Ainda que a procura do mercado esteja estruturalmente em crescimento,
graças aos países emergentes, a rentabilidade dos grandes laboratórios tende a
degradar-se, ao mesmo tempo que a progressão abranda nos países desenvolvidos,
avança a Vida Económica.
A taxa anual média, a nível global, deverá rondar os 4%, o que se traduz
em mais de um bilião de dólares dentro de três anos. A evolução será
impulsionada sobretudo pelos países emergentes, onde se espera um crescimento
entre os 10% (América Latina) e os 17% (Ásia e África). A curva é claramente
menos acentuada para os países desenvolvidos, com 0,4% na Europa Ocidental e
1,4% nos EUA.
Os dois próximos anos serão tempos muito difíceis de gerir por parte dos
grandes laboratórios, que beneficiarão de menores rentabilidades.
Este ano, a taxa média de margem operacional será de 20,5%, de acordo
com um estudo da Euler Hermes.
Outra explicação para a erosão da rentabilidade das grandes
farmacêuticas prende-se com uma cada vez maior procura de medicamentos
genéricos, à medida que vão expirando algumas das principais patentes. Basta
ter em conta que o preço de um genérico pode cair para metade, como já acontece
nalguns dos mercados mais importantes, como é o caso dos EUA.
Nos mercados emergentes, é fundamental colocar medicamentos mais
baratos, face ao poder de compra ainda reduzido.
Aspecto interessante e pouco comum é que os laboratórios europeus vão
resistir melhor que os seus congéneres norte-americanos. De facto, os grupos
americanos estão mais expostos à concorrência dos medicamentos genéricos e aos
custos de reestruturação.
Este ano, os grandes laboratórios europeus terão uma rentabilidade
superior de cinco pontos, relativamente aos seus homólogos norte-americanos:
cerca de 18% de margem prevista nos EUA, contra mais de 22% na Europa.
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