Bichos: quimioterapia pode ajudar pets com câncer
Cães e gatos em
tratamento contra câncer passam a contar com quimioterápico
Carmen
Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br)
28/02/2015 07:38:00
Uma boa notícia do mercado farmacêutico humano chegou para ajudar a
tratar os animais de estimação, especialmente os cães e gatos que enfrentam a
luta contra o câncer. Trata-se da nova apresentação da medicação Lomustina,
usada como quimioterápico para humanos, que agora tem uma versão manipulada
para pets.
De acordo com a farmacêutica Thereza Denes, da DrogaVet, a grande
vantagem é que o tratamento do animal vai na dose certa e dentro das
especificações determinadas pelo veterinário. “Até então, quando o animal
necessitava do tratamento, precisava contar com o fracionamento manual feito
com a versão humana, que representa risco para quem manipula e nem sempre
alcança a dose certa para o pet”, completa.
Segundo o médico veterinário,
especialista em oncologia, Mário Jorge Melhor, a Lomustina é amplamente usada
para tratar diversos tipos de problemas oncológicos, sendo o linfoma o mais
comum. “É uma droga muito importante no resgate de pacientes que trataram o
linfoma, mas voltaram a apresentar a doença. Como ela está difícil de ser
encontrada no mercado, é importante que venha na dose certa”, esclarece o
médico.
Toda a fabricação da versão veterinária desse antineoplásico é feita
numa área especial para ser bem manipulado, garantindo a biossegurança e a
bioequivalência do produto. Embora existam franquias da DrogaVet em todo o
Brasil, inclusive em Salvador, a comercialização da Lomustina veterinária é
feita apenas nas sedes de Brasília, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto e São Paulo.
“Apesar disso, garantimos a entrega para todo o Brasil”, esclarece.
No que diz respeito aos valores do tratamento, Thereza Denes diz que ele
vai variar segundo o tipo e o tempo da quimioterapia. “O que é fácil de
garantir é que, manipulado, o valor será menor que o industrializado usado por
humanos”, diz, ressaltando que especificamente para a substância a
administração é feita em cápsulas para uso oral.
A Lomustina exige cuidados especiais naqueles bichos que apresentam
alguma alteração no fígado, além de poder apresentar outros efeitos colaterais.
Atualmente, além da quimioterapia, cães e gatos são tratados com cirurgia para
retirada do tumor, quimioterapia metronômica, eletroquimioterapia e a terapia
com anti-inflamatórios.
Segundo Mário Jorge, cada caso exige um tratamento específico. “Entre os
cães, os tipos mais comuns de câncer são os de mama, pele e os linfomas. Já nos
gatos são os linfomas intestinais, tumores orais e os de mama”, finaliza o
veterinário.
Procurado pela reportagem, o laboratório Bristol-Myers Squibb informou
em nota que o medicamento Citostal® nas apresentações de 10 mg e 40 mg
está em falta temporária. “Estamos trabalhando com empenho a fim de resolver
essa situação de forma ágil, para que todas as solicitações por esse produto
possam ser atendidas e, assim, o compromisso de respeito à saúde e bem-estar
dos consumidores seja mantido”.
A comunicação da
empresa pontua ainda que a previsão é que a comercialização do produto
fosse normalizada a partir de dezembro de 2014. “Salientamos que essa previsão
depende de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa do
novo fornecedor de matéria- prima”.
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