Por Robson Fernando de Souza em sábado, 6 de setembro de 2014 às
10:05 · comentário.
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Repercutiu
essa semana no Brasil o caso da exploração de caranguejos-ferradura para fins
medicinais e lucrativos. Postais como o Gizmodo divulgaram,
ainda que num tom acrítico, que 250 mil animais dessa espécie são sequestrados
do seu habitat – na costa leste dos
EUA – todo ano, aprisionados em recintos de fornecedoras de matéria-prima
farmacêutica e submetidos à remoção de parte do seu sangue para a produção
de remédio.
Afirma-se
que o sangue deles, de cor azul, contém uma substância capaz de, mesmo em
concentração ínfima, detectar e isolar contaminações por bactérias. Por isso
ela é usada em testes de equipamentos médicos e vacinas. Esses testes, chamados
de LAL, alegamente têm evitado muitas mortes humanas por infecção, e são uma
imposição vinda do governo dos EUA para a indústria de medicamentos e de
implantes cirúrgicos.
O Gizmodo (o mesmo portal que havia divulgado a mentira de
que a reação de uma dada espécie de planta a ondas sonoras era “má notícia”
para os veganos) mostrou, mesmo sem um tom de denúncia, que essa exploração
animal tem diminuído significativamente a população de caranguejos-ferradura na
América do Norte. E a política bem-estarista de tomar 30% do sangue de cada
animal e devolvê-lo ao habitat não tem impedido que entre 10 e 30% desses
animais morram durante a coleta e a taxa de natalidade dessa
espécie tenha diminuído por causa da exploração.
O
portal revelou também que há um claro interesse econômico, longe de uma
preocupação altruísta em salvar vidas humanas,
em explorar esses animais. O litro do sangue roubado deles custa 15 mil dólares
e alimenta, assim, uma indústria multimilionária de matérias-primas de fins
medicinais.
Algumas
pesquisas têm procurado criar uma versão sintética da substância tirada do
sangue deles, mas ainda estão em fase preliminar.
Essa
notícia tem causado revolta nos defensores dos Direitos Animais.
Retrata fielmente o fato de que a indústria farmacêutica trata animais não
humanos como máquinas de produção ou instrumentos de trabalho descartáveis, não
como seres sencientes que querem continuar vivos e voltar para a liberdade.
Queremos
acreditar que o movimento abolicionista estadunidense tem demandado de
cientistas a dedicação no desenvolvimento de uma versão sintética ou um
substituto ético dessa substância. De qualquer forma, fica escancarada mais uma
faceta da exploração animal promovida pela indústria farmacêutica.
Autor dos blogs
Consciencia.blog.br e Veganagente e
do vlog Canal Veganagente. Articulista desde 2007, blogueiro desde 2008,
vlogueiro desde 2011. Atualmente estuda Ciências Sociais na UFPE
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