terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Indústria brasileira atinge ápice da desigualdade



Alguns setores estão um terço menores que em 2008, enquanto outros têm forte expansão

RIO — A indústria brasileira nunca esteve tão desigual como nesta crise que o setor enfrenta. Após um ano pífio, em que cresceu menos de 1% e novamente abaixo de toda a economia, funcionando como uma âncora que impediu um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB), o setor está produzindo 3,2% a menos que em setembro de 2008, antes da crise do Lehman Brothers e espécie de ápice do segmento no Brasil. Mas nem toda a indústria está tão mal. Alguns setores como a fabricação de material eletrônico e equipamentos de comunicações encolheram impressionantes 36% nestes 38 meses — ou seja, está um terço menor que em setembro de 2008 — e outros três registram queda na casa dos 20% (têxtil, calçados e artigos de couro e máquinas, equipamentos e material elétrico). Mas outros segmentos crescem fortemente, como bebidas (21,50%), equipamentos médico-hospitalares (11,73%) e perfumaria, higiene e limpeza (10,56%).
André Macedo, gerente da Pesquisa Mensal da Indústria do IBGE, afirma que estes números mostram que o segmento está vivendo um momento muito desigual:
— Em geral estão em melhor condições os segmentos que são mais protegidos da importação e que se beneficiam do aumento da renda e do consumo interno, além dos que investiram mais em inovação — conta.
Flávio Castelo Branco, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirma que essa heterogeneidade entre os setores industriais é uma realidade que pode até piorar:
— O setor vive um dispersão muito grande de setores e isso pode se intensificar em 2012.
Ele lembra que, enquanto a crise atinge mais os setores mais tradicionais da indústria brasileira, o crescimento está concentrado em segmentos voltados para o mercado interno e com baixa possibilidade de importação em grande escala, como bebidas, e em segmentos altamente inovadores, como a indústria de cosmético e perfumaria e fármacos. Para ele, o governo não enfrenta os verdadeiros motivos da redução da competitividade brasileira e mesmo medidas paleativas, como as presente no programa Brasil Maior, em sua opinão, demoram para sair do papel.
Indústria de cosméticos do Brasil já é a segunda maior do mundo
Mas se os altos custos, a invasão de importados e os problemas de infraestrutura afetam todo o país, porque alguns setores industriais conseguiram se sair tão bem? A inovação pode ser uma resposta.
— Em 2011 devemos ter superado o Japão e nos tornado o segundo maior mercado mundial de produtos de higiene e cosméticos, perdendo apenas para os Estados Unidos, que devemos superar em 2015 — afirmou João Carlos Basilio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Produtos novos representam 35% das vendas
Além do crescimento do consumo impulsionado pela expansão da renda, a inovação é uma das molas do setor.
— Cerca de 35% do faturamento das empresas decorrem de produtos lançados um ano antes — afirmou Basilio, que lembra que as inovações não param, como na linha de desodorantes -- agora sim há produtos diferenciados para homens e mulheres, com outras características como produtos com outros adicionais, como a facilidade para eliminação de pelos das axilas -- e uma variedade incrível de shampoos.
Essa é a realidade, por exemplo, da Niely, fabricante de produtos de beleza de Nova Iguaçu. A empresa há alguns anos desbancou multinacionais no mercado de coloração e não para de investir para manter sua participação e crescer.
— O investimento em pesquisa e lançamentos de produto tem um custo alto. Porém, este investimento tem mais importância do que o investimento em mídia e celebridade — afirma Daniel de Jesus, presidente da empresa que deve faturar R$ 600 milhões neste ano e que está investindo R$ 50 milhões em uma nova fábrica.
Nesta busca por diferencial, o produto nacional pode ser um importante chamariz:
— Exportamos ativos para grandes empresas no exterior e, só agora, o consumidor e o empresário brasileiro começa a dar valor para produtos nacionais e orgânicos. Alguns destes porudtos podem até ser um pouco mais caros, mas trazem um valor agregado altíssimo, que faz a diferença no setor — afirma Filipe Sabará, diretor de negócios da Beraca, empresa líder no fornecimento de ingredientes naturais e orgânicos da biodiversidade brasileira.
Gabriela Onofre, diretora de Assuntos Corporativos da P&G Brasil, responsável por marcas como Pantene, confirma que o Brasil cresce de importância e que a inovação é a chave para o sucesso:
— A busca por produtos novos é constante, precisamos atender esse desejo do conumidor.
Farmacêutica inovadora conquista os EUA
O mesmo ocorre em outro setor que vive um bom momento: o farmacêutico. A Hebron Farmacêutica, empresa de Caruaru que agora começa a produzir nos Estados Unidos, cresceu com os investimentos em inovação em fitoterápicos (medicamentos à base de plantas)
“Dedicamos 5% do faturamento bruto da empresa e nossa meta em 5 anos é chegar a 15%", informou por e-mail a empresa, que espera faturar R$ 200 milhões até 2014.
Júlio Sérgio Gomes de Almeida, diretor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), e ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, afirma que o sucesso de alguns setores, como bebidas, decorre da impossibilidade de se importar grandes quantidades para abastecer este segmento:
— O consumo cresce e as importações de cerveja, também, porém nunca será em escala suficiente a abastecer todo o mercado local — disse.
Ele lembra que essa é uma das explicações para a diferença dos setores: alguns estão mais protegidos dos altos custos.
— O alto custo para se produzir no Brasil é o grande problema, ele é elevado na tributação, infraestrutura, salários. O Brasil não pode ter custos maiores que grandes nações desenvolvidas — disse, lembrando que — Isso também está presente no agronegócio, na mineração e nos serviços, mas lá o impacto é disfarçado pelos altos preços internacionais das commodities e pela impossibilidade de se importar grande parte dos serviços.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não atendeu aos pedidos da reportagem.

Indústria farmacêutica baseada em pesquisas promete 14 bilhões de tratamentos

31/01/2012 - 11:03

Para ajudar a eliminar nove doenças tropicais negligenciadas. Doações concentradas em atingir as novas metas da OMS para máximo impacto contra DNTs.

Genebra -A indústria farmacêutica baseada em pesquisas anunciou no dia 30 de janeiro (segunda-feira), a doação de 14 bilhões de tratamentos nesta década em apoio à eliminação ou controle de nove principais doenças tropicais negligenciadas (DTNs). Com uma média de 1,4 bilhões de tratamentos ao ano, a doação aproveita os programas de doações de medicamentos existentes das empresas que já beneficiam milhões de pessoas em todo o mundo. O anúncio de hoje ocorre juntamente com uma colaboração de DTN entre as empresas farmacêuticas, a Bill & Melinda Gates Foundation, os governos dos EUA e do Reino Unido, organizações internacionais, e governos dos países endêmicos.

Pelo menos um bilhão de pessoas em todo o mundo - uma em sete pessoas - sofrem de DTNs. Todos os anos as DTNs matam ou incapacitam desproporcionalmente milhões de pessoas pobres, principalmente nas áreas tropicais e subtropicais.

Estas doações ocorrem após um anúncio da Organização Mundial de Saúde (OMS) das novas metas para DTNs cuja eliminação ou controle podem ser alcançados com um fornecimento e distribuição adequados dos medicamentos mais relevantes. Para um impacto máximo, estas doações se concentram nas nove DTNs que representam mais de 90 porcento do impacto global das DTNs.

"Há décadas as empresas farmacêuticas individuais pesquisam, desenvolvem e doam medicamentos contra doenças e para melhora das vidas dos pacientes", disse Eduardo Pisani, Diretor Geral da International Federation of Pharmaceutical Manufacturers and Associations (IFPMA). "A indústria farmacêutica baseada em pesquisas hoje doa em conjunto outros 14 bilhões de tratamentos para ajudar a eliminar estas doenças debilitantes. Este é o nosso compromisso como parceiros a ajudar a eliminar as DTNs e melhorar a saúde dos pacientes".

Além da doação de medicamentos, a indústria farmacêutica baseada em pesquisas dá suporte à luta contra as DTNs com trabalho de construção de capacidade e inovação médica nos países em desenvolvimento. A indústria farmacêutica baseada em pesquisas foi a segunda maior financiadora de Pesquisa e Desenvolvimento de doenças negligenciadas em 2010, chegando a mais de USD 500 milhões.

Perfil-A IFPMA representa as empresas e associações farmacêuticas baseadas em pesquisas de todo o mundo. Baseada em Genebra, a IFPMA tem relacionamento oficial com as Nações Unidas e contribui com expertise da indústria para ajudar a comunidade de saúde global a encontrar soluções para melhora da saúde mundial. [www.ifpma.org ] PR Newswire.

Medicação dada a grávidas pode prejudicar saúde do filho

30/01/2012 - 13:52

Um estudo da Universidade do Minho (UM) revela que uma medicação que é dada a grávidas pode desenvolver no filho ansiedade excessiva e depressão e afectar negativamente o comportamento sexual, caso seja do sexo masculino, avança a agência Lusa.

Segundo aquele estudo, que acaba de ser publicada na revista internacional Psychopharmacology, em causa está a exposição intrauterina a glucocorticóides (GC) sintéticos, substâncias utilizadas para acelerar a maturação pulmonar fetal e que são dadas a 10 por cento das grávidas.

“Apesar de estudos em animais e humanos apontarem para efeitos adversos a nível do crescimento do cérebro e outros órgãos em desenvolvimento, o recurso a várias doses persiste na prática clínica”, explica Mário Oliveira, investigador da UM.

O trabalho analisou o impacto da dexametasona (DEX), um tipo de GC sintético frequentemente utilizado neste âmbito, no desenvolvimento do jovem adulto e avaliou as consequências desta exposição pré-natal no comportamento sexual masculino, uma vez que a diferenciação sexual cerebral começa durante a fase final da gravidez.

Além do impacto ao nível da ansiedade, os dados da tese revelam também que a DEX pré-natal altera o comportamento relacionado com o medo na idade adulta.

Estes traços comportamentais correlacionam-se com uma desregulação do mecanismo de resposta ao stress e com alterações do volume de áreas cerebrais que são responsáveis pela modulação da ansiedade.

“A exposição a stress ou níveis elevados de GC durante etapas cruciais do desenvolvimento contribuem para o aparecimento de distúrbios neuropsiquiátricos, nomeadamente a ansiedade e a depressão. É reconhecido que eventos adversos durante fases precoces da vida podem moldar a saúde física e mental do adulto”, esclarece.

Relativamente à repercussão da DEX pré-natal na conduta sexual masculina, verifica-se “um impacto em comportamentos que traduzem uma redução da motivação sexual”.

O estudo mostra ainda que a utilização alternativa de GC naturais parece ter efeitos mais ténues, o que leva a acreditar numa possível “reavaliação” e “uso sensato” destas substâncias na prática clínica.


Doutorado em Medicina pela UM, Mário Oliveira especializou-se em Urologia.

Está a trabalhar na Unidade de Oncologia do Serviço de Urologia da Fundació Puigvert, em Barcelona.

É membro do Quadro Europeu em Urologia e da Associação Europeia de Urologia e Associação Portuguesa de Urologia.

FDA aprova Inlyta® da Pfizer

30/01/2012 - 10:54

A entidade que regula os medicamentos nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), aprovou o uso do medicamento Inlyta® (axitinibe), da Pfizer, para tratar doentes com cancro renal avançado que não tenham respondido a outros tratamentos, avança o portal ISaúde.


O carcinoma de células renais é um tipo de cancro do rim que começa no revestimento de tubos muito pequenos no órgão.

O Inlyta®, um comprimido tomado duas vezes ao dia, funciona bloqueando certas proteínas chamadas quinases, que desempenham um papel no crescimento tumoral e na progressão do cancro.

A segurança e a eficácia do medicamento foram avaliadas num único estudo aleatório com 723 pacientes cuja doença tinha progredido durante ou após o tratamento com uma terapia sistémica prévia.

O estudo foi projectado para medir a sobrevida livre de progressão, o tempo que um paciente viver sem a progressão do cancro. Os resultados mostraram uma sobrevida livre de progressão mediana de 6,7 meses em comparação com 4,7 meses com um tratamento padrão (sorafenib).

Os efeitos secundários mais comuns observados em mais de 20% dos pacientes no estudo clínico foram diarreia, pressão arterial elevada, fadiga, diminuição do apetite, náuseas, perda de voz (disfonias), perda de peso, vómito, fraqueza e constipação.

Os especialistas recomendam que doentes com pressão arterial elevada devem controlar os seus níveis antes de tomar Inlyta®. Alguns pacientes que tomaram Inlyta® experimentaram problemas de sangramento, que em alguns casos foram fatais. Doentes com tumores cerebrais não tratados ou sangramento gastrointestinal não devem fazer uso do medicamento.

"Esta é a sétima droga aprovada para o tratamento de cancro metastático de células renais desde 2005. Colectivamente, este nível sem precedentes de desenvolvimento de medicamentos neste período de tempo alterou significativamente o paradigma do tratamento da doença e oferece aos pacientes múltiplas opções de terapia", afirma Richard Pazdur, da FDA.

Medicamentos recentemente aprovados para o tratamento de cancro de rim incluem sorafenib (2005), sunitinib (2006), temsirolimus (2007), everolimus (2009), o bevacizumab (2009) e pazopanib (2009).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Como identificar falsos nódulos da tireóide?

Osmar Saito afirma que contornos irregulares ou com projeções radiais também apontam pior prognóstico da lesão

A corrida pela busca de nódulos da tireoide aumentou bastante nos últimos anos, já que a tecnologia viabilizou equipamentos capazes de mostrar lesões menores, antes inacessíveis. Em contraposição ao considerável ganho de qualidade das imagens, a evolução tecnológica também resultou em problemas atípicos, como o descobrimento de falsos nódulos e a exagerada importância dada a eles.

“É importante aprofundar o assunto e deixar claro para a população o que é preocupante em um nódulo tireoidiano. Em primeiro lugar, observamos sua natureza. Se o nódulo for sólido, aumenta ainda mais a sua celularidade – que se refere à quantidade e à qualidade das células presentes na medula óssea. Mas uma só característica é insuficiente para predizer o risco de malignidade. Então, levamos em consideração a ecogenicidade – capacidade do tecido ou órgão deixar passar as ondas do ultrassom. Os nódulos hipoecogênicos têm maior celularidade. Ou seja, quanto mais hipoecogênico for o nódulo, maior será o risco de ele ser maligno”, diz Osmar Saito, médico radiologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.

Saito afirma que contornos irregulares ou com projeções radiais também apontam pior prognóstico da lesão. “Apesar de haver opiniões divergentes em relação ao tamanho, o consenso é de que nódulos maiores do que um centímetro deverão ser investigados. Em geral, os menores dificilmente são malignos. Mas, como para toda regra existe uma exceção, se os nódulos menores do que um centímetro são sólidos, hipoecogênicos e têm contornos irregulares, deverão ser submetidos a uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF)”.

Com relação às calcificações, o radiologista explica: “Nódulos com microcalcificações menores do que dois milímetros são altamente suspeitos. Já as macrocalcificações estão relacionadas a nódulos benignos. Caso haja a calcificação total do nódulo, o risco de malignidade será ainda menor”.

Como identificar um tumor maligno da tireoide?

De acordo com Osmar Saito, o ultrassom com doppler da tireoide vem sendo bastante utilizado no estudo dos nódulos. Mas, como nem toda clínica conta com profissionais bem preparados e treinados para a precisa interpretação das imagens, muitas vezes o exame acaba não ajudando muito no diagnóstico.

Na opinião do radiologista, o encontro de vasos centrais, principalmente quando ocorrem de forma exclusiva, aumenta o risco de a lesão ser maligna. “Somente o mapeamento em cores não basta. Para identificar o risco, vale a regra do conjunto das características morfológicas do nódulo”.

Obama quer investigar folha de pagamento de laboratórios


Empresas farmacêuticas serão obrigadas a revelar médicos que recebem dinheiro por consultoria

WASHINGTON - Para evitar conflitos de interesses, o governo Obama decidiu exigir que as empresas farmacêuticas divulguem os pagamentos feitos a médicos para a pesquisa, para consultoria, palestras, viagens e até entretenimento. Pesquisadores encontraram evidências de que tais pagamentos influenciam decisões dos médicos nos tratamentos de seus pacientes e contribuiem para o aumento dos custos, através do incentivo ao uso de drogas mais caras e a exames e aparelhos médicos mais dispendiosos.

Entidades de defesa dos consumidores e membros do Congresso dizem que os pacientes podem se beneficiar das novas normas, promulgadas como parte da nova legislação de saúde. Funcionários federais disseram a divulgação das novas regras aumentou a probabilidade de que os médicos tomem suas decisões no melhor interesse dos pacientes, sem levar em conta os interesses financeiros da indústria farmacêutica.

Um grande número de médicos recebe pagamentos de empresas farmacêuticas a cada ano _ muitas vezes, contabilizados em centenas de milhares ou milhões de dólares _ em troca de consultorias ou dando palestras empresariais. Análises feitas pelo jornal “The New York Times” descobriram que cerca de um quarto dos médicos recebe pagamentos em dinheiro dos fabricantes de remédios ou de aparelhos médicos e que quase dois terços aceitam presentes de rotina, incluindo almoço para funcionários de seus consultórios e jantares para eles mesmos.

“The Times” revelou que os médicos que recebem dinheiro dos fabricantes de remédios muitas vezes praticam a medicina diferentemente daqueles que não ganham dinheiro. Os médicos que estão na folha de pagamentos de laboratórios estão mais dispostos a prescrever medicamentos de forma arriscada, ou que não estão aprovados ainda, assim como prescrever medicamentos antipsicóticos potentes para as crianças.

Sob as novas normas, se uma empresa farmacêutica tiver um produto sequer coberto pelos programas públicos Medicare ou Medicaid, terá que divulgar todos os seus pagamentos a outros médicos assim como o de seus próprios funcionários. O governo federal vai postar os dados de pagamento num site, onde estarão disponíveis ao público.

Fabricantes de medicamentos e aparelhos médicos terão de apresentar relatórios ao governo, se pagarem médicos para ajudar a desenvolver, avaliar e promover novos produtos _ ou se, por exemplo, agentes de vendas de produtos farmacêuticos oferecem US$ 25 para pagar lanche (ainda que sejam bagels e café) para que um consultório médico faça para uma reunião de funcionários. Pagamentos de royalties para os médicos, por invenções ou por descobertas científicas, e pagamentos aos hospitais de ensino para pesquisa ou outras atividades também têm de ser comunicados à administração federal.

O governo Obama estima que empresas farmacêuticas que produzem mais de 1100 drogas e dispositivos médicos terão de apresentar seus relatórios, produzindo "uma grande quantidade de novos dados." Autoridades federais disseram que iriam inspecionar e auditar os registros da empresa de medicamentos para se certificar de que os relatórios foram precisos e completos .

As empresas estarão sujeitas a uma penalidade de até US$ 10 mil para cada pagamento que não apresentarem em seus relatórios. Uma empresa que conscientemente não apresentar pagamentos será submetido a uma pena de até US$ 100 mil por cada violação, até um total de US$ 1 milhão por ano.

Executivos do topo são potencialmente responsáveis ​​por funcionários da empresa _ especialmente o presidente-executivo, o diretor financeiro e o diretor da área _ e todos devem atestar a exatidão de cada relatório.

As novas exigências entrarão em vigor em breve. Sob a nova lei de saúde, o governo está atrasado e já deveria ter estabelecido como data de apresentação do primeiro relatório no último dia 1 de outubro. Agora, o público terá até 17 de fevereiro de 2012 para comentar as propostas do governo. Depois de analisar os comentários, os funcionários do Medicare e do Medicaids vão publicar as regras finais para os relatórios, já com força de lei.

Entidades de defesa dos consumidores há muito exigiam detalhes das relações financeiras entre médicos e empresas farmacêuticas. Allan J. Coukell, farmacêutico e advogado de uma entidade de defesa do consumidor chamada Pew Charitable Trusts, comenta a decisão:

_ Os pacientes querem saber que estão recebendo tratamento justo, com base em evidências médicas, e não um almoço ou um produto que resulta de uma relação financeira entre o seu médico e um fabricante. Eles querem saber se o seu médico tem uma relação financeira com uma empresa farmacêutica, mas são muitas vezes ficam desconfortáveis em pedir explicação ao médico diretamente.

Em uma introdução para as regras propostas, o governo Obama diz que os pacientes podem se beneficiar quando os médicos e a indústria trabalham juntos para desenvolver medicamentos e aparelhos que salvam vidas. Mas essas relações também podem, segundo Coukell, "levar a conflitos de interesses que podem afetar a tomada de decisão clínica e ameaçam a integridade do próprio sistema de saúde."

O governo não quer definir a diferença entre pagamentos próprios e impróprios. As novas regras dizem simplesmente que os relatórios públicos deven expor quaisquer laços financeiros entre médicos e fabricantes de medicamentos e aparelhos, e que isto "permitirá aos pacientes tomar decisões mais bem informadas ao escolher os profissionais de saúde e optar por tratamento."

As novas normas cumprem legislação defendida pelos senadores Charles E. Grassley, republicano de Iowa, e Herb Kohl, democrata de Wisconsin. A legislação foi incluída na revisão dos cuidados de saúde de 2010.

_O objetivo é deixar o sol brilhar e disponibilizar informações para promover a responsabilização", disse o senador Grassley.

Christopher White, vice-presidente executivo da Advanced Medical Technology Association, que representa os fabricantes de dispositivos médicos, comentou que os dados de pagamentos poderiam ser usados por agências federais, advogados dos queixosos e denunciantes.

_ Algumas empresas temem que os médicos podem não querer envolver-se em acordos de consultoria, e essa relutância poderia esfriar programas de inovação _ disse White.

Medicare e Medicaid, os programas públicos para os americanos idosos, para deficientes e para a população carente, gastam mais de US$ 100 bilhões por ano em medicamentos e exames, por ano.

Embora o orçamento federal não preveja cortes imediatas, funcionãrios do governo acreditam que ao longo do tempo, a divulgação dos relatórios tem o potencial de reduzir os gastos públicos, reduzindo sobretudo os casos de prescrição excessiva de medicamentos.

Como exemplo de pagamentos impróprios, o inspetor-geral do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA citou um caso em que os fabricantes de aparelhos médicos haviam dado incentivos financeiros _ na forma de contratos de consultoria, viagens luxuosas e outras regalias _ para induzir os médicos a utilizar próteses e produtos de substituição do joelho para pacientes que não precisavam deste tipo de tratamento. Autoridades do governo contestaram o tratamento na justiça foi feito um acordo: as empresas acabaram concordando em prescrever estes procedimentos apenas em caso de necessidade efetiva.

A lei também exige que as empresas de medicamentos e dispositivos médicos informem a quantidade de "propriedades, de qualquer investimento, ou mesmo de pagamentos de juros", realizada por médicos ou por familiares próximos, em função de associações com empresas de ações de capital aberto. O governo pretende ainda aplicar os mesmos requisitos de divulgação de relatórios para as empresas de propriedade de médicos que distribuem dispositivos e medicamentos. Essas empresas permitem que os médicos se beneficiem financeiramente com as vendas de aparelhos usados em exames e cirurgias.

Fonte original da matéria acima (cópia na íntegra): http://oglobo.globo.com/saude/obama-quer-investigar-folha-de-pagamento-de-laboratorios-3694179#comments

Nota C&T: Não entendo o que impede de uma ação enérgica das autoridades sobre o assunto OPME (órteses, próteses e medicamentos especiais). Tudo que a Indústria Farmacêutica investe em médicos especialistas para prescreverem medicamentos comuns não é nada diante da quantidade de dinheiro que Indústrias de Órteses e Próteses pagam para cirurgiões utilizarem seus produtos em diversas cirurgias. Ortopedistas, Neurocirurgiões e Cirurgiões Cardíacos são os campeões de comissões recebidas das referidas Indústrias citadas acima. Tem Indústria pagando até 40% de comissão para cirurgias que superam os R$200.000,00 de materiais. É muito dinheiro, têm médico formado a menos de 10 anos que está milionário. Será que todas as cirurgias são necessárias? A quantidade de próteses/materiais utilizados em uma cirurgia é necessária? Será que o paciente que foi recomendada uma cirurgia na coluna é preciso mesmo fazer?

domingo, 29 de janeiro de 2012

Thomson Reuters ajuda IPEA do Brasil a identificar novas oportunidades de drogas genéricas

Newport dota governo brasileiro com abrangentes dados farmacêuticos.
Filadélfia - A divisão de propriedade intelectual e ciência (IP & Science) da Thomson Reuters anunciou um acordo com o Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (IPEA) do Brasil. Esta parceria dá à Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais para Inovação, Regulação e Infraestrutura (DISET) do IPEA acesso ao pacote de produtos Newport, incluindo inteligência farmacêutica genérica e ferramentas para a busca por ingredientes farmacêuticos mundiais.

IPEA, uma fundação pública federal ligada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Républica do Brasil, fornece apoio técnico e institucional ao governo para o desenvolvimento de políticas públicas e programas de desenvolvimento no Brasil. No âmbito do IPEA, a DISET realiza estudos e avalia políticas públicas sobre ciência, tecnologia e inovação.

A DISET usará Newport para encontrar novas oportunidades de melhorar a infraestrutura farmacêutica do Brasil. Além da extensa informação sobre drogas genéricas disponibilizada pelo pacote de produtos Newport, o grupo terá acesso ao módulo de negócios com genéricos Newport, oferecendo integração contínua de aproximadamente 10.000 negócios das indústria de genéricos desde 1999.

"Nós estamos entusiasmados com o banco de dados Newport", disse o professor Eduardo Fiuza, membro da diretoria de Estudos Setoriais da DISET. "Eu nunca vi tanta informação a respeito e capabilidades para o mercado de drogas genéricas montados em um banco de dados único. Ele certamente vai acelerar nossa busca de dados e contribuirá para nossa extensa investigação sobre o mercado farmacêutico brasileiro".

"Este é um excitante período na evolução do desenvolvimento farmacêutico do Brasil e nós temos a satisfação da parceria com a DISET para garantir que ela atinja suas metas", disse Jon Brett-Harris, vice-presidente executivo da Thomson Reuters. "Newport é uma ferramenta essencial à revelação de novas oportunidades no mercado de drogas genéricas, enquanto dados sobre fusão e aquisição (M&A, sigla em inglês) em nosso módulo de negócios pavimentará o caminho para futuro progresso econômico".

Perfil-Thomson Reuters é a importante fonte de informação inteligente para negócios e profissionais. Nós combinamos expertise industrial com tecnologia inovadora para oferecer informações críticas a líderes com poder de decisão nos mercados financeiro, legal, fiscal e de contabilidade, científico, saúde e mídia, sustentados pela empresa de notícias de maior confiança do mundo. Com sede em Nova York e operações importantes em Londres e Eagan, Minnesota, a Thomas Reuters emprega mais de 50.000 pessoas em 93 países. [www.thomsonreuters.com].|.PR Newswire.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Rede Pague Menos já tem data para estreia na bolsa

Flávia Furlan (ffurlan@brasileconomico.com.br)
25/01/12 20:32


Grupo planeja oferta de ações para entre abril e maio e anuncia acordo de sua corretora, a Pax, com a Futura.

No ano em que fará sua primeira captação em bolsa de valores com a rede de farmácias Pague Menos - o que deve ocorrer entre abril e maio - o cearense Francisco Deusmar Queirós lança mão de estratégias para manter outro negócio do Grupo Pague Menos, comandado por ele: a corretora de investimentos Pax, fundada em 1977, um ano após Queirós ter participado da construção da bolsa de valores no Ceará, que acabou incorporada mais tarde pela Bolsa de Valores de São Paulo.

A corretora, embora represente pouco do negócio do executivo, é de "estimação".

Ontem, a Pax anunciou acordo operacional com a Corretora Futura, de São Paulo, em uma tentativa de reduzir custos, aumentar receitas e partir para ampliação de negócios no Nordeste, o que inclui o fechamento da filial de São Paulo.

"O volume de clientes que operamos justifica o negócio", afirmou Queirós com exclusividade ao Brasil Econômico, sobre os 2 mil investidores que fazem operações na Pax.

Com o acordo realizado com a Futura, apesar de manter o título de corretora, a Pax não fica ligada à BM&FBovespa, uma vez que os clientes passam a operar com a plataforma da Futura, casa que fica com um percentual ganho com as transações.

Há dois anos, o modelo havia sido adotado para o mercado futuro e agora passa também para o mercado à vista. Quanto ao home broker das casas, ele foi fundido em apenas uma plataforma.

A Pax administra uma carteira de R$ 100 milhões dos seus investidores. O faturamento da casa, no entanto, representa menos de 1% dos R$ 2,9 bilhões faturados em 2011 pelo Grupo Pague Menos, que inclui o negócio de corretagem de valores e mercadorias e de drogaria e farmácia de manipulação.

A farmácia partirá para a oferta inicial de ações neste ano, mas o executivo não divulga o total a ser captado. "Com o dinheiro, dará para fazer abertura de lojas e construir um centro de distribuição no Sudeste", diz. Ao final do terceiro trimestre de 2011, a rede contava com 459 lojas.

Sobrevivência das pequenas

Segundo João Ferreira, diretor da Futura, o mercado de corretagem de valores passa por um momento difícil, por conta do fato de ele ter esperado uma expansão que acabou não ocorrendo após a crise de 2009. "A demanda tecnológica está estrangulando as corretoras."

Desta forma, o modelo de negócio adotado por Pax e Futura permite que a corretora de Queirós reduza custos sem se desfazer da carteira de clientes.

O executivo diz que a proposta do negócio é exatamente ficar com a casa em seu portfólio. Tanto é que, mesmo se assediado, bateria o pé antes de vendê-la. "Teriam de brigar muito comigo", diz.

A vantagem do negócio para a Futura é entrar no mercado nordestino, no qual perdeu espaço há dois anos após a corretora do mercado de algodão LaFerlins deixar de operar na BM&F e terminar o acordo operacional iniciado em 2000.

"O acordo com a Pax é uma oportunidade para abrir trabalho no Nordeste, onde não tem tantas corretoras, mas agentes autônomos", diz Ferreira.

A Futura planeja abrir uma filial em fevereiro em Salvador (BA). Para Ferreira, a presença de uma corretora Futura no Nordeste não deve trazer concorrência ruim para a Pax: "O Nordeste é muito grande", pondera
Fonte: http://www.brasileconomico.com.br/noticias/rede-pague-menos-ja-tem-data-para-estreia-na-bolsa_112248.html 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Indústria farmacêutica supera fim das patentes




18. Janeiro 2012 - 11:00

Em alguns anos a indústria farmacêutica terá um grande número de medicamentos bem sucedidos no mercado substituídos por genéricos, devido à expiração de patentes.

Sem esperar pelas flutuações nas vendas, ela começa a cortar "gorduras" extras. O principal objetivo é preservar as confortáveis margens de lucro.

Nos próximos três a quatro anos, os negócios das multinacionais farmacêuticas deverá sofrer uma queda. Segundo um relatório do banco privado suíço Pictet, o crescimento do setor não ultrapassará os 4%. A principal causa: o famoso "patent cliff", ou expiração da patente, que vê a fórmula de um medicamento cair no domínio público (geralmente após 20 anos), abrindo assim a porta às versões genéricas, vendidas por preços muito mais reduzidos.

São muitas as especulações publicadas sobre o tema e os números variam um pouco segundo os autores e o número de produtos considerados. Se for levada em conta a versão dos analistas do banco Pictet, os medicamentos de marca que cairão nesse "precipício de patentes" até 2015 representam um volume de negócios de 150 bilhões de dólares.

Dentre eles "Diovan", da Novartis, um medicamento contra a hipertensão arterial. Com vendas anuais de seis bilhões de dólares, trata-se da pílula mais rentável da multinacional suíça, muito além do anticancerígeno Glivec (4,3 bilhões). Portanto, o Diovan perdeu sua patente na maior parte dos países da Europa em novembro de 2011 e o mesmo acontecerá nos Estados Unidos em setembro de 2012. Dois anos mais tarde, o fim da exclusividade cai para o Glivec.

Força das vendas

A Novartis anunciou em 13 de janeiro a supressão de 1.690 empregos nos Estados Unidos, no contexto de um plano de economias de 450 milhões de dólares. Dentre as pessoas que irão perder seu trabalho no atual ano, 1.630 são representantes comerciais, ou seja, os profissionais encarregados de convencer médicos a receitar o Diovan, em vez dos produtos das empresas concorrentes.

"Com as doenças cardiovasculares e a hipertensão estamos nos mercados de massa", explica Odlie Rundquist, da agência de intermediadores Helvea, em Genebra. "Se para a oncologia ou a esclerose múltipla, por exemplo, tratamos de um pequeno grupo de médicos, que acompanham os estudos clínicos com muita proximidade, no caso de um remédio contra hipertensão é o marketing que conta. É como no mercado de consumo."

"De fato, existem no mercado produtos quase tão bons como o Diovan", acrescenta o analista, que também possui um doutorado em bioquímica. "Mas é a marca Novartis e a força de venda que fizeram do medicamento um sucesso tão grande."

Uma força de vendas que já viveu um grande impulso e que não se reciclará a partir da venda do "Tekturna". O provável sucessor do Diovan, para o qual a Novartis comprou em 2008 a empresa de biotecnologia suíça Speedel (por 907 milhões), se mostrou perigoso para alguns diabéticos. Se a multinacional helvética não decidir de retirá-lo do mercado, sua carreira de sucesso de vendas estará de toda a maneira comprometida.

Novartis vai se recuperar

Os analistas sabem: a perda de uma patente significa a chegada de genéricos e de quedas no faturamento chegando até a 90% nos dois anos seguintes. Em todo caso, o Diovan não colocará a Novartis em apuros.

Por definição, a perda de uma patente não chega nunca por surpresa e, por instante, os mercados não puniram a multinacional suíça pela perda da patente do Diovan e nem pelo fracasso parcial do Tekturna. Odile Rundquist se diz "otimista quanto ao futuro da Novartis, que possui uma carteira de produtos bastante completa, com medicamentos relativamente revolucionários, seja para a esclerose múltipla, onde eles propõem o primeiro tratamento oral, ou na oncologia."

Para o analista, portanto, o "que a Novartis vai perder com o Diovan será em grande parte compensado através de novos produtos". Ao se tratar de outras empresas atingidas pelas próximas expirações de patentes, ela prevê dificuldades para a empresa anglo-sueca AstraZeneca, "na qual a linha de novos produtos está muito fraca" e que poderá "perder entre 4 a 5% do seu faturamento nos próximos anos."

E a Roche, outra multinacional suíça? Odile Rundquist a vê "melhor posicionada". E explica: "Eles têm poucas patentes a ponto de expirar e também medicamentos biológicos, sejam moléculas claramente mais complicadas de produzir que as moléculas puras químicas. E sabemos que nesse caso, as perdas de lucro devido à expiração da patente é menos rápida."



Programas de reestruturação

Finalmente, os anos "difíceis" que se anunciam para a indústria farmacêutica ocorrerão especialmente para os funcionários. Como revela Odile Rundquist, "todas as grandes empresas farmacêuticas programaram grandes programas de reestruturação nos últimos anos para tentar manter suas margens de lucro."

São margens que colocam na sombra a maior parte dos comerciantes de produtos de consumo. As vendas anuais da Novartis, por exemplo, correspondem a 50 bilhões de dólares e 10 bilhões de lucros. Nessas condições, os cortes de empregos recentes e a ocorrer no futuro obedecem verdadeiramente a uma lógica empresarial, ou será muito mais a lógica do mercado financeiro?

Essa é uma questão levantada a Paul Dembinski, diretor do Observatório das Finanças Suíças. E a resposta é evidente: "Já faz tempo que as grandes empresas se orientam antes de tudo em termos financeiros. A indústria é um meio de obter resultados financeiros e não são as finanças que estão a serviço da produção industrial. A inversão tem sido utilizada em todos os lugares e também na Novartis e nos outros."

Marc-André Miserez, swissinfo.ch
Adaptação: Alexander Thoele





Dia do Farmacêutico – 20 de janeiro

17/01/2012 - 10:15
Apesar de existir a muitos anos no Brasil (ainda Brasil colônia), a profissão somente foi regulamentada em 1931. Desde então, a profissão farmacêutica vem sendo consolidada ao longo destes 80 anos de regulamentação, tendo uma especial importância nos últimos 15 anos, onde os Conselhos Regionais de Farmácia bem como o Conselho Federal de Farmácia se tornaram entidades mais sólidas e com um grande trabalho para o reconhecimento do profissional farmacêutico como um agente de saúde, capaz de contribuir para uma melhor qualidade de vida da população.
Até aproximadamente dez anos atrás todos os farmacêuticos formados necessariamente buscavam uma especialidade após a formação, como análises clínicas, análise de alimentos, indústria, homeopatia, hospitalar, dentre outras. Atualmente, a maioria dos cursos formam farmacêuticos generalistas, que compreende o conhecimento em diversas áreas de atuação. Isto colabora para a escolha da área a seguir. Porém, cabe ao profissional aperfeiçoar a sua formação em uma área definida.
Dentre as muitas áreas de atuação do farmacêutico, destacam-se os trabalhos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos, na indústria de medicamentos, na indústria de alimentos, em farmácias de manipulação, em clínicas e hospitais gerais ou especializados, como em oncologia, na atenção farmacêutica nos mais diversos estabelecimentos de saúde, principalmente com foco em farmacovigilância e informações sobre medicamentos para profissionais de saúde bem como para a população.
Farmacêuticos também vêm se destacando em cargos de gestão em serviços de saúde, bem como nas vigilâncias sanitárias em todo o Brasil e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O farmacêutico contemporâneo deixou de ser um dispensador de medicamentos e passou a participar ativamente nas tomadas de decisão em unidades de atenção à saúde, a partir da utilização de ferramentas de farmacoeconomia.
Este profissional vem assumindo um papel importante na condução das políticas de saúde no Brasil e no mundo. O código de ética da profissão farmacêutica, aprovado em 29 de setembro de 2004, diz que “O farmacêutico é um profissional da saúde, cumprindo-lhe executar todas as atividades inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de modo a contribuir para a salvaguarda da saúde pública e, ainda, todas as ações de educação dirigidas à comunidade na promoção da saúde”. Isto faz do profissional farmacêutico um profissional “pluricompetente” e responsável por fazer parte de um processo que tem por finalidade assegurar o bem estar da população.
No dia 20 de janeiro é comemorado o dia do farmacêutico, dia da fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF) no ano de 1916, na cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=188017

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

GlaxoSmithKline multada por testar vacina em crianças na Argentina

04/01/2012 - 11:22
A Justiça argentina rejeitou o apelo do laboratório norte-americano GlaxoSmithKline e determinou o pagamento de uma multa de 230 mil dólares por irregularidades cometidas nos testes de uma vacina em crianças de famílias pobres, informou uma fonte judicial esta terça-feira. A sanção também atinge dois médicos e está relacionada com falhas em testes clínicos realizados entre 2007 e 2008 nas províncias de Santiago del Estero (norte), Mendoza e San Juan (noroeste), para monitorizar o desenvolvimento de uma vacina contra a pneumonia e a otite média, avança a AFP.

O laboratório e os dois investigadores "não cumpriram com os requisitos legais básicos para levar adiante os testes em quase 14 mil crianças", segundo a investigação realizada pela Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat). O órgão determinou o pagamento de uma multa, decisão da qual a empresa apelou, mas foi finalmente confirmada pelo juiz da comissão económica Marcelo Aguinsky, informou um porta-voz dessa comissão.

Segundo a Anmat, foram detectadas falhas no procedimento de obtenção do consentimento, violando os direitos dos pacientes, lembrou o órgão em comunicado divulgado esta terça-feira. O caso tornou-se público devido a uma investigação realizada pelo jornal Clarín em 2007, que revelou que vários dos pais de crianças inoculadas em Santiago del Estero eram analfabetos e não compreendiam os termos científicos incluídos no formulário que assinavam para concordar com o estudo.

A Anmat esclareceu que nenhuma morte foi causada pelos testes e que "a vacina encontra-se aprovada e em vigor em mais de 80 países (entre os quais a própria Argentina)". A Federação Sindical de Profissionais de Saúde da Argentina (Fesprosa), citada pela imprensa local, disse que no país "não há figura do código penal que castigue os investigadores imorais", e portanto, "os culpados por usarem nossas crianças como porquinhos da índia nem sequer passarão por um julgamento".

Brazil Pharma compra Big Ben por R453,6 milhões

Por Juliana Schincariol

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Brazil Pharma, holding de farmácias do BTG Pactual, fechou acordo para compra do Grupo Big Ben por 453,6 milhões de reais, dando continuidade ao movimento de consolidação visto no varejo farmacêutico no Brasil.

O Grupo Big Ben tem 146 lojas no Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba e Pernambuco, com faturamento de cerca de 800 milhões de reais nos últimos 12 meses até junho. Segundo a Brazil Pharma, a empresa é líder na região Norte.

A Brazil Pharma pagará 275 milhões de reais em dinheiro aos donos do Grupo Big Ben, sendo 100,9 milhões de reais à vista e 174,1 milhões de reais em três parcelas anuais.

Os 178,6 milhões de reais restantes serão pagos em ações ordinárias da Brazil Pharma, que serão emitidas ao preço de 15 reais cada. Esses papéis não poderão ser negociados por seus detentores por três anos, segundo os termos do acordo, exceto no caso de oferta pública de aquisição de ações da Brazil Pharma.

A Brazil Pharma foi criada em dezembro de 2009 após a compra da Farmais pelo BTG Pactual e levantou 465,8 milhões de reais em uma oferta primária de ações em junho.

No prospecto da oferta inicial de ações (IPO, em inglês), a companhia informou que pretendia destinar cerca de 70 por cento dos recursos para aquisições de novas redes de drogarias e farmácias, capital de giro e abertura de lojas.

CONSOLIDAÇÃO

Operações recentes de consolidação no varejo farmacêutico no país incluem as alianças entre Raia e Drogasil e de Drogaria SP e Pacheco.

A união entre Raia e Drogasil foi anunciada no começo de agosto e na ocasião deu origem à maior rede de farmácias do Brasil. Juntas, as redes tiveram receita líquida de 1,1 bilhão de reais no segundo trimestre, alta de 19,5 por cento sobre um ano antes. A Raia Drogasil nasceu com mais de 700 drogarias em nove Estados.

Mas a liderança durou pouco, já que apenas algumas semanas depois a Pacheco e a Drogaria SP -ambas de capital fechado- divulgaram a união das empresas, formando a maior varejista farmacêutica do Brasil em receita bruta. Em junho de 2010, a Drogaria SP já tinha adquirido a rede Drogão.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Anvisa discute atendimento a pacientes com próteses da marca francesa PIP

Agência Brasil / Paula Laboissière

Brasília – Representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde se reúnem, no próximo dia 11, com integrantes da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica na tentativa de aprovar um protocolo de atendimento para brasileiras que utilizam a prótese mamária da marca francesa PIP (Poly Implants Protheses).

Em dezembro, o governo francês recomendou a retirada dos implantes porque eles apresentam maior risco de romper ou vazar. Ontem (2), foi publicado no Diário Oficial da União o cancelamento do registro das próteses mamárias PIP no Brasil. Segundo a Anvisa, a decisão teve como base resultados de testes divulgados pela autoridade sanitária francesa que indicaram a presença de um tipo de silicone diferente do que havia sido autorizado para a produção das próteses.

O diretor adjunto da agência, Luiz Roberto Klassmann, explicou que a situação atual, para brasileiras que possuem a próteses da marca francesa, não é de risco imediato. “Não temos intoxicações agudas ou outros tipo de manifestação aguda acontecendo. Por isso, estamos chamando a sociedade médica para conversar e ver quais os protocolos que podem ser adotados a partir dos dados que nós temos”, disse.

De acordo com Klassmann, a ideia é padronizar, por exemplo, exames clínicos indicados para pacientes com a próteses PIP. Segundo ele, a orientação para essas mulheres no momento é procurar o serviço de saúde onde foi feita a cirurgia plástica e fazer uma avaliação da situação da prótese.

“Também solicitamos que os médicos façam uma busca ativa, a partir dos seus prontuários, e entrem em contato com as mulheres”, ressaltou. O diretor adjunto da Anvisa informou que o órgão já registrou notificações de ruptura de próteses, entre outros problemas, mas não há confirmação de que se trata mesmo da marca francesa.

“Estamos em contato diário com a agência francesa de vigilância sanitária. Existe uma indicação [de câncer de mama associado às próteses PIP] que está sendo ainda estudada. Não é um assunto que deva levar pânico à população portadora da prótese. A nossa informação tem que ser no sentido de que estamos atentos ao assunto e trabalhando tecnicamente na proteção dos interesses da população brasileira”, destacou Klassmann

Baxter investe 33 milhões de euros no desenvolvimento de genéricos biológicos

03/01/2012 - 12:45
A Baxter e a Momenta Pharmaceuticals acabam de anunciar uma parceria global para o desenvolvimento e comercialização de seis produtos biosimilares, os chamados “genéricos” dos medicamentos biológicos. Com esta colaboração, a Baxter reforça a sua liderança no segmento de desenvolvimento e produção de medicamentos de composição biológica, geralmente utilizados no tratamento de diversas patologias, desde cancro a doenças auto-imunes e outras patologias crónicas, avança a Baxter, em comunicado de imprensa.


O acordo, que será oficialmente finalizado no primeiro trimestre de 2012, pressupõe que a Baxter realize um pagamento inicial de 33 milhões de euros à Momenta, para o desenvolvimento de seis compostos biosimilares. Ao longo dos próximos sete anos, estão ainda previstos outros pagamentos adicionais, que ficarão dependentes dos resultados alcançados com estes seis produtos iniciais.


“Os medicamentos biológicos assumem-se, cada vez mais, como produtos com grandes benefícios no tratamento de determinadas patologias. Como tal, a parceria estabelecida com a Momenta vai-nos permitir unificar o conhecimento das duas companhias, ampliar a oferta existente no mercado e, consequentemente, o acesso a estas terapêuticas tão importantes. O acordo permite-nos ainda, engrandecer o portfólio e reforçar a nossa liderança no segmento dos produtos biológicos”, refere Ludwig Hantson, presidente da área de BioScience da Baxter

CEO da Teva vai abandonar cargo em Maio

03/01/2012 - 14:45

O CEO da Teva, Shlomo Yanai, vai demitir-se em Maio, anunciou na segunda-feira o presidente da companhia, Phillip Frost. Yanai será substituído por Jeremy Levin, um ex-executivo sénior da Bristol-Myers Squibb (BMS), avança o site FirstWord.

A farmacêutica disse que o plano de sucessão é o resultado de uma decisão de Yanai de "passar para uma nova fase da sua carreira após cinco anos" no seu papel de CEO da Teva. A imprensa israelita apontou uma série de razões para a saída de Yanai, incluindo um número de ofertas de negócios e uma potencial incursão na política. Fontes também especularam que Yanai tinha escolhido 2012 para se demitir uma vez que é esperado que este seja um bom ano para Teva, e, portanto, um momento adequado para se afastar da empresa.

No seu cargo na BMS, Jeremy Levin geriu o portefólio de alianças da companhia e tinha responsabilidade directa pela estratégia, alianças e transacções. Antes de ingressar na BMS, Levin desempenhou o cargo de director global de desenvolvimento de negócios e alianças estratégicas na Novartis e foi previamente CEO da Cadus Pharmaceuticals.


Sobre o novo CEO, o presidente da Teva diz: "A combinação da sua visão, energia criativa e um estilo de gestão eficaz da equipa tornam-no na escolha ideal para liderar a Teva na próxima fase de crescimento da companhia”.

Comentando sobre a renúncia de Yanai, a analista da IBI Natalie Gottlieb disse que "já há algum tempo que os investidores têm vindo a sugerir que ele deveria ser substituído. Portanto, o momento pode ser surpreendente, mas a acção não é". A analista afirmou ainda que a indústria provavelmente vai ver a nomeação de Levin como positiva, porque o novo CEO "vem do campo da inovação numa época em que a tarefa mais importante para a Teva é unir com êxito a Teva e a Cephalon".


Já o analista da Clal Finance Jonathan Kreizman disse que "acreditamos que a nomeação de um gerente da área farmacêutica ... é o rumo correcto a tomar", acrescentando que "após a aquisição da Cephalon, o sucesso [da Teva ] em medicamentos inovadores será um factor decisivo no seu futuro. A este respeito, a experiência tremenda que Levin traz com ele da Novartis [e da BMS] vai definitivamente ajudar a companhia”.