Osmar Saito afirma que contornos irregulares ou com projeções
radiais também apontam pior prognóstico da lesão
A corrida pela busca de nódulos da tireoide aumentou bastante nos
últimos anos, já que a tecnologia viabilizou equipamentos capazes de mostrar
lesões menores, antes inacessíveis. Em contraposição ao considerável ganho de
qualidade das imagens, a evolução tecnológica também resultou em problemas
atípicos, como o descobrimento de falsos nódulos e a exagerada importância dada
a eles.
“É importante aprofundar o assunto e deixar claro para a população o que
é preocupante em um nódulo tireoidiano. Em primeiro lugar, observamos sua
natureza. Se o nódulo for sólido, aumenta ainda mais a sua celularidade – que
se refere à quantidade e à qualidade das células presentes na medula óssea. Mas
uma só característica é insuficiente para predizer o risco de malignidade.
Então, levamos em consideração a ecogenicidade – capacidade do tecido ou órgão
deixar passar as ondas do ultrassom. Os nódulos hipoecogênicos têm maior
celularidade. Ou seja, quanto mais hipoecogênico for o nódulo, maior será o
risco de ele ser maligno”, diz Osmar Saito, médico radiologista do Centro de
Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.
Saito afirma que contornos irregulares ou com projeções radiais também
apontam pior prognóstico da lesão. “Apesar de haver opiniões divergentes em
relação ao tamanho, o consenso é de que nódulos maiores do que um centímetro
deverão ser investigados. Em geral, os menores dificilmente são malignos. Mas,
como para toda regra existe uma exceção, se os nódulos menores do que um
centímetro são sólidos, hipoecogênicos e têm contornos irregulares, deverão ser
submetidos a uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF)”.
Com relação às calcificações, o radiologista explica: “Nódulos com
microcalcificações menores do que dois milímetros são altamente suspeitos. Já
as macrocalcificações estão relacionadas a nódulos benignos. Caso haja a
calcificação total do nódulo, o risco de malignidade será ainda menor”.
Como identificar um tumor maligno da tireoide?
De acordo com Osmar Saito, o ultrassom com doppler da tireoide vem sendo
bastante utilizado no estudo dos nódulos. Mas, como nem toda clínica conta com
profissionais bem preparados e treinados para a precisa interpretação das
imagens, muitas vezes o exame acaba não ajudando muito no diagnóstico.
Na opinião do radiologista, o encontro de vasos centrais, principalmente
quando ocorrem de forma exclusiva, aumenta o risco de a lesão ser maligna.
“Somente o mapeamento em cores não basta. Para identificar o risco, vale a
regra do conjunto das características morfológicas do nódulo”.
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