Warburg Pincus compra 50% do
Pet Center Marginal com ideia de formar rede nacional
Marina Gazzoni - O Estado de S.Paulo
O fundo Warburg
Pincus acaba de comprar o controle do Pet Center Marginal, em uma operação que
marca a entrada de companhias de private equity - que compram participações em
empresas - no varejo de produtos para animais no Brasil. Com a chegada do
fundo, a varejista pretende acelerar seu plano de expansão. A meta é mais do
que triplicar de tamanho em cinco anos e formar uma rede de 100 lojas.
A negociação entre
o fundador da empresa, Sergio Zimerman, e o Warburg Pincus, comandado no Brasil
pelo ex-presidente mundial da Alcoa, o brasileiro Alain Belda, durou dois anos.
O negócio foi disputado por outros fundos, como BTG Pactual, Carlyle, Advent,
Pátria e Neo Investimentos.
"O que pesou
na escolha do sócio não foi o preço. Foi o melhor 'fit' de pensamento",
disse Zimerman, que diz ter sido procurado por "pelo menos 15" fundos
e não revela o valor da venda. "Vendi para acelerar o crescimento da
empresa."
Procurado, o
Warburg Pincus não deu entrevista. Em comunicado, o fundo disse que a aquisição
é "um exemplo da abordagem de investimentos focado em crescimento do
Warburg Pincus".
Hoje, o Pet Center
Marginal é líder de mercado e pretende fechar o ano com 27 lojas e faturamento
de R$ 250 milhões. A empresa deverá fechar 2013 com crescimento de 47% em sua
receita total; consideradas só as lojas abertas há mais de um ano, o avanço
ficará em 12%.
Os recursos da
venda da empresa serão aportados na própria companhia e usados principalmente
para transformar o Pet Center Marginal em uma rede nacional - hoje tem unidades
em São Paulo, Rio, Brasília e Goiânia.
Cada loja requer
pelo menos 1.000 metros quadrados de área e exige investimentos entre R$ 2,5
milhões e R$ 4 milhões, estima o diretor de marketing, expansão e novos
negócios do Pet Center Marginal, Hélio Freddi Filho. Isso significa que elevar
o número de lojas de 27 para 100 pode exigir investimentos de até R$ 290
milhões.
Em alta. O apetite dos fundos pela empresa se explica por ela ser uma das poucas
redes em um mercado com grande potencial de crescimento, explica Luiz Goes,
sócio responsável pela área de inteligência de mercado da GS&MD. "É um
mercado extremamente desconcentrado. As vendas das cinco maiores empresas
representam menos de 5% do total do setor."
A comparação entre
as líderes no mercado brasileiro e americano mostra o quanto o cenário do
segmento pode mudar por aqui. O Pet Center Marginal e a Cobasi encerrarão 2013
com 49 lojas, contra nada menos que 2,5 mil lojas das redes PetSmart e Petco,
dos EUA.
"Existem
muitas oportunidades no Brasil. Os fundos têm apetite por esse mercado, mas são
poucas as alternativas para aquisições", diz Goes. Segundo ele, há espaço
para o desenvolvimento de franquias, formação de redes regionais e até construção
de uma marca do zero.
O Warburg Pincus
passa a deter 50,01% do capital do Pet Center Marginal e o restante permanece
com a família Zimerman. O fundador seguirá na presidência da empresa, mas estão
previstas mudanças de gestão. A companhia criará um conselho de administração e
já começou a contratar novos executivos, vindos de empresas como Starbucks e
Brasil Pharma.
Marca. O Pet Center Marginal contratou também a consultoria FutureBrand para
avaliar sua marca e o formato das lojas. "Queremos entender se a nossa
marca faz sentido para atuar no Brasil todo ou se precisaremos fazer
ajustes", disse o diretor de marketing.
O nome foi criado
para batizar uma única loja, aberta na Marginal Tietê, na zona norte de São
Paulo, em 2002. Foi a alternativa que Zimerman encontrou para substituir um
outro negócio - um atacado de perfumaria - que não ia bem.
Antes de decidir
pelo pet shop, o empresário chegou a analisar a possibilidade de abrir uma loja
de perfumes e pensou em entrar no varejo de brinquedos. "Naquela época, só
a Cobasi tinha megalojas nesse segmento. E eles não tinham unidades na zona
norte de São Paulo. Era uma oportunidade", lembra Zimerman.
As megastores
ainda são minoria nesse nicho do varejo no Brasil, mas já revolucionam a oferta
de produtos e serviços. Além de itens essenciais, como rações, coleiras e
produtos veterinários, elas passaram a oferecer mimos para os animais.
Luxo. Produtos até então exclusivos para humanos foram adaptados para atender
os animais de estimação. Há sorvete, panetone e até cerveja para cachorro - que
agora também tem produtos de luxo (leia abaixo).
Com todas essas
novidades, o mercado de produtos e serviços para animais de estimação deve
movimentar R$ 15,5 bilhões neste ano, um crescimento de 9,2% em relação a 2012,
segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para
Animais de Estimação (Abinpet).
Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,fundo-quer-impulsionar-mercado-de-pet-shops-,1106115,0.htm
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