23/11/2011 - 13:13
Um relatório publicado pela empresa de consultoria Deloitte revela que o retorno do investimento das companhias farmacêuticas caiu 29% no ano passado, com mais medicamentos a falharem na fase final de desenvolvimento. A análise, que incluiu os 12 laboratórios farmacêuticos que gastam mais em investigação, constatou que a taxa média de retorno interno de I&D caiu 8,4% este ano, de 11,8% registado em 2010, avança o site FirstWord.
Julian Remnant, autor do relatório, referiu que o retorno do investimento pode cair porque um produto falha no desenvolvimento ou por causa de uma escassez de novos compostos com potencial de retorno futuro. O responsável acrescentou que a queda do retorno na I&D reflecte os "desafios muitos reais de produtividade" enfrentados pela indústria, embora tenha dito que ainda há algumas histórias de sucesso. Apesar de 10 das 12 empresas terem registado um declínio nos retornos no ano passado, dois terços ainda conseguiram ser bem sucedidas em termos de mais-valias resultantes da comercialização de produtos em fase final de testes do que aquilo que perderam com as falhas de produtos nessa mesma fase.
"Ainda é positivo, mas menos positivo do que no ano passado, e parte disso é devido ao facto de o número de produtos em fase final de desenvolvimento ter descido cerca de 20%", disse Remnant.
De acordo com o relatório, o número médio de compostos em fase final de desenvolvimento em cada empresa caiu de 23 para 18, enquanto que, ao mesmo tempo, o custo de desenvolvimento de um medicamento aumentou de 830 milhões de dólares 1,05 mil milhões de dólares.
"Há alguma evidência agora de que a indústria está a começar a investir mais na qualidade do pipeline em estágio avançado e a ser muito mais criteriosa sobre o que se avança para a Fase III", referiu Remnant.
O responsável considera que vai ser um desafio para as empresas farmacêutica manterem os seus pipelines a gerar novos produtos uma vez que estão sob pressão para cortar custos, à medida que alguns fármacos já existentes no mercado perdem a protecção de patente. Remnant disse que "a próxima fase para aumentar a produtividade obriga a mais colaboração. Assistimos a um apetite sem precedentes por parte dos executivos para trabalhar uns com os outros em áreas não competitivas".
A análise incidiu sobre as despesas de I&D da Amgen, AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb, Eli Lilly, GlaxoSmithKline, Johnson & Johnson, MSD (conhecida nos EUA como Merck & Co.), Novartis, Pfizer, Roche, Sanofi e Takeda
Nota de C&T: Com custos como os acima citados podemos dizer que é fácil precificar um novo medicamento? Já imaginaram fazer um investimento de 1 bilhão de doláres para em poucos anos outro concorrente poder comercializar o mesmo produto sem investir nada? Além do custo de colocá-la no mercado, quanto custará o mercado desta droga considerando os demais custos, principamente marketing?
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