse estragado role teria o vergonhoso tamanho do mundo. São prémios em dinheiro que têm a cor do sangue. Chorudos créditos para congressos fantasmas, tudo porque conseguiram enganar quem teve dor e tudo fez para se livrar dela. É um negócio podre, patrocinado por gente podre que apodrece. Globalmente, estamos a falar num negócio de 600 mil milhões de dólares, onde reina, acima de qualquer valor ético, a ganância e a corrupção.
Tudo serve para essa escumalha ganhar milhões: ensaios clínicos enviesados; doenças inventadas; mesinhas de petas e tretas; médicos mentirosos e corruptos e muitos delegados que mais parecem fantoches de cortel, animais irracionais que obedecem à voz do dono…
Há pessoas que morreram, morrem e morrerão porque muitos médicos permitem que os interesses desta máfia prevaleçam sobre a dos doentes.
Chocante e aterrorizador, sem dúvida. A mim, ao conhecer a alegada verdade há muito badalada, deu-me vontade de vomitar! Vomitar aqueles vómitos ácidos e malcheirosos.
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Bem Goldacre
Farmacêuticas da Treta
Bizâncio

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