segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ucrânia e Brasil firmam parceria para produção de insulina

28/10/2011 - 07:17

O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, definiram na passada terça-feira a troca de tecnologia para produção nacional de insulina - produto do qual o Brasil depende hoje em dia de importação, avança a Agência de Notícias Jornal Floripa.

Os dois líderes, que se reuniram em Brasília, definiram que a parceria será entre uma empresa da área farmacêutica da Ucrânia e a Fundação Oswaldo Cruz.

Segundo Dilma, além de tornar o Brasil auto-suficiente, a produção irá diminuir o custo do medicamento usado por diabéticos.

A Ucrânia tem interesse na troca de experiência com o Brasil na área de produção de medicamentos para tratar o VIH/sida

sábado, 29 de outubro de 2011

Descarte de medicamentos vencidos nos municípios poderá trazer danos ambientais

28/10/2011 às 07:10h
As visitas que temos feito nas “Assistências Farmacêuticas” dos Municípios revelam um dado muito preocupante: o grande número de medicamentos vencidos ou com vencimento próximo.

Segundo os técnicos das “Centrais Farmacêuticas” dos municípios visitados, nos anos de 2009 e 2010, a Diretoria de Assistência Farmacêutica do Estado do Piauí passou a enviar medicamento sem que os mesmo tenham sido solicitados e os municípios passaram a receber milhares de frascos e comprimidos que eram pouco utilizados ou até mesmo não utilizados pela rede municipal.

Há municípios que possuem grandes estoques de colírio para glaucoma e que praticamente não são prescritos pela rede de saúde daquele município. Este fato representa uma grande perda de recursos financeiros, devido ao alto custo de aquisição destes colírios.

A aquisição destes medicamentos gerou denúncias dos Órgãos Fiscalizadores e investigações por parte da Polícia Federal a pedido do Ministério Público.

Um grande problema, além da grande perda de recursos, é como se dará o descarte deste medicamentos vencidos ou após vencerem, sem contaminar o meio ambiente. Hoje, o descarte de medicamentos é uma preocupação constante, pois quando feito de forma inadequada pode contaminar o solo e o lençol freático.

O Procuradoria do Meio Ambiente deve acompanhar este descarte.


Nota de C&T: O problema citado acima é uma constante há décadas na grande maioria dos Estados e Municípios do Brasil. A saúde do brasileiro é tratada com desprezo por pura falta de gestão responsável. Enquanto muitos medicamentos vão para o lixo e muitos ficam sem tratamento, mas um pequeno grupo se beneficia ganhando milhões de reais em licitações viciadas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Brasil proíbe lotes de antirretroviral por suspeitar da qualidade.

28/10/2011 - 11:00

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (a Anvisa) suspendeu esta quarta-feira a comercialização e uso de lotes do remédio lamivudina, um antirretroviral usado no tratamento da de pessoas infectadas pelo vírus VIH, causador da sida, avança o G1, o site noticioso da Globo.

A proibição é válida a partir desta quarta-feira e foi publicada no Diário Oficial da União (equivalente ao nosso Diário da República). A agência reguladora brasileira alega suspeita de desvio da qualidade como justificativa para proibir o medicamento.

Segundo o texto da resolução, a Anvisa recebeu notificações repassadas pelo Ministério da Saúde brasileiro que relataram problemas com o medicamento.

Os lotes suspensos foram os de número 0208, 0209, 0210, 0233, 0234 e 0242. O medicamento é vendido como solução oral e é produzido pela Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego).

Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/28-10-11/brasil-proibe-lotes-de-antirretroviral-por-suspeitar-da-qualidade 

Indústrias Farmacêuticas pagam para atrasar entrada de Genéricos no mercado americano.

FTC: tendência de acordos pay-for-delay continua
27/10/2011 - 08:17
Um relatório da Federal Trade Commission (EUA) sugere que as companhias farmacêuticas de marca continuam a pagar às companhias de genéricos para atrasar a introdução de produtos de menor custo, concorrentes dos seus fármacos que perderam a patente, no mercado, avança o site FirstWord.
Segundo o relatório, 156 conflitos de patentes de medicamentos terminaram em acordos durante o ano fiscal que terminou a 30 de Setembro, incluindo 28 acordos potenciais para atrasar a entrada de 25 medicamentos de marca com vendas combinadas nos EUA de mais de 9 mil milhões de dólares. Estes números ficou um pouco abaixo dos cai 31 acordos do tipo registados no ano fiscal anterior.
Comentando a notícia, o presidente da FTC, Jon Leibowitz, disse que "embora muitas companhias não se envolvam em acordos pay-for-delay [pagar para atrasar, em tradução livre], as que o fazem aumentam os custos dos medicamentos de prescrição para os consumidores e para o governo todos os anos”. Leibowitz solicitou ao Joint Select Committee on Deficit Reduction para promover legislação que proíba certos acordos do género que são realizados fora dos tribunais em casos relacionados patentes de medicamentos que envolvem pagamentos e atrasos.
Diane Bieri, vice-presidente executivo e conselheiro geral da PhRMA, disse que "os acordos de patente são um aspecto vital da capacidade de um proprietário de patentes para proteger a propriedade intelectual".
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/27-10-11/ftc-tendencia-de-acordos-pay-delay-continua

Cresce a falsificação de medicamentos para tratamento de câncer e saúde mental.


Emagrecedores e remédios para disfunção erétil também engrossam a lista. Veja como se proteger
A falsificação de medicamentos, apesar das tentativas de controle mundiais, mantém a curva ascendente de crescimento, estimulada por dois problemas crônicos: automedicação e desinformação.
Segundo a ONG americana The Partnership for Safe Medicines – entidade que trabalha formando alianças e estimulando políticas públicas para frear tal avanço – em 2010, foram registradas 1.735 apreensões no mundo.
Estudos recentes feitos pela instituição apontam que a pirataria não se limita a explorar o mercado sempre aquecido de emagrecedores e comprimidos contra a impotência sexual. No Brasil, em 2010, conforme adiantou o iG Saúde, os remédios contra a impotência foram os mais falsificados do País.
Agora, câncer e remédios para tratar problemas de saúde mental como esquizofrenia e depressão despontam como os novos “nichos” de exploração da pirataria, revela Scott A. LaGanga, diretor executivo da Safe Medicines.
“É dificílimo reconhecer um medicamento falsificado. O controle e a apreensão, feitos pelas polícias, e os testes realizados por empresas farmacêuticas revelam muito pouco do que circula no mundo. Todos os dados são subestimados.”
De fato, os números registrados não mensuram o alcance da pirataria no mercado global. Dados fornecidos pelo Instituto de Segurança Farmacêutica – Pharmaceutical Security Institute (PSI) – mostram que na America Latina, nos últimos três anos, o Peru lidera a incidência de produtos falsificados, com 332 apreensões de grandes lotes, seguido por Brasil (222), Colômbia (129), Paraguai (106) e Argentina (62).
Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/cresce-a-falsificacao-de-medicamentos-para-tratamento-de-cancer-e-saude-mental/n1597299321584.html

Nota de C&T: Será que é tão difícil chegar a quem produz fazendo o caminho inverso? Será que uma pessoa pega com medicamentos falsificados e que não queira informar a sua origem precisa de prova maior para ser preso e punido severamente? É revoltante em alguns casos o ordenamento jurídico de um país que se diz democrático.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Farmacêutico chama atenção do poder público no tocante a assistência farmacêutica.

Assistência Farmacêutica bem estruturada propicia ganhos na saúde da população
26/10/2011 às 07:00h
Sempre que viajo a cidades piauienses, tenho a curiosidade de, como farmacêutico, procurar as “Assistências Farmacêuticas” dos Municípios visitados. Coloco entre aspas, porque o que muitos municípios assim denominam, em nada parece com o que é preconizado pelo Ministério da Saúde em suas inúmeras publicações da área.
Se a área física difere tanto do que é padronizado, é possível imaginar no que se refere a procedimentos, onde em muitos locais os medicamentos entram e saem sem nenhum registro de sua passagem, muito menos do seu destino, deixando margem para desvios e corrupções.
Medicamento é um insumo de saúde e assim deveria ser tratado. O Estado e o município carecem urgentemente contratar profissionais qualificados para esta função e investir na estruturação dos serviços. Da forma que está, compra-se mal, caro e perde-se parte do que foi comprado.
Não temos a prática de dispensar medicamentos, mas de livrar-se deles entregando a população sem obedecer aos critérios mínimos de dispensação. O paciente deveria deixar a farmácia com o medicamento prescrito, na quantidade exata para realização do tratamento completo e TODAS as informações de como utilizá-los: posologia, duração, horários, principais interações com alimentos e outros medicamentos e o que fazer em caso de surgimento de alguma reação adversa.
Da forma que está, o SUS paga as consultas, os exames que se fizerem necessários e distribui o medicamento (quando tem), e por falta destas informações o medicamento é utilizado de forma errada, não tratando o paciente, expondo-o a intoxicações e perdendo recursos financeiros importantíssimos.
Que nossos administradores exemplem-se em modelos de sucesso, como o adotado pelo estado vizinho do Ceará, que embora muito aquém do ideal, está “anos luz” a nossa frente. Um outro exemplo é a cidade de Ponta Grossa – PR, onde os recursos das três esferas de governo para aquisição de medicamentos são suficientes para o atendimento da população, um indício que os problemas enfrentados no nosso estado, podem também ser administrativos e não somente de financiamento
Publicado por: José Vilmore

Nota de C&T: O brasileiro sabe o que é assistência farmacêutica? O que é um farmacêutico e seu papel na saúde?  Qual é a diferença de um farmacêutico presente em um balcão de drogaria e um farmacêutico de um serviço de assistência farmacêutica? O brasileiro procura os serviços de um farmacêutico na busca de uma melhor qualidade de vida e combate ou controle de sua doença ou se limita apenas ao médico?

Bordado Computadorizado, uma nova visão na arte de bordar...

Companhia do Bordado participa da 1ª edição da Maringá Franchising 2011
A Companhia do Bordado - pioneira e maior rede no mercado de bordados do país – vai participar da primeira edição da Maringá Franchising Business 2011, que acontece nos dias 28 e 29 de outubro no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro.
Durante o evento, a rede de franquias vai apresentar novidades exclusivas para o empreendedor que visitar o stand. Segundo Vanessa Avelar, gerente de marketing da marca, esta é uma oportunidade única de negócio na cidade: “A Companhia do Bordado tem um agressivo plano de expansão pelo país. O Sul é uma das regiões por onde o nosso projeto de expansão terá prioridade, e Maringá é uma cidade com mercado potencial para nossa marca. Esperamos fechar excelentes negócios neste evento, pois estaremos com condições especiais para o investidor nos dois dias de feira”, revela Vanessa.

A rede tem expectativa de abrir 14 unidades na região Sul do país até o final de 2012.Quem investir na rede oferecerá ao cliente um produto diferenciado, pois a rede aposta em bordados computadorizados há 15 anos no país. A rede busca fraqueados potenciais que se identifique com o segmento. Basta enviar um email para analise da marca: franquia@cdbm.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Sobre a Companhia do Bordado - A Companhia do Bordado - pioneira e maior rede no mercado de bordados do país – oferece serviço de forma diferenciada através de personalização de produtos como bonés, toalhas, camisas, uniformes, entre outros. A marca atende todos os públicos, mas foca na Classe C, emergente no país. Atende o varejo e o publico corporativo aliando alta tecnologia, bom atendimento e preços justos.

Os bordados computadorizados da CIA do Bordado garantem mais qualidade e precisão. A marca tem forte atuação no B2B e atua também em eventos comemorativos, brindes e datas especiais, oferecendo ao cliente um produto personalizado que faz toda a diferença nestas ocasiões.
Fonte: http://www.cianortenews.com/regional/2371-companhia-do-bordado-participa-da-1o-edicao-da-maringa-franchising-2011.html

Teuto (Pfizer) investirá 90 milhõs de reais na produção de Genéricos.

Teuto investe na produção de Genéricos.
O laboratório nacional Teuto vai investir R$ 90 milhões para dobrar sua capacidade de produção de medicamentos genéricos a partir de 2013. Esses aportes fazem parte da estratégia de crescimento da farmacêutica, independentemente da sociedade que mantém com a americana Pfizer, sócia da companhia, com 40% de participação.

"Além da expansão da capacidade de produção para atender à forte demanda pelos produtos da Teuto, estamos discutindo com a Pfizer investimentos para que nosso laboratório se torne a base de exportação da companhia americana para a América Latina", afirmou ao Valor Marcelo Leite Henriques, CEO (principal executivo) da farmacêutica.

Atualmente, a capacidade de produção do laboratório, com sede em Anápolis (GO), é de 22 milhões de unidades (caixas) por mês. "Estamos crescendo a uma média de 40% por ano", disse Leite. "O mercado de genéricos está em franca expansão."

Os investimentos em expansão da capacidade da fábrica serão feitos em duas etapas, explicou Henriques. A primeira parte, de R$ 45 milhões, começou a ser aplicada neste ano, e a outra metade a partir do ano que vem. "Também temos que fazer expansão para atender as necessidades da parceria com a Pfizer", disse Henriques.

Em outubro do ano passado, a Pfizer adquiriu 40% do laboratório nacional Teuto. A companhia americana poderá adquirir os 60% restantes a partir de 2014. As duas empresas começaram a fazer este ano uma combinação de portfólio de medicamentos para incrementar os negócios de ambas as farmacêuticas.

Desde setembro, a Teuto começou a comercializar as versões genéricas do Viagra (combate disfunção erétil) e do Lipitor (colesterol elevado), cujas patentes que pertencem à Pfizer, expiraram no ano passado. Neste mês, a Teuto colocou os genéricos de marca desses dois produtos no mercado: o Tantrix (sildenafil, sob a marca Wyeth) e Viasil (sildenafil, sob a marca Teuto); novas versões do Viagra, e o Zarator (atorvastatina, sob a marca Wyeth) e Lipthal (atorvastatina sob a marca Teuto), representando o Lipitor.

A Pfizer também está começando a fazer visitas médicas para divulgar os medicamentos da Teuto. Segundo Henriques, os alvos são os produtos Pyloritrat (para tratamento gástrico), Finarid (câncer de próstata), Protanol (antidepressivo), Prozen (antidepressivo), Glaufital (tratamento do glaucoma), Nortrip (antidepressivo) e o Carbital (anticonvulsivante).

Já a plataforma de exportação da Teuto com o portfólio combinado com os produtos da Pfizer será definida até o início de 2012. "Vamos discutir investimentos e como será a estratégia", afirmou o executivo.

A atual participação da Teuto com exportações não chega a 1% do faturamento do grupo, segundo o executivo. Com essa nova estratégia, o faturamento com as vendas externas deve se tornar relevante nos próximos anos. Em 2010, a farmacêutica goiana encerrou com receita de R$ 328 milhões. De janeiro a julho deste ano, o crescimento das vendas foi de 41%, o que sinaliza um crescimento da mesma magnitude para este ano. "Vamos crescer 40% em receita este ano e projetamos a mesma expansão em 2012."

Segundo o executivo, o crescimento da companhia ocorre mesmo com um cenário de pressão de descontos de preços sobre as farmacêuticas feita pelas distribuidoras. A companhia tem em seu portfólio de medicamentos 328 genéricos e 281 similares e OTC (medicamento isento de prescrição), além de 60 suplementos alimentares.


FONTE: VALOR ECONÔMICO
Nota de C&T: Enquanto alguns gestores e representantes comerciais de Indústrias Multinacionais, ainda enxergam os Genéricos como uma forte ameaça (miopia de gestão), suas próprias corporações dão demonstrações de que os Genéricos são uma excelente saída para um mercado que pouco inova quando comparado às décadas passadas, assim como, classes menos favorecidas economicamente no passado, passaram a ter mais acessos a medicamentos básicos e com substancias de domínio público. Genéricos no Brasil não é mais privilégio de laboratórios nacionais rotulados de empresas de "BO" (bonificados), pelo contrário, as maiores IF do mundo estão investindo alto neste segmento, aqui no Brasil e fora dele.

Roche compra a americana Anadys (Foco na virologia)

Roche compra americana Anadys por US$ 230 milhões
Aquisição amplia o portfólio de medicamentos contra o vírus da hepatite C da empresa suíça.

A suíça Roche acertou acordo para adquirir a americana Anadys Pharmaceuticals por US$ 230 milhões, ou US$ 3,70 por ação. As informações são do jornal Valor Econômico.
De acordo com o chefe global de pesquisa e desenvolvimento da Roche Pharma, Jean-Jacques Garaud, a aquisição amplia o portfólio de medicamentos contra o vírus da hepatite C.
Pelos termos do acordo, a empresa suíça vai fazer uma oferta para comprar todas as ações da Anadys em circulação ao preço de US$ 3,70 em dinheiro. O valor representa um prêmio de 256% em relação ao preço do fechamento de 14 de outubro.
Segundo o Valor, com a conclusão dessa operação, a Roche vai adquirir as ações remanescentes da empresa localizada em San Diego, Califórnia, em uma segunda etapa. Diretores e outros funcionários com 7,9% das ações concordaram vender esses papéis e apoiar o negócio.

Fonte: http://saudeweb.com.br/25253/roche-compra-americana-anadys-por-us-230-milhoes/

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A médica Marcia Angell reafirma conflitos de interesses na relação médicos e Indústrias Farmacêuticas.

Droga psiquiátrica é veneno para crianças, diz médica.
CLÁUDIA COLLUCCI
DE WASHINGTON

Primeira mulher a ocupar o cargo de editora-chefe no bicentenário "New England Journal of Medicine", a médica Marcia Angell já foi considerada pela revista "Time" uma das 25 personalidades mais influentes nos EUA.

Desde 2004, Angell, 72, é conhecida como a mulher que tirou o sossego da indústria farmacêutica e de muitos médicos e pesquisadores que trabalham na área.

Naquele ano, ela publicou a explosiva obra "A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos", que desnuda o mercado de medicamentos.

Usando da experiência de duas décadas de trabalho no "NEJM", ela conta, por exemplo, como os laboratórios se afastaram de sua missão original de descobrir e fabricar remédios úteis para se transformar em gigantescas máquinas de marketing.

Professora do Departamento de Medicina Social da Universidade Harvard, Angell é autora de vários artigos e livros que questionam a ética na prática e na pesquisa clínica. Tornou-se também uma crítica ferrenha do sistema de saúde americano.

Tem se dedicado a escrever artigos alertando sobre o excesso de prescrição de drogas antipsicóticas, especialmente entre crianças. "Estamos dando veneno para as pessoas mais vulneráveis da sociedade", diz ela.

Mãe de duas filhas e avó de gêmeos de oito meses, ela diz que recebe muitos convites para vir ao Brasil, mas se vê obrigada a recusá-los. "Não suporto a ideia de passar horas e horas dentro de um avião." A seguir, trechos da entrevista exclusiva que ela concedeu à Folha.

*

Folha - Houve alguma mudança no cenário dos conflitos de interesses entre médicos e indústria farmacêutica desde a publicação do seu livro?

Marcia Angell - Não. Os fatos continuam os mesmos. Talvez as pessoas estejam mais atentas. Há mais discussão, reportagens, livros, artigos acadêmicos sobre esses conflitos, então eles parecem estar mais sutis do que eram no passado. Mas é claro que as companhias farmacêuticas sempre encontram uma forma de manter o lucro.

E os pacientes? Algumas pesquisas mostram eles parecem não se importar muito com essas questões.

Em geral, os pacientes confiam cegamente nos seus médicos. Eles não querem ver esses problemas.

Além disso, as pessoas sempre acreditam que os medicamentos sejam muito mais eficazes do que eles realmente são. Até porque somente estudos positivos são projetados e publicados.

A mídia, os pacientes e mesmo muitos médicos acreditam no que esses estudos publicam. As pessoas creem que as drogas sejam mágicas. Para todas as doenças, para toda infelicidade, existe uma droga. A pessoa vai ao médico e o médico diz: "Você precisa perder peso, fazer mais exercícios". E a pessoa diz: "Eu prefiro o remédio".

E os médicos andam tão ocupados, as consultas são tão rápidas, que ele faz a prescrição. Os pacientes acham o médico sério, confiável, quando ele faz isso.

Pacientes têm de ser educados para o fato de que não existem soluções mágicas para os seus problemas. Drogas têm efeitos colaterais que, muitas vezes, são piores do que o problema de base.

A sra. tem escrito artigos sobre o excesso de prescrições na área da psiquiatria. Essa seria hoje uma das especialidades médicas mais conflituosas?

Penso que sim. Há hoje um evidente abuso na prescrição de drogas psiquiátricas, especialmente para crianças.

Crianças que têm problemas de comportamento ou problemas familiares vão até o médico e saem de lá com diagnóstico de transtorno bipolar, ou TDAH [transtorno de déficit de atenção e hiperatividade]. E é claro que tem o dedo da indústria estimulando os médicos a fazer mais e mais diagnósticos.

Às vezes, a criança chega a usar quatro, seis drogas diferentes porque uma dá muitos efeitos colaterais, a outra não reduz os sintomas e outras as deixam ainda mais doentes.

Drogas antipsicóticas estão claramente associadas ao diabetes e à síndrome metabólica. Estamos dando veneno para as pessoas mais vulneráveis da sociedade.

Pessoas que acham que isso não é assim tão terrível sempre argumentam comigo que essas crianças, em geral, chegaram a um estado tão ruim que algo precisa ser feito. Mas isso não é argumento.

Hoje, fala-se muito em medicina personalizada. Na oncologia, há uma aposta de que drogas desenvolvidas para grupos específicos de pacientes serão uma arma eficaz no combate ao câncer. A sra. acredita nessa possibilidade?

Para mim, isso é só propaganda. Não faz o menor sentido uma companhia farmacêutica desenvolver uma droga para um pequeno número de pessoas. E que sistema de saúde aguentaria pagar preços tão altos?

Algumas escolas de medicina nos EUA começaram a cortar subsídios da indústria farmacêutica e de equipamentos na educação médica continuada. No Brasil, essa dependência é ainda muito forte. É preciso eliminar por completo esse vínculo ou há uma chance de conciliar esses interesses?

Deve ser completamente eliminado. Professores pagam para fazer cursos de educação continuada, advogados fazem o mesmo, por que os médicos não podem? A diferença é que você não precisa ir a um resort no Havaí para ter educação médica continuada. É preciso pensar em modelos de capacitação mais modestos. E, com a internet, todos os países, mesmo os pobres ou em desenvolvimento, podem fazer isso. A educação médica não pode ser financiada por quem tem interesse comercial no conteúdo dessa educação.


Nota de C&T: Por mais que se queira acreditar que não há conflitos de interesses, na prática não dá para esconder. Não seria muito mais uma questão de falta de educação e cultura da sociedade?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Medicamento para diabetes (Victoza) utilizado para outro fim. De quem é a responsabilidade?

Remédio para diabetes usado para emagrecer chega a Aracaju

O remédio para diabetes que promete emagrecer até 7 quilos em um único mês, o Victoza, cuja droga é a liraglutida, já chegou a Aracaju há um mês, mas por causa da grande procura, as farmácias já adotaram listas de espera. O grande problema apontado pelos farmacêuticos é faltar medicamento para quem de fato precisa: o diabético.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – não autorizou que a droga seja comercializada para o emagrecimento - somente como antidiabético - mas alguns médicos já o receitam para tal fim. Segundo relato de alguns pacientes que vêm usando a liraglutida, os efeitos colaterais apresentados são pequenos, como náusea, leve dor de cabeça e diarreia.

Uma caixa do medicamento custa em média R$350 e pode durar até um mês. O remédio é vendido em forma de caneta com ponteira injetável subcutânea - o próprio paciente aplica a injeção, na coxa, na barriga ou no braço –, cada caixa vem com duas canetas. Não é necessário ter receituário médico para comprá-lo.

Ana Menezes, farmacêutica, conta que a procura surpreende. “Desde o início de setembro que os pedidos começaram a ser feitos. Temos uma lista com mais de 30 nomes esperando o Victoza, e as pessoas pedem mais de uma caixa. A maioria é com o objetivo de emagrecer mesmo”, afirma Ana.

No dia 8 de setembro, a Anvisa divulgou nota informando os perigos do uso da liraglutida. “Este produto é um medicamento novo e, embora pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos... Além disso, destacam-se outros riscos: pancreatite [inflamação do pâncreas], desidratação e alteração da função renal e distúrbios da [glândula] tireoide, como nódulos e casos de urticária”, diz a nota.

FUNCIONAMENTO

A liraglutida imita o GLP-1, um hormônio natural que regula a sensação de saciedade, Ele faz com que a digestão fique mais lenta e a pessoa demore a sentir fome. O Victoza tem oito vezes mais hormônio do que o produzido normalmente pelo corpo. Além disso, seu efeito se estende por 24 horas na corrente sanguínea, enquanto o GLP-1 age no organismo só por três minutos. O laboratório que produz o Victoza está pedindo a aprovação do remédio também como emagrecedor.

Fonte: http://www.cinform.com.br/noticias/201020119213420193/remedio-para-diabetes-usado-para-emagrecer-chega-a-aracaju.html

Nota de C&T: Trata-se de um medicamento que precisa de prescrição médica. Será que tem médico prescrevendo só para obesidade? Não seria mais ético as farmácias declararem que vendem o medicamento para qualquer pessoa sem prescrição médica?

É verdade que está faltando para diabéticos que precisam porque farmácias não são punidas por venderem medicamentos de tarja vermelha sem prescrição médica. No Brasil só se moraliza este mercado controlando tudo que for tarja vermelha com retenção de prescrição.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Abbott parte para nova estratégia no mercado.

A Abbott Laboratories informou na quarta-feira que planeja dividir-se em duas empresas de capital aberto, separando a divisão de produtos médicos das operações farmacêuticas baseadas em pesquisas.

A empresa de produtos médicos será constituída pelas atuais divisões de farmacêuticos genéricos, produtos para diagnóstico em laboratório e produtos nutricionais, e vai manter o nome Abbott. A empresa farmacêutica baseada em pesquisas incluirá a carteira da Abbott de produtos farmacêuticos e biológicos e receberá outro nome mais tarde.

A firma de produtos médicos tem cerca de US$ 22 bilhões em receita anual, enquanto a farmacêutica baseada em pesquisas tem quase US$ 18 bilhões. Miles White continuará a ser o presidente do conselho e executivo principal da Abbott, e Richard A. Gonzalez, atual vice-presidente executivo da divisão global de produtos farmacêuticos, será o presidente do conselho e executivo principal da empresa farmacêutica baseada em pesquisas.

A Abbott apresentou queda nos lucros nos últimos trimestres devido a encargos de reestruturação e aquisição, embora também tenha gerado maiores receitas nos últimos tempos. De modo geral, a carteira diversificada da Abbott tem poupado a empresa de alguns problemas que se colocam a outros grandes fabricantes de medicamentos, como a expiração das patentes e a concorrência dos genéricos. A série de aquisições da empresa nos últimos anos visa reduzir sua dependência do anti-inflamatório Humira para o crescimento das vendas.

A Abbott, com sede em Abbott Park, Illinois, divulgou na quarta-feira um lucro de US$ 303 milhões, ou US$ 0,19 por ação, resultado abaixo dos US$ 891 milhões, ou US$ 0,57 por ação de um ano antes. Excluindo itens como os custos de reestruturação e integração das aquisições, os lucros subiram de US$ 1,05 para US$ 1,18 por ação. As vendas saltaram 13% para US$ 9,82 bilhões, refletindo um crescimento de 21% da empresa em mercados emergentes.

Analistas consultados pela Thomson Reuters previam lucro de US$ 1,17 sobre receitas de US$ 9,64 bilhões. A margem operacional caiu de 13,6% para 6,1%.

As vendas de produtos farmacêuticos patenteados, o maior segmento da empresa em receita, subiram 13,5%. O segmento de produtos já estabelecidos, que concentra as vendas de genéricos fora dos Estados Unidos, teve aumento de 22,6% nas vendas. Houve aumento de 12,6% nas vendas de produtos nutricionais e de 11,5% nos produtos para diagnósticos em laboratório.

A empresa também reduziu sua estimativa para os ganhos do ano todo para uma faixa de US$ 4,66 a US$ 4,64 por ação. A projeção anterior, de julho, previa uma faixa de US$ 4,58 a US$ 4,68 por ação.

Fonte: http://online.wsj.com/article/SB10001424052970204618704576640932200965402.html

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Medicamentos sem Prescrição Médica (MIP) de volta ao alcance livre dos consumidores.

Remédios sem prescrição voltam às gôndolas
Farmácias do Estado de São Paulo podem voltar a dispor medicamentos isentos de prescrição nas gôndolas acessíveis aos consumidores. Desde fevereiro de 2010, quando entrou em vigor a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 44), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os estabelecimentos eram obrigados a manter atrás do balcão analgésicos e antigripais, entre outros. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

A decisão foi proferida pelo Tribunal Regional Federal 1.ª Região (DF) na sexta-feira, em resposta a um pedido do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma). Segundo o texto, “enquanto não sobrevier lei dispondo sobre a matéria, a Anvisa não pode impedir que os medicamentos isentos de prescrição sejam expostos aos consumidores”.

Segundo a publicação, a assessoria de imprensa da Anvisa, sindicatos e associações de farmácias de todo o País têm entrado com pedidos judiciais para anular os efeitos da RDC. Embora a agência esteja recorrendo individualmente de cada liminar, o órgão não deve se manifestar sobre cada uma das decisões até a decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) – ainda sem data definida – que deve julgar a validade de toda a RDC 44, e não apenas do item que se refere à disposição dos medicamentos.

Desde sexta-feira, alguns comerciantes da capital já colocaram os medicamentos ao alcance do público. E informaram que as vendas caíram bastante quando tiraram os remédios das gôndolas. E conta que os clientes também reclamavam porque tinham de ficar na fila para comprar um remédio para dor de cabeça.

Apesar disso, o Sincofarma informa não ter dados precisos sobre o impacto da RDC nas vendas das farmácias. O embate judicial entre a Anvisa e o comércio farmacêutico vem se desenrolando desde o ano passado. Poucos dias depois de a RDC 44 entrar em vigor, o Sincofarma já havia conseguido uma liminar que permitia que as farmácias deixassem os remédios acessíveis ao público.

Segundo a advocacia do sindicato, os fiscais da vigilância sanitária continuaram multando os estabelecimentos que mantiveram os remédios nas gôndolas. Isso porque, o texto da decisão judicial estaria ambíguo e sujeito a interpretações diferentes. A decisão da semana passada esclarece que a Anvisa deve desobrigar as farmácias de seguir o item da RDC 44 referente à disposição dos remédios sem prescrição.

Para o farmacêutico, presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Jaldo de Souza Santos, os medicamentos nas gôndolas trazem um risco grande para a população.

Ele ressalta que o uso indiscriminado, sem orientação de profissionais que conhecem os malefícios que a medicação pode trazer é imprudente. E diz que lamenta que os medicamentos possam estar soltos novamente nas gôndolas. Para ele, quando o consumidor pede o medicamento ao farmacêutico, ele tem a chance de ser orientado sobre seus riscos e sobre a administração correta.

Fonte: Saúde Web

Fonte: http://www.sbfc.org.br/site/ver_noticias.php?id=1791&name=noticias

Teuto, empresa ligada a Pfizer, afirma cumprir Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Laboratório Teuto recicla mais de 70% de seus resíduos
Da Redação
Desde o início do processo produtivo até o destino final dos produtos, o Laboratório Teuto se preocupa em evitar os impactos ambientais da produção de medicamentos. Na indústria, todo o material reciclado é levado para a sala de descarte, onde acontece a separação dos resíduos em reciclados e perigosos, como restos de produção, produtos vencidos e reprovados. Tudo é encaminhado para a Central de Tratamento de Resíduos, e mais de 70% do material é reciclado.

A aprovação da Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelecendo princípios, objetivos, diretrizes, metas, ações, e importantes instrumentos, tais como o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que está em processo de construção através de consulta pública, não foi novidade para o laboratório, visto que sempre se desenvolveu dentro da empresa uma política de tratamento dos resíduos sólidos, assim como ações voltadas para a preservação do meio ambiente.

É o que assegura a analista de meio ambiente Mônica Veloso: "Os investimentos dentro de nossa indústria têm como objetivo melhorar a qualidade de vida e desenvolver políticas sustentáveis para o planeta", finaliza.

O Teuto, por meio do Comitê de Desenvolvimento Sustentável (Codes), tem o objetivo de promover o desenvolvimento social, ambiental e econômico da empresa. O Codes também desenvolve outras parcerias voltadas para a sustentabilidade, entre elas um projeto de coleta seletiva. A iniciativa é simples e não exige quase nada, bastando apenas separar papel, plástico, vidro e metal e depositar nos vasilhames apropriados - de onde serão recolhidos e transportados para a Central de Tratamento. Para obter mais informações relacionadas ao Laboratório Teuto, acesse o site www.teuto.com.br


Fonte: Race Comunicação

Governo fiscaliza Farmácias do programa "Aqui tem Farmácia Popular". É o mínimo que esperamos, já que as suspeitas de falcatruas existem.

18/10/2011 - Governo reforça fiscalização do "Aqui tem Farmácia Popular"    
Da Redação



O Ministério da Saúde iniciou uma ação de fiscalização das drogarias credenciadas ao programa Aqui tem Farmácia Popular. A iniciativa começou por dez unidades do Distrito Federal, com a visita de auditores do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS). A experiência no DF será a base para montar um calendário de monitoramento permanente das 20 mil drogarias em todo o país, que terá início em dezembro.
A estratégia tem como objetivo fortalecer o programa, garantindo maior controle e transparência, além de aperfeiçoar o acesso a medicamentos gratuitos para diabetes e hipertensão - do programa Saúde não Tem Preço - ou 90% de desconto para outros 20 medicamentos. Desde 2008, o Denasus realizou 497 auditorias, 1.308 unidades foram desconectadas para ajustes e outras 289, descredenciadas do programa, além de 318 multas terem sido aplicadas.
Iniciada em Brasília, a ação segue nos próximos dias sob a coordenação do DENASUS. A ideia é desenhar, na capital federal, a estratégia de fiscalização que será aplicada nas demais drogarias do país. “O programa tem um significado muito importante para o Ministério da Saúde, pois atende a milhões de pessoas”, afirma Adalberto Fulgêncio, diretor do departamento. “Estamos comprometidos com o combate ao desperdício dos recursos da Saúde e ao mesmo tempo atentos para ampliar e melhorar o acesso da população aos medicamentos”, enfatiza Fulgêncio.
De acordo com o diretor, os auditores irão analisar se as farmácias estão de acordo com o que determinam as normas e critérios definidos pelo Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF). Entre os aspectos que estão sendo avaliados, estão, por exemplo, a análise do cupom vinculado, uma espécie de nota fiscal eletrônica. Ela funciona como um mecanismo de segurança e deve conter o valor total da venda, a quantidade autorizada, a prescrição diária, a data da próxima compra, detalhes da descrição de cada medicamento, identificação do atendente e o telefone 136, da Ouvidoria do Ministério da Saúde, para consultas ou denúncias.
Caso sejam encontradas desconformidades com as regras do programa, o Ministério da Saúde poderá determinar a suspensão imediata da farmácia, que é intimada a prestar esclarecimentos. Se constatada alguma irregularidade, o estabelecimento é descredenciado e pode ser aplicada multa de até 10% sobre o montante das vendas referentes ao último trimestre, a partir da data da notificação para a apresentação da defesa.

SAÚDE NÃO TEM PREÇO
A partir de fevereiro deste ano, com o lançamento do programa Saúde Não Tem Preço, medicamentos indicados para diabetes e hipertensão passaram a ser distribuídos gratuitamente pelas farmácias credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular - são cinco medicamentos para diabetes e seis para hipertensão, totalizando 18 apresentações.
A iniciativa do Ministério da Saúde ampliou em 239% o acesso ao tratamento dessas doenças nas mais de 20 mil drogarias credenciadas ao programa. O número de pacientes atendidos pulou de 853 mil, em janeiro, para 2.888.956, em setembro. Foram realizados 306.826 atendimentos de pessoas diabéticas, em janeiro, chegando a 892.820 em setembro, o que representou um crescimento de 191%. Já o número de hipertensos beneficiados foi ampliado em 271%, passando de 658.648 para 2.443.044, no mesmo período.
O “Saúde Não Tem Preço” tem estimulado o crescimento geral do "Aqui Tem Farmácia Popular", cujo número de beneficiados teve aumento 183% de janeiro a setembro - passou de 1,2 milhões para 3,5 milhões. Além dos medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes, o programa oferece com desconto medicamentos que tratam asma, rinite, osteoporose, colesterol, doença de Parkinson e glaucoma. Também são disponibilizados anticoncepcionais e fraldas geriátricas - essas indicadas para pessoas com mais 60 anos.
Para retirar o medicamento, o usuário precisa apresentar apenas CPF, documento com foto e receita médica válida. O programa permitiu ao Ministério da Saúde expandir os pontos de retirada de determinados medicamentos para além dos postos de saúde e dos hospitais credenciados, aumentando o acesso da população à assistência farmacêutica.

Fonte:
Agência Saúde / Ministério da Saúde

Alívio para o bolso de quem precisa usar Olanzapina. Medley lança Genérico.

Medley lança genérico para tratar esquizofrenia
Afastamento da realidade por meio de alucinações e/ou delírios, distanciamento do contato social e dificuldades para manter laços afetivos são algumas características do paciente acometido pela esquizofrenia. Uma doença que precisa ser controlada por medicamento diariamente.

Para auxiliar na cura da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente, a Medley Indústria Farmacêutica coloca no mercado o genérico Olanzapina. Com apresentação exclusiva de 30 comprimidos, o medicamento pode ser encontrado em três versões de 2,5mg, 5mg e 10mg. Cada unidade pode custar até 41% menos que o produto de referência.

Olanzapina Medley-Indicações tratamento da esquizofrenia e outras psicoses e alivio dos sintomas afetivos secundários. Episódios de mania aguda ou mistos do transtorno bipolar em monoterapia ou em combinação com lítio ou valproato.

Contraindicações: hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula.

Registro MS: 2,5mg - 1018106120032 |5mg - 1018106120075|10mg – 1018106120113|SIM – 0800 729 8000|www.medley.com.br .
Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=177448

Teuto, empresa ligada a Pfizer felicita os médicos do Brasil pelo dia 18 de Outubro (Dia do Médico)

No Dia do Médico, Teuto reitera importância do relacionamento com profissionais de medicina
Ações coordenadas com a classe médica demonstram o respeito do laboratório com os doutores de todo o país.

No dia 18 de outubro (terça-feira) comemora-se o dia do médico, e o Laboratório Teuto tem o prazer de dar suas felicitações aos profissionais da categoria de todo o Brasil. E, para prestigiar essa classe tão importante para a indústria farmacêutica e para a população, durante toda essa semana, o site Dr. Teuto trará uma série de entrevistas com médicos renomados, uma por dia, abordando vários aspectos da carreira médica.

O site - voltado exclusivamente para a classe - é uma ferramenta importante para o relacionamento desses profissionais com o setor produtivo, pois é feito sob medida para eles: "Pelo portal o médico não precisa sair do seu consultório para acessar informações atuais e, assim, pode dedicar mais tempo aos seus pacientes", explica o diretor de marketing do Teuto, Italo Melo. Vale lembrar que o Dr. Teuto conta com uma ferramenta importante que é o cadastro para acesso ao conteúdo restrito e exclusivo.

Desde o lançamento em 2009, o Dr. Teuto busca prestar os melhores serviços possíveis aos médicos, trazendo informações sobre a área da saúde, novidades em medicamentos, informações científicas, vídeos 3D exclusivos, mostrando a ação dos medicamentos no corpo humano, novos tratamentos, tendências, estilo de vida, aplicativos de ipad e iphone para o público médico e curiosidades. Sem contar o acesso à lista completa de medicamentos produzidos pelo Teuto e suas bulas.

Para estreitar mais ainda esse relacionamento tão importante, em 2011, iniciou-se um trabalho com a equipe de visitação da Pfizer, a fim de apresentar a parceria entre as duas empresas ao público médico, bem como o portfólio de produtos.

O laboratório iniciou também ações de participação em congressos médicos, buscando entender ainda mais quais são os anseios e as necessidades específicas desse público.

Ações como essas do Laboratório Teuto tem como objetivo mostrar a seriedade e compromisso da empresa com os profissionais de saúde e com a população brasileira, oferecendo produtos de alta qualidade e confiança, a preços acessíveis, proporcionando mais acesso à qualidade de vida, saúde e bem estar para as pessoas.
Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=177445

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lilly em Portugal patrocina aconselhamento sobre DE em farmácias.

Mais de 1200 homens receberam aconselhamento sobre disfunção eréctil
17/10/2011 - 12:04
1203 é o número total de homens que já participaram nas Sessões de Aconselhamento sobre Disfunção Eréctil, programa realizado em 108 farmácias de todo o País. Deste grupo, mais de metade (57%) sofria de Disfunção Eréctil. É este o resultado de cerca de sete meses de Sessões de Aconselhamento sobre Disfunção Eréctil, uma iniciativa da Lilly Portugal com o apoio da Sociedade Portuguesa de Andrologia e da Associação Portuguesa de Urologia, que volta agora a Lisboa e ao Porto. Dia 17 de Outubro arranca uma nova vaga nas farmácias Moderna, em Matosinhos, Correia e Hospital de São João, no Porto, avança comunicado de imprensa.

"Talvez deva saber mais sobre a Disfunção Eréctil" foi o mote do programa da Lilly Portugal, da SPA e da APU que, em Novembro do ano passado, lançou as primeiras Sessões de Aconselhamento sobre Disfunção Eréctil, com o objectivo de acabar com os tabus e alertar para os principais factores de risco de uma doença que afecta cerca de meio milhão de homens em Portugal.

Cerca de um ano passado sobre a sua estreia, as Sessões de Aconselhamento sobre Disfunção Eréctil já receberam 1203 homens, com uma média de idades de 63 anos. Desse grupo, mais de metade (57%) tinha Disfunção Eréctil e 83% sofria de HBP, ou Hiperplasia Benigna da Próstata. A HBP é muito comum entre os homens com mais de 40 anos e tem como sintomas o enfraquecimento ou a interrupção do jacto urinário, o aumento da frequência das micções e a urgência em urinar com perda ocasional de urina, que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto.

Do total de participantes nestas sessões, apenas 42% tinha procurado ajuda para tratar a Disfunção Eréctil e só 27% tomava algum tipo de medicação. A vergonha ainda é o principal entrave à rápida resolução do problema, apesar de o tema ser falado nos media já há vários anos.

Procura de ajuda é fundamental

É importante alertar para os factores de risco de uma doença que afecta cerca de meio milhão de homens em Portugal e que pode ser um indicador precoce de complicações cardiovasculares. As Sessões de Aconselhamento ajudam a quebrar o isolamento e a orientar os doentes - 23% dos doentes foram reencaminhados para a consulta de Clínica Geral e 24% para a Urologia.

A procura de ajuda é essencial na recuperação do doente. Prevenir e tratar a Disfunção Eréctil é também prevenir outras doenças altamente incapacitantes. O diagnóstico precoce e activo da Disfunção Eréctil é uma oportunidade de prevenção da diabetes, da depressão, da hipertensão e da obesidade, entre outras.

As Sessões de Aconselhamento vão continuar agora para a Norte do País. Dia 17 de Outubro inaugura-se uma nova vaga, nas farmácias Moderna, em Matosinhos, Correia e Hospital de São João, no Porto.

Tal como nas sessões anteriores, todos os dias uma equipa de profissionais de saúde composta por um psicólogo e um enfermeiro vai estar presente em diferentes farmácias com o objectivo de informar e aconselhar as pessoas sobre os problemas relacionados com a Disfunção Eréctil e alertar para os principais factores de risco como a diabetes e a hipertensão.

"Esta iniciativa, alargada a todo o território nacional, vai permitir chegar a cada vez mais homens e casais que precisam de um estímulo para procurar ajuda", explica Jorge Rocha Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia. "Iniciativas como esta são fundamentais para incentivar o debate sobre a patologia", acrescenta. "A Disfunção Eréctil tem tratamento. Saber que é uma situação mais comum do que se imagina e que há outros homens a sofrer do mesmo é essencial para tomar a iniciativa e procurar a resolução do problema", conclui.
Em Portugal, há cerca de meio milhão de homens a sofrer de Disfunção Eréctil. Destes, apenas 10% estão em tratamento, o que significa que há pelo menos 450 mil que ainda sofrem em silêncio. É objectivo da Sociedade Portuguesa de Andrologia, da Associação Portuguesa de Urologia e da Lilly Portugal "acabar com as desculpas", já que 95% dos casos de disfunção eréctil já têm tratamento. Os números das patologias associadas à DE são assustadores: 40% dos homens com disfunção eréctil têm doença coronária significativa e 68% dos homens com hipertensão têm disfunção eréctil.
Para mais informações pode ainda consultar o www.vivebem.com

Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/industria-farmaceutica/17-10-11/mais-de-1200-homens-receberam-aconselhamento-sobre-disfu 

Sitagliptina + Sivastatina agora associados num só comprimido.

FDA aprova o primeiro fármaco combinado contra a diabetes e colesterol
10/10/2011 - 13:14
A Merck & Co recebeu luz verde por parte da FDA para Juvisync®, que combina o seu fármaco contra a diabetes Januvia® com o seu fármaco, agora em genérico, contra o colesterol Zocor® num só comprimido, anuncia o PharmaTimes online.

A FDA aprovou várias apresentações do Juvisync® (sitagliptina e sinvastatina): 100 mg/10 mg, 100 mg/20 mg e 100 mg/40 mg. A Merck comprometeu-se a a combinação com a dosagem de sitagliptina de 50 mg e também irá realizar um estudo clínico pós-comercialização, para comparar como Januvia® reduz a glicose isoladamente comparativamente com Juvisync®.

Mary Parks, directora da Divisão de Metabolismo e Produtos de Endocrinologia do FDA para Avaliação e Pesquisa Farmacêutica, observou que para garantir o uso seguro e eficaz, os comprimidos contêm dosagens diferentes de sitagliptina e sinvastatina "foram desenvolvidos para atender as diferentes necessidades dos doentes". Acrescentou que "a escolha da dosegem deve ter em conta outros medicamentos que o doente está a tomar."

Juvisync® é a primeira terapêutica combinada aprovada para pacientes que precisem de um anti-diabético oral e de baixar o colesterol, num só comprido tomado uma vez dia. O mercado para esta copmbinação é considerável, dado que cerca de 20 milhões de pessoas nos EUA têm diabetes tipo 2 e que muitas vezes têm também níveis elevados de colesterol.

Barry Goldstein, director da área de diabetes e endocrinologia da Merck, disse que "apesar de directrizes clínicas colocar as pessoas com diabetes tipo 2 que necessitam de terapêutica glicémica e lipídica no mesmo nível de risco como aqueles com doença cardíaca coronária, quase 40% dos pacientes elegíveis não recebem tratamento com estatina". A empresa observou que o preço do Juvisync® será o mesmo preço de Januvia sozinho, cerca de 215 dólares por mês.

A aprovação vai aumentar a franquia de Januvia® que, no segundo trimestre, gerou $779 milhões de dólares, um aumento de 30%, enquanto Janumet® (sitagliptina e metformina) gerou $321 milhões de dólares, um salto de 47%.

Medicamento da BMS pode aumentar riscos de Hipertensão Arterial Pulmonar em seus usuários.

FDA alerta para risco de hipertensão arterial pulmonar associado ao Sprycel®
12/10/2011 - 08:53
A FDA (entidade que regula o medicamento nos EUA) emitiu na terça-feira um aviso de segurança alertando que o medicamento para a leucemia da Bristol-Myers Squibb (BMS), o Sprycel® (dasatinibe), pode aumentar o risco de hipertensão arterial pulmonar (HAP). As informações de risco têm sido adicionadas ao rótulo do produto, que está aprovado para o tratamento de alguns doentes adultos com leucemia mielóide crónica (LMC) com cromossoma Filadélfia positivo ou leucemia linfoblástica aguda, avança o site FirstWord.

Segundo a entidade reguladora, foram relatados 12 casos de HAP ao banco de dados de farmacovigilância global da BMS desde que o fármaco recebeu aprovação em 2006. A FDA avançou que, nesses casos, que foram diagnosticados até um ano após o início do tratamento com Sprycel®, o medicamento foi identificado como a causa mais provável. A agência acrescenta que os doentes foram muitas vezes tomando medicações concomitantes ou tinham co-morbidades. Nenhuma fatalidade da condição foi relatada e, em alguns casos, as melhorias nos parâmetros clínicos de HAP foram observados quando o tratamento com Sprycel® foi interrompido.

Em Agosto, a Health Canada (entidade que regula os medicamentos no Canadá) emitiu um alerta semelhante sobre o Sprycel® após relatos de HAP grave em doentes que tomaram o medicamento.
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/12-10-11/fda-alerta-para-risco-de-hipertensao-arterial-pulmonar-associado-a

Fiscalizações continuam no interior de Pernambuco relacionadas ao Lixo Hospitalar importado dos EUA.

Anvisa deve continuar busca por lixo hospitalar nesta segunda, em PE
No último sábado, fiscais recolheram material e encaminharam para análise.
O Ministério Público Federal já foi acionado para investigar o caso

Estão previstas para esta segunda-feira (17) novas vistorias em lojas que ficam no Agreste de Pernambuco, em busca do tecido supostamente contaminado por lixo hospitalar, semelhante ao encontrado em dois contêiners no Porto de Suape, na última semana. O material teria sido importado por uma empresa do segmento têxtil, com sede no município de Santa Cruz do Capibaribe.

As cargas foram apreendidas nas últimas terça (11) e quinta-feiras (13) durante fiscalizações realizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Receita Federal.

No último sábado (15), também foram realizadas vistorias em uma filial da empresa que seria responsável pelas importações, instalada no município de Toritama. Fiscais da Anvisa recolheram amostras e encaminharam para o Recife, onde o material será analisado.

O material não era lavado e um fardo de tecido com 1 kg era vendido a partir de R$ 8,35, de acordo com um dos funcionários da empresa, que não quis se identificar. Uma moradora da região, também sem revelar a identidade, afirmou que via o produto chegando em contêiners e sendo descarregado. “De dois em dois meses vinha um”, conta.

A Receita Federal acionou o Ministério Público Federal na última sexta-feira (14). A representação será distribuída a um dos procuradores locais, que podem instaurar um inquérito ou um procedimento administrativo para que o caso seja investigado.
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2011/10/anvisa-deve-continuar-busca-por-lixo-hospitalar-nesta-segunda-em-pe.html

Medicamentos de "Grifes" poderão sofrer quebra de patente no Brasil.

Uma nova guerra dos medicamentos?
Por Daniela Frabasile

Marcada em 2011 pela abertura do debate sobre o reconhecimento do Estado Palestino, a Assembleia Geral das Nações Unidas deste ano foi precedida, como de costume, por uma série de encontros menos cercados de glamour e holofotes. Um destes eventos, a reunião de alto nível da ONU sobre doenças crônicas não transmissíveis, apareceu na mídia brasileira apenas devido a um discurso da presidente Dilma Roussef – que defendeu a quebra das patentes farmacêuticas. Apesar de pouco visível, o encontro é parte de um processo de decisões internacionais que pode decidir o futuro de centenas de milhões de pessoas e sacudir uma das indústrias mais ricas e poderosas do mundo: a de medicamentos.

A possível reviravolta está sendo armada há alguns anos. Laboratórios chineses e indianos, que já são responsáveis por boa parte dos remédios consumidos no mundo, deram um passo adiante: estão prestes a dominar os processos tecnológicos que permitem produzir drogas mais sofisticadas. São remédios de última geração e grande potência, fundamentais para tratar doenças como certos tipos de câncer e diabetes. Para disputar o mercado da saúde, os novos produtores anunciam que reduzirão dramaticamente os preços hoje vigentes – o que permitiria que os fármacos chegassem a um público hoje sem acesso a eles. As empresas que dominam a produção mundial (localizadas na América do Norte e Europa) resistem. Sua arma principal não é industrial, mas jurídica. Elas querem evitar que câncer e diabetes sejam tratados pelo direito internacional como epidemias, o que permitiria quebrar patentes e colocaria chineses e indianos em condições de oferecer produtos a governos e consumidores finais em todo o mundo.

O controle que poucas empresas transnacionais exercem sobre a produção de medicamentos apoia-se em dois pilares. O primeiro é tecnológico. As doze maiores empresas da área farmacêutica e de biotecnologia mantiveram, durante décadas, uma clara dianteira sobre todas as demais. Estão todas situadas nos Estados Unidos (Johnson, Pfizer, Abbott, Merck, Eli-Lilly e Bristol-Meyers-Squibb), Suíça (Roche e Novartis), França (Sanofi), Reino Unido (GlaxoSmithKline e Astra) ou Alemanha (Bayer Farmacêutica). Faturam anualmente entre 18 e 60 bilhões de dólares. Afirmam investir em pesquisa e desenvolvimento algo entre 2,5 e 9,5 bilhões de dólares ao ano.

O segundo pilar é simbólico. Envolve leis, marcas, publicidade, imagem. Até o final da década de 1970, quase nenhum país admitia patentes sobre medicamentos. Criada em 1993, a Organização Mundial do Comércio (OMC) tem, entre seus acordos básicos, o TRIPS (Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio, na sigla em inglês). Ele obriga os 153 países-membros a proteger a “propriedade intelectual” dos laboratórios por no mínimo vinte anos. Uma vez patenteado por uma empresa, um medicamento não pode ser produzido por nenhuma outra, durante este período. Genéricos são proibidos. A exclusividade permite impor preços leoninos.

Ela esbarra, porém, num obstáculo: em todo o mundo, as sociedades reivindicam com cada vez mais força o acesso aos remédios mais sofisticados, muitas vezes necessários a garantir sua vida. Os Estados, principalmente os mais empobrecidos, têm dificuldades em arcar com os custos desta reivindicação. Um exemplo eloquente: desde o início dos anos 1980, o Brasil assegura, a todos os portadores do vírus HIV, o coquetel de drogas necessário para evitar ou controlar os efeitos da AIDS. Dezenas de nações africanas, onde a epidemia da doença é muito mais aguda, não são capazes de assegurar o mesmo direito.

Desde 2001, surgiu uma brecha para amenizar o problema. Por meio de uma resolução hoje conhecida como “Declaração de Doha”, o OMC flexibilizou as patentes farmacêuticas. Os países-membros têm o direito de quebrá-las, por decisão de seus governos. Só podem fazê-lo, contudo, sob certas condições. Segundo o texto do documento, sempre que for necessário “assegurar o acesso de todos aos medicamentos”. De acordo com uma jurisprudência construída a partir de 2003, porém, tal faculdade só abrangeria situações de emergência nacional ou epidemias de doenças transmissíveis. Mais uma vez, o exemplo mais concreto é o da AIDS. O próprio Brasil serviu-se algumas vezes da Declaração de Doha para quebrar as patentes de alguns dos fármacos que compõem o coquetel, ou para pressionar as corporações que as detêm a reduzir drasticamente os preço praticados.

Embora provoque cerca de 2 milhões de mortes ao ano, 11 mil no Brasil, a AIDS incide sobre uma parcela relativamente reduzida da população mundial. Muito mais presentes são doenças como o câncer, o diabetes, as patologias cardíacas. Há muito, a indústria farmacêutica volta-se para elas. Tem alcançado progressos notáveis em seu tratamento. Obtém lucros astronômicos. A Roche, por exemplo, fatura 19 bilhões de dólares por ano – metade de suas vendas – graças ao Rituxan, Avastin e Herceptin, todos para tratamentos do câncer. As vendas crescem mais rápido nos países emergentes, onde as sociedades têm alcançado novas conquistas no acesso aos medicamentos. Após decisões judiciais, o México passou a dispender 120 milhões de dólares anuais com o Herceptim, capaz de combater cânceres de mama em estágio avançado, ou que resistem a outras drogas.

Oriente médico

Um elemento essencial deste cenário começou a mudar, há alguns anos, conforme conta matéria recente do repórter Gardiner Harris, no New York Times. Laboratórios chineses e indianos parecem ter-se capacitado para entrar no mercado das drogas mais sofisticadas. Não são principiantes. Já produzem, segundo o jornal, cerca de 80% dos ingredientes ativos das drogas consumidas no mundo. O que parecem estar desenvolvendo agora é a tecnologia necessária para sintetizar os medicamentos mais potentes e caros.

Além de sacudir o mercado farmacêutico mundial, este possível passo adiante pode revolucionar o acesso das populações a medicamentos necessários para salvar dezenas de milhões de vidas. As indústrias de remédios chinesas e indianas produzem e vendem muito mais barato que suas congêneres norte-americanas e europeias. Seja por motivos estratégicos (atender a políticas de saúde de seus governos, dos quais são muito dependentes), ou por estratégias de negócio (conquistar fatias do mercado mundial hoje em poder das companhias líderes), elas têm derrubado as cotações. Há uma década, o presidente da Cipla, a gigante farmacêutica indiana, deixou atônitos e incrédulos os especialistas do setor ao anunciar que rebaixaria o preço do coquetel anti-AIDS a 1 dólar por dia. Hoje, a Cipla cobra, pelas drogas, US$ 0,20 ao dia – o que tornou o tratamento acessível a cerca de 6 milhões de pessoas, na África e Ásia.

Se o que chineses e indianos anunciam for verdadeiro, faltará apenas um obstáculo para mudar o mercado mundial de medicamentos e o acesso das populações à saúde: será preciso ampliar a janela aberta pela OMC em 2001. Ela precisa permitir também que as patentes sejam quebradas por Estados dispostos a assegurar o direito à Saúde também em casos de doenças não transmissíveis – responsáveis por 63% dos óbitos mundiais em 2008 (72% no Brasil).

É esta a batalha travada na reunião da ONU sobre doenças crônicas, da qual a presidente Dilma participou. O encontro não foi conclusivo. Segundo prevê James Love, da ONG Knowledge Ecology International (Kei), num artigo para a Al Jazeerra, a disputa deverá ser longa, acirrada e espalhar-se por distintos fóruns e instituições internacionais.

Em defesa de suas corporações, os governos dos Estados Unidos e a União Europeia aferram-se ao Trips e às normas rígidas da OMC. Sua estratégia prevê incluir, nos tratados comerciais firmados com países mais pobres, cláusulas que tornam ainda mais draconiana a proteção da “propriedade intelectual”.

Em contrapartida, um número cada vez maior de organizações da sociedade civil, governos e mesmo empresas do Sul invocará o direito à Saúde, e tentará torná-lo real em seus espaços nacionais e nos fóruns da ONU. Na Índia, já tramitam pedidos de quebra compulsória das patentes sobre diversos remédios. No Brasil, a fala de Dilma Rousseff na ONU é encorajadora – embora ainda não tenha se desdobrado em fatos mais concretos. Mas as manifestações não se limitarão aos BRICS. Ainda em 2009, conta James Love, Bolívia, Bangladesh e Suriname propuseram que a ONU considerasse “formas inteiramente novas” de custear a pesquisa de drogas contra o câncer.

Em seu artigo, Love não desconsidera a importância da pesquisa científica, nem de assegurar seu financiamento. Propõe que se quebre uma relação perversa e antinatural. A inovação tecnológica, diz ele, tem de estar associada à democratização do acesso – nunca opor-se a ela. As políticas de comércio internacional precisam promover os dois objetivos simultaneamente, ao contrário do que ocorre hoje. E, por meio de lutas e pressões sociais, os direitos humanos têm se ocupar um papel central, nas políticas de patentes
Fonte: http://www.outraspalavras.net/2011/10/14/uma-nova-guerra-dos-medicamentos/