domingo, 19 de janeiro de 2014

Mudança surpreende e preocupa farmacêuticas

A indústria farmacêutica recebeu com surpresa e preocupação o anúncio das novas regras para os medicamentos similares. Segundo participantes do mercado e analistas consultados pelo Valor, apesar de apoiar a intercambialidade do similar com o medicamento de referência, o setor ficou surpreso com o momento da divulgação – antes do esperado – e com a defesa do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que os similares sejam registrados com preço 35% menor que o medicamento de marca.

“A indústria se surpreendeu porque, dada a complexidade do assunto e a forma como ele vinha sendo tratado, esperava-se um debate mais profundo e cauteloso sobre o tema”, afirmou Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

A revisão dos preços preocupa principalmente porque muitas empresas já investiram no processo de equivalência de seus produtos similares ou estão em processo de investimentos, sem contar, no entanto, com a nova regra do desconto, o que gera dúvidas sobre o retorno desses desembolsos.

“Os similares são diferentes no que diz respeito a suas características de mercado. Não poderiam ser tratados de modo igual”, afirma Henrique Tada, presidente executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). Ao contrário dos genéricos, os similares têm marca, ou seja, exigem maiores esforços em marketing e em políticas comerciais. “As marcas consolidadas ficarão fragilizadas e isso preocupa. A política governamental deve permitir que quem participa deste mercado continue investindo”, explica Telma Salles, presidente-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos.

Além do preço máximo, também não tinha sido discutida com a indústria a mudança das embalagens. Pela nova regra, as embalagens dos similares trarão o símbolo “EQ”, que significa equivalente, assim, a mesma prescrição médica que atualmente permite ao paciente adquirir medicamento de referência ou genérico também poderá ser usada para a compra do similar. Neste caso, a mudança pode ser positiva para os fabricantes, já que procura deixar claro para o consumidor que ele está consumindo um medicamento que pode substituir o de referência, elevando assim, o “status” do similar, muitas vezes questionado com relação a sua qualidade.

Outro fator que está sendo questionado pelo setor farmacêutico é se os objetivos das medidas o serão alcançados. O governo espera que, com as novas regras, a população tenha mais acesso aos medicamentos, dada a redução de preços e o aumento da oferta.

O mercado, no entanto, está colocando em xeque o real alcance das medidas. Segundo Pedro Zabeu, analista da Fator Corretora, as farmácias geralmente repassam para o consumidor um desconto menor do que o dado pelo fabricante (assim como já acontece com os genéricos), situação que fará com que o consumidor não sinta uma diferença tão grande na hora da compra de um similar. Além disso, as novas exigências farão com que empresas menores tenham mais dificuldades em competir com as grandes neste mercado.

“Alguns fabricantes não vão conseguir renovar seus produtos, dados os elevados investimentos necessários. Vai diminuir a competição de similares”, afirmou o presidente do laboratório Teuto, Marcelo Henriques.

Agora, os representantes da indústria vão aproveitar o período de 30 dias de consulta pública, para dialogar em Brasília. “Nós gostaríamos que houvesse uma discussão mais profunda, para evitar prejuízos à política nacional de genéricos e para que não se gere falsa expectativa sobre a ampliação de acesso a medicamentos no país”, afirma o presidente da Interfarma.

 

Fonte: Valor Econômico

 


 

Nota de C&T:

O que os executivos da Indústria Farmacêutica de similares esqueceram de informar foi que para que o mercado de similares exista é preciso destinar margens de até 100% de lucro além de investir muito no pagamento de premiações e comissões para balconistas de farmácias indicarem e trocarem prescrições. Não a nada de errado na medida tomada pelo Ministério da Saúde, o que acontece é um banho de água fria nas estratégias fáceis, antiéticas e altamente rentáveis. O cidadão brasileiro precisa exigir que similares tenham qualidade e preço baixo justificados pela facilidade de lançar e comercializar produtos científicos sem investimentos de pesquisas.

Farmacêutica da Treta (2)

Não é comum ver-se nas livrarias de todo o mundo muitos livros que ponham o dedo na profunda ferida da poderosa indústria farmacêutica, tal como o faz este nas suas 416 páginas. Vale, ao comum dos mortais, eternos consumidores de drogas que atenuam dores e corrigem males, poder contar com alguns bravos médicos. Especialistas da cura que nunca ousaram protocolar a saúde (honra seja feira, por exemplo, à pediatra do meu PP) e a uns quantos resignados delegados de informação médica (DIM) que, alcançando o estatuto de heróis, puseram, sem medos nem piedade, a boca no trombone dos media.
Se fosse feita uma lista de viagens à volta do mundo, pagas pela potente e milionária indústria farmacêutica aos médicos, DIM´s e proprietários de farmácias, esse estragado role teria o vergonhoso tamanho do mundo. São prémios em dinheiro que têm a cor do sangue. Chorudos créditos para congressos fantasmas, tudo porque conseguiram enganar quem teve dor e tudo fez para se livrar dela. É um negócio podre, patrocinado por gente podre que apodrece. Globalmente, estamos a falar num negócio de 600 mil milhões de dólares, onde reina, acima de qualquer valor ético, a ganância e a corrupção.
Tudo serve para essa escumalha ganhar milhões: ensaios clínicos enviesados; doenças inventadas; mesinhas de petas e tretas; médicos mentirosos e corruptos e muitos delegados que mais parecem fantoches de cortel, animais irracionais que obedecem à voz do dono…
Há pessoas que morreram, morrem e morrerão porque muitos médicos permitem que os interesses desta máfia prevaleçam sobre a dos doentes.
Chocante e aterrorizador, sem dúvida. A mim, ao conhecer a alegada verdade há muito badalada, deu-me vontade de vomitar! Vomitar aqueles vómitos ácidos e malcheirosos.
__________
Bem Goldacre
Farmacêuticas da Treta
Bizâncio

MÉDICOS, FARMACÊUTICAS E VIAGENS

Faz alguns anos que ouço sobre amigos médicos que viajam pagos por  empresas farmacêuticas. O processo de catequização tem ainda outras muitas formas não republicanas. Deixemo-las para lá. A nata dos convidados é composta dos grandes prescritores de remédios, dos pesquisadores de renome e dos que seconsideram referências na sociedade. Há, entre eles, os que acreditam estar fazendo – ou colaborando - pesquisas científicas para determinadas curas e o mitigamento das dores de seus pacientes.

O médico é um profissional com quociente de inteligência acima da média e não deve cometer o autoengano de se acreditar útil a um grande laboratório em pesquisa de drogas para um fim específico. As multinacionais a controlar os medicamentos do mundo são insensíveis às dores humanas e têm o seu próprio corpo científico. O doente é a sua presa. Como deixá-lo sem dor, sem a dependência ou a crença de que um remédio o ajudará?

Neste século 21, entre tantas questões, descobriu-se o evidente: faltam médicos no Brasil. Na realidade, não faltam médicos no Brasil litorâneo, no Brasil asfaltado, no Brasil com aeroportos internacionais. Faltam médicos para o Brasil cru dos subúrbios e do interior, o Brasil sem esgoto, o Brasil com endemias, o país real com parcos postos de saúde e muitas ambulâncias. No Brasil de hoje em que alguns prefeitos são ilusionistas, pois ocluem os olhos dos cidadãos incautos para a realidade da miséria continuada  e a falta de  assistência médica. Faltam médicos, especialmente nos grotões. Em alguns deles, médicos se transformam em políticos e tudo prossegue na mesma. Mas falava de viagens pagas a médicos em congressos, estudos, mesas redondas, seminários e afins no mundo afora. Ano passado,  em Nevada, LV, havia um desses eventos no hotel em que estava hospedado. Ao passar e olhar curioso para um amontoado de pessoas,  vi  recepcionistas entregando pastas e mimos, em um coquetel.

Agora, vejo na imprensa brasileira e na internacional analistas revoltados com os que mistificam esses vieses das farmacêuticas.  Apenas comento o que leio, não sei de nomes, mas seria bom que as faculdades de medicina, os professores doutores, médicos renomados,  associações de classe e a ANVISA examinassem o assunto e fossem mais explícitos sobre o que acontece nesse mundo tão rico. Em 18 de dezembro passado, o British Medical Journal mostrou,  através do médico Sidney Wolfe, fundador e conselheiro sênior do Grupo de Pesquisa em Saúde Pública Cidadã, que há “uma patológica falta de integridade corporativa em muitas farmacêuticas”. Há crimes e violações às legislações.


Bolsista do CsF relata experiência de estágio em empresas farmacêuticas sul-coreanas

A estudante de Farmácia e bolsista do Programa Ciência sem Fronteiras em Seul, na Coreia do Sul, Aline Park, relata sua experiência de estágio nas empresas farmacêuticas sul-coreanas Ildong e LG Life Sciences. Segundo Aline, as empresas sul-coreanas têm muito interesse, com estas parcerias, em entrar no mercado farmacêutico brasileiro. 
 
Para a bolsista, os recursos tecnológicos contribuem muito para um melhor desenvolvimento do trabalho, onde tudo se torna mais prático e rápido. “Aqui na Coreia, a cultura é mais rígida no meio de trabalho por conta da forte hierarquia. A carga horária muitas vezes é excessiva, no entanto, o apoio e a relação saudável entre os funcionários tornam o meio de trabalho muito mais agradável”, destaca a estudante.
 
Aline conta que, com a experiência de estágio principalmente na empresa LG Life Sciences, aprendeu muito sobre assuntos regulatórios e como trabalhar com biossimilares, um campo novo e emergente no Brasil.  “Durante o estágio cheguei a ficar até mais tarde para entrar em contato por telefone com empresas brasileiras como Medley, Eurofarma, EMS, Natura, etc, para entender melhor o trabalho desenvolvido e estreitar os laços reforçando um networking”, afirma a estudante.
 
A bolsista ainda relata que a empresa Ildong nunca havia recebido estagiários anteriormente à entrada dela na companhia. “Logo após o término das apresentações das empresas participantes do Workshop organizado pelo Programa CsF, encaminhei-me ao diretor Mr. Ahn, responsável pela farmacêutica Ildong, mostrando meu interesse pela empresa. Após algumas semanas fui aceita pela LG Life Sciences e só no final do estágio recebi a ligação do Mr. Ahn. A demora em me contatar se deu pelo fato da Ildong nunca ter recebido um estagiário na empresa, e a contratação foi questionada pelo CEO. Devido a grandes esforços por parte do Mr. Ahn, abriram um programa de estágio e eu fui a primeira estagiária a entrar na empresa”.
 
Aline afirma que a experiência não poderia ter sido melhor aproveitada. “Ter finalizado meu programa estagiando nestas duas empresas foi uma grande conquista. Superou de longe minhas expectativas e me mostrou como é viver e trabalhar na Coreia”, ressalta a estudante.

Fonte:http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/views/-/journal_content/56_INSTANCE_VF2v/214072/4760345
 

Farmacêuticas da treta: um escândalo médico moderno




Os médicos que prescrevem os medicamentos desconhecem que estes não produzem os efeitos que afirmam. Os pacientes também não sabem. As farmacêuticas sabem-no muito bem, mas não dizem. Por Ben Goldacre.


Artigo | 17 Janeiro, 2014 - 20:31


Já prescrevi a reboxetina. Outros medicamentos nada tinham feito pelo meu paciente, de forma que queríamos experimentar algo novo. Tinha lido os dados do ensaio antes de passar a receita, e só encontrei provas bem desenhadas, imparciais e com resultados muito positivos. A reboxetina foi melhor que o placebo, e tão boa quanto qualquer outro antidepressivo em comparação um a um. O seu uso é aprovado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos Sanitários (MHRA), que regula todos os fármacos no Reino Unido. Milhões de doses são anualmente prescritas em todo o mundo. A Rreboxetina aparecia claramente como um tratamento seguro e eficaz. O paciente e eu discutimos brevemente as evidências, e concluí que era o tratamento adequado para fazer outra tentativa. Assinei uma receita.

Mas ambos tínhamos sido enganados. Em outubro de 2010, um grupo de pesquisadores finalmente foi capaz de reunir todos os dados que haviam sido recolhidos para a reboxetina, tanto dos ensaios publicados como dos que nunca tinham aparecido em publicações académicas. Quando todos estes dados se juntaram, produziu-se uma imagem impactante. Tinham sido realizados sete ensaios comparando a reboxetina e um placebo. Só um, levado a cabo em 254 pacientes, teve um resultado claro, positivo, e foi publicado numa revista académica para a leitura por médicos e pesquisadores. Mas outros seis ensaios foram realizados em quase dez vezes mais pacientes. Todos mostraram que a reboxetina não era melhor que uma pílula de açúcar. Nenhum foi publicado. Eu não tinha nem ideia de que existiam.

Dados não publicados, efeitos secundários ocultados

Mas há pior. Os ensaios que compararam a reboxetina a outros fármacos mostraram exatamente a mesma situação: três pequenos estudos, com 507 pacientes ao todo, mostraram que a reboxetina foi tão boa como qualquer outro fármaco. Todos foram publicados. Mas os dados de 1657 pacientes ficaram sem publicar, e estes evidenciaram que os pacientes tratados com reboxetina tiveram piores resultados que os que tomavam outros fármacos. Se tudo isto não fosse suficiente, mencionavam também efeitos secundários. O fármaco parecia bom nos ensaios que apareceram na literatura académica, mas quando vimos os estudos não publicados, descobrimos que os pacientes que estavam a tomar reboxetina tinham mais probabilidades de sofrer efeitos secundários, mais probabilidades de abandonar a toma do fármaco e maior probabilidade de sair do ensaio devido aos efeitos secundários, do que os pacientes que tomavam algum dos fármacos competidores.

Tão eficaz quanto uma pílula de açúcar

Fiz todo o que se supõe que um médico deve fazer. Li todos os documentos, avaliei-os criticamente; eu compreendia-os, comentei-os com o paciente e tomámos uma decisão conjunta baseada na evidência. Nos dados publicados, a reboxetina era um fármaco seguro e eficaz. Na realidade, não era melhor do que uma pílula de açúcar e, pior ainda, com mais riscos que benefícios. Como médico, fiz algo que, tendo em conta toda a evidência disponível, prejudicou o meu paciente, simplesmente porque os dados pouco positivos não foram publicados.

Nesta situação, ninguém infringiu qualquer lei, a reboxetina está ainda no mercado e o sistema que permitiu que tudo isto sucedesse ainda está a funcionar, para todos os fármacos, em todos os países do mundo. Os dados negativos vão-se perdendo, para todos os tratamentos, em todas as áreas da ciência. Os reguladores e os organismos profissionais, a quem razoavelmente caberia esperar que acabassem com estas práticas, falharam. Estes problemas foram afastados do escrutínio público porque são demasiado complexos para serem apreendidos num estalar de dedos. É por isso que os políticos não têm feito muito, pelo menos em parte; mas também por isso convém explicar os detalhes. As pessoas nas quais deveríamos ter confiado para solucionar estes problemas falharam e, como é preciso compreender um problema corretamente para poder solucioná-lo, há algumas coisas que é preciso saber.

Imagens distorcidas

Os mesmos que fabricam os medicamentos avaliam-nos em ensaios clínicos não muito bem desenhados, com mostras desesperadamente pequenas de pacientes, frequentemente raros e não representativos, e os resultados são analisados utilizando técnicas propositadamente defeituosas, de tal maneira que exageram os benefícios dos tratamentos. Como é de esperar, estes estudos tendem a produzir resultados que favorecem o fabricante. Quando os ensaios chegam a resultados que as empresas não gostam, têm todo o direito de os esconder dos médicos e dos pacientes, e assim só se vê uma imagem distorcida dos verdadeiros efeitos de um fármaco. Os reguladores veem a maioria dos dados do ensaio, mas só desde as fases iniciais da vida de um fármaco, e ainda assim não compartilham esta informação com os médicos ou os pacientes, nem com outros escritórios governamentais. Esta evidência distorcida comunica-se e aplica-se então de uma maneira distorcida.

Ensaios feitos por pessoas que trabalham em segredo para as farmacêuticas

Nos seus 40 anos de prática depois de sair da faculdade de medicina, os médicos ouvem sobre o que funciona “ad hoc”, sobre os representantes de vendas, colegas e revistas. Mas os colegas e as revistas podem ser pagos pelas companhias farmacêuticas – muitas vezes de forma oculta. E também o são os grupos de pacientes. E, por último, os ensaios académicos, que toda a gente pensa que são objetivos, com frequência são planeados e escritos por pessoas que em segredo trabalham diretamente para as empresas, sem o revelar. Às vezes revistas académicas inteiras são propriedade de uma empresa farmacêutica. Além de tudo isto, para vários dos problemas mais importantes e duradouros na medicina, não temos ideia de qual é o melhor tratamento, porque ninguém tem interesses financeiros de levar a cabo um estudo.


Este artigo é a primeira parte de um resumo do livro “Bad Pharma”, de Ben Goldacre, publicado pela Fourth Estate e pela Bizâncio, em Portugal (2013).


Publicado em Viento Sur, com subtítulos da responsabilidade da redação do Esquerda.net


Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net


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Opinião de C&T: O conteúdo acima é uma republicação de matéria de www.esquerda.net, não somos autores da mesma, portanto seu conteúdo nós não nos responsabilizamos.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Laudos confirmam maus-tratos a animais retirados de pet shop

·       Proprietário de loja em Sorocaba (SP) terá que pagar multa de R$ 24,5 mil.
·       Maioria dos animais apresentava sinais de diarreia e ectoparasitas



Após a realização de exames e avaliações clínicas, laudos técnicos assinados por quatro médicos veterinários confirmaram as condições de maus-tratos sofridas pelos animais que foram retirados de um pet shop, localizado em uma galeria de lojas dentro de um hipermercado no Jardim Santa Rosália, em Sorocaba (SP). Os animais foram resgatados pela Polícia Militar Ambiental, na última sexta-feira (10), sob suspeita de estarem abandonados no local há alguns dias. A ação contou também com representantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) de defesa aos animais.

Em todos os 47 animais de estimação, sendo sete cães, três gatos, dois coelhos, dois peixes, nove aves e 24 roedores, foram apontados indícios de maus-tratos. O espaço em que eles estavam expostos foi considerado inadequado em termos de tamanho e ventilação, segundo os laudos.

Ainda conforme os documentos, a maioria dos animais apresentava sinais de diarreia e ectoparasitas, como pulgas e carrapatos. Um dos cães sofreu picadas de insetos, enquanto outro estava fraco, apático e reagindo a poucos estímulos.

O pet shop estava sob ordem de despejo por falta de pagamento de aluguel. "Eles estavam sem água e ração, sem falar do estresse térmico em função do calor", lembra o veterinário da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB Sorocaba, Murilo Melo Juste Dini, um dos autores dos documentos.

Além de Murilo, os animais também foram avaliados pelos especialistas Antônio Prieto Neto, Carolina Pellizzer e Fabian Lilli. A última foi procurada por ser especialista em animais silvestres. Como a Polícia Ambiental não possui veterinários e nem pode indicar profissionais particulares, os especialistas se dispuseram a atender os animais gratuitamente.

Saiba mais:


As análises dos especialistas foram incluídas no boletim de ocorrência ambiental, registrado no último fim de semana. Uma vez detectado o crime de maus-tratos, o proprietário do pet shop terá que pagar uma multa de R$ 24,5 mil, sendo R$ 1 mil pela infração prevista no Código Florestal e R$ 500 por cada um dos animais que estavam no estabelecimento. O dono ainda vai responder criminalmente pelo caso, na Justiça comum.

Todos os animais foram encaminhados para a Associação Adote Sorocaba por medidas de precaucação e ficarão sob os cuidados da ONG até o término do inquérito policial e do possível processo criminal. Apesar da alta procura, os animais apreendidos não estão disponíveis para adoção até determinação judicial, sem previsão de conclusão.

A empresa tem até 20 dias para recorrer da decisão mas, segundo a Polícia Ambiental, ninguém se manifestou. O proprietário do pet shop procurou a Adote Sorocaba na última sexta-feira à noite e no sábado (11), pela manhã, na tentativa de recuperar os animais e devolvê-los às pessoas de quem os comprou.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Bristol-Myers Squibb é eleita a melhor farmacêutica no ranking da Forbes

A biofarmacêutica global Bristol-Myers Squibb figura no topo do ranking das melhores companhias farmacêuticas da revista Forbes em 2013.
A empresa ficou em primeiro lugar na lista de 16 farmacêuticas, com base em uma classificação que levou em conta o desempenho das ações das empresas em bolsa de valores durante o ano passado, a produção científica e médica de cada indústria, além da conduta ética e o comportamento do negócio no período.
Para a BMS liderar o ranking, foi fundamental o desempenho global e o pioneirismo no desenvolvimento de medicamentos contra o câncer que atuam no sistema imunológico.
A Bristol foi considerada, em 2012, a Companhia Global mais Admirada pela Fortune, e ficou em primeiro lugar na lista das 100 Melhores em Cidadania Corporativa, pela revista Corporate Responsability. Ainda foi reconhecida como a empresa com a linha de pesquisa mais inovadora pela R&D Directions, em 2011, e a melhor grande farmacêutica pela revista Forbes.

Sobre a Bristol-Myers Squibb

A Bristol-Myers Squibb é uma empresa biofarmacêutica global cuja missão é descobrir, desenvolver e disponibilizar medicamentos inovadores que ajudem os pacientes a superar doenças graves. A Bristol atua fortemente nas áreas de oncologia, virologia, cardiologia, imunologia, diabetes e sistema nervoso central. Para mais informações, acesse o site www.bristol.com.br ou o Twitter @bmsnews.

Assessoria de imprensa

MCO Comunicação Empresarial

Jornalista responsável: Maria Cecília Martins

Divulgação

Felipe Moraes
E-mail: felipe.moraes@mcocom.com.br
Fone/Fax: (11) 3231.3132
SP, 13/01/2014


 


 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A ousadia de Mujica

Com a liberação da maconha, o presidente uruguaio cada vez mais se desprende do atraso latino-americano

Em um episódio de 1995 do desenho animado Os Simpsons, Homer, o patriarca da família e símbolo da classe média americana, localiza, em um globo terrestre, o pequeno Uruguai, ao sul da América do Sul, e erra a pronúncia do país: “You Are Gay”. Quase duas décadas mais tarde e após três anos de um governo de esquerda, o ex-guerrilheiro tupamaro José “Pepe” Mujica deu a nosso vizinho de 3,4 milhões de habitantes tanto destaque no mapa que até Homer, sinônimo no Brasil do telespectador médio do Jornal Nacional da Rede Globo, seria hoje capaz de reconhecê-lo.

Mujica é, segundo definições mundo afora, “o político mais incrível”, “o líder que faz sonhar”, “o presidente mais pobre do planeta”, que abriu mão de 90% do salário e preferiu morar em sua chácara em vez de na residência oficial. A revista americana Foreign Policy o listou entre os cem pensadores mais importantes de 2013, por redefinir o papel da esquerda no mundo.

“Quando o presidente venezuelano Hugo Chávez morreu, em março, muitos acharam que o crescente movimento de esquerda latino-americana morreria com esse populismo de camisas vermelhas. Poucos meses depois, entretanto, o movimento encontrou um novo e pouco provável guia em José Mujica, presidente do Uruguai”, anota a publicação. “A controversa agenda de Mujica, que o fez ganhar tanto amigos quanto detratores, gerou um novo debate sobre o futuro da esquerda latino-americana. Ao estabelecer uma ruptura entre o claro antiamericanismo de Chávez e também com o profundo conservadorismo social da América Latina, Mujica aponta para um possível caminho futuro para seus camaradas.”

Pepe despertou uma verdadeira Mujicamania até mesmo entre quem tenta esquecer seu passado de guerrilheiro que sequestrou e assaltou bancos durante a ditadura uruguaia e que passou 10 de seus 14 anos de prisão na solitária, edulcoração semelhante à produzida pela mídia mundial em relação a Nelson Mandela (a propósito, ler a análise de Antonio Luiz Coelho da Costa a partir da página 54).

Mujica não dá, porém, sinais de pretender interromper os seus projetos “revolucionários”, em nome da conciliação ou da governabilidade. Na campanha presidencial, nunca amenizou o discurso para conquistar ou acalmar o eleitorado conservador. “Se chego a segurar o manche, vou expor minhas ideias. Vou propô-las e, se não aceitarem, que me apresentem outro projeto”, disse, em longa entrevista ao veterano jornalista uruguaio Samuel Blixen no livro El Sueño de Pepe. “Nós, os esquerdistas, vivemos tempo demais prisioneiros de um marxismo mecanicista, que não é culpa do velho Marx, mas do que veio depois.”

Postas em prática, as ideias surpreendem o mundo pelo viés progressista. Enquanto, no Brasil, religiosos chantageiam e encurralam o governo, na terra de Mujica, só neste ano, foram legalizados o aborto até o terceiro mês e o casamento gay. Para culminar, a legalização da maconha, aprovada pelo Senado por 16 votos a favor e 13 contra na terça-feira 10 e que agora vai à sanção do presidente, é uma experiência única. O Estado controlará a produção e a comercialização em farmácias a 1 dólar o grama. Os usuários poderão cultivar até três pés da planta em suas próprias casas e organizar cooperativas de consumo.

O objetivo é acabar com o tráfico da erva no Uruguai e reduzir a criminalidade. Segundo o presidente, a maconha não será legalizada, mas regulada, em substituição a um mercado à margem das regras. A oposição criticou a transformação do país em um “laboratório” e ameaçava recorrer a um referendo para derrubar o projeto. Rival de Mujica em 2009, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle ironizou e sugeriu a criação de uma “Petrobras da erva”.

A Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes, órgão das Nações Unidas responsável por supervisionar o cumprimento de convenções sobre drogas, condenou a decisão e afirmou que a lei viola os tratados internacionais assinados pelo Uruguai. Em nota, Raymond Yans, presidente da entidade, declarou “surpresa” com a aprovação e se reportou a uma convenção de 52 anos atrás. “O objetivo principal da Convenção Única de 1961 é proteger a saúde e o bem-estar da humanidade. A Cannabis está submetida a controle por esta convenção, que exige dos Estados signatários limitar seu uso a fins médicos e científicos, devido a seu potencial para causar dependência.”

Um documento interno da ONU, divulgado pelo jornal britânico The Guardian no começo de dezembro, revela, porém, uma insatisfação crescente dos países que assinaram a convenção. A Noruega e o México criticam os maus resultados da guerra às drogas e da proibição. Para a Suíça, a repressão tende a afastar os consumidores dos serviços de saúde pública que previnem as doenças transmissíveis pelo sangue. O Equador solicitou “esforços especiais” no sentido de reduzir a demanda.

Diante das críticas, Mujica ressaltou o caráter inovador da legislação e manteve-se firme. “Vamos ter dificuldades? Certamente, mas a quantidade de mortos por ajustes de contas por causas vinculadas ao narcotráfico representa uma dificuldade muito maior”, disse, em entrevista ao uruguaio La República. “Iniciamos um caminho para combater o vício por meio da educação e identificando os que consomem e tendem a se desviar do caminho. Einstein dizia que não há maior absurdo que pretender mudar os resultados repetindo sempre a mesma fórmula. Por isso queremos experimentar outros métodos.”

Tanto o líder uruguaio quanto sua mulher, a também ex-tupamara e senadora pela Frente Ampla Lucía Topolansky, confessaram ter pouco ou zero conhecimento sobre a maconha até assumirem o projeto pela legalização. “Nós dois, como temos certa idade (ela, 69, ele, 78), éramos perfeitos ignorantes no assunto. Éramos. Agora não”, disse Topolansky, cotada para o posto de vice na chapa do provável candidato à sucessão de Mujica, o ex-presidente Tabaré Vázquez.

Quando a notícia sobre a legalização apareceu nas agências internacionais, surgiram as primeiras reações contrárias na vizinhança. No Peru, especialistas temiam que a liberação aumentasse a produção de drogas no país de Ollanta Humala. Segundo levantamentos de especialistas, a maconha a ser produzida pelo sistema estatal uruguaio não daria para cobrir nem a metade da demanda de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “O Uruguai, minúsculo em população, pode funcionar como um ‘país-laboratório’ perfeito. O potencial impacto negativo para os países vizinhos, se vier a acontecer, deverá ter proporções muito pequenas”, opina o psiquiatra Luís Fernando Tófoli, professor da Unicamp. “Ao se colocar em perspectiva o tamanho do passo dado na direção de poupar as vidas perdidas na guerra contra o tráfico, é um risco que vale a pena ser corrido.”

Houve quem recebesse a brisa vinda do Sul com franco entusiasmo. O ministro das Relações Exteriores, Luis Almagro, contou que as embaixadas uruguaias têm recebido consultas de estrangeiros interessados em fixar residência no país onde a maconha é livre, mas esclareceu: não será permitido o “turismo da Cannabis” nos moldes da Holanda. E o potencial econômico da produção e comercialização começa a atrair as atenções de centenas de produtores agrícolas e investidores estrangeiros, segundo o jornal uruguaio El Observador.

Para o ex-presidente mexicano Vicente Fox, hoje um ativista e futuro investidor da maconha liberada, a legalização foi um “dia de festa”. “Parece-me que o Uruguai vai ganhar uma grande reputação. A medida é correta, vai evitar ser um território com violência e narcotráfico como no México. É uma decisão muito vanguardista.” Em maio, o ex-presidente se associou ao ex-executivo da Microsoft Jamen Shively, que registrou a primeira marca de maconha, a Diego Pellicer, em homenagem a um antepassado de Shively.
Até o momento, a dupla conseguiu reunir os 10 milhões de dólares necessários para investir em uma casa de distribuição de Cannabis no estado de Washington, um dos dois estados americanos onde é permitida a venda de maconha para uso recreativo. O outro é o Colorado. Em 18 estados, o uso medicinal é permitido. Presume-se que apenas nos EUA o negócio da maconha poderá movimentar 20 bilhões de dólares anuais.

Obviamente, a ideia do socialista Mujica, ao chamar para o Estado a produção e comercialização da maconha, não é transformar o vício em negócio. Ao contrário. O presidente do Uruguai conquistou fãs ao redor do mundo por sua posição anticonsumo, como ficou explícito no célebre discurso na Assembleia das Nações Unidas, em setembro. “A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à economia e ao mercado”, criticou. Não seria com a maconha, uma planta, que Mujica iria agir diferente, em busca de divisas para sua nação.

A principal dúvida recai sobre o modelo estatal de produção e comercialização. “Acho excessivamente regulamentado, diante de uma planta tão ‘anárquica’. Pode incentivar a desobediência civil a alguns pontos, como a necessidade de cadastro ou o limite de cultivo. Mas ainda é cedo para julgar”, pondera Tófoli. “O plano está posto. Vamos vê-lo em funcionamento na sociedade uruguaia para podermos criticar, sugerir melhoras e, principalmente, pensar como proceder no Brasil.”

Em um subcontinente dividido entre a névoa do socialismo do século XXI e uma esquerda desenvolvimentista à moda dos anos 60 do século passado, Mujica mostra-se uma liderança sintonizada às demandas da modernidade. Logo ele, mais parecido a um personagem saído de algum romance latino-americano do século XIX.


 

Sergipanos deixam animais de estimação em hotéis para poder viajar

Imagem ilustrativa...
Alguns hotéis chegam a 100% de ocupação.
Quem vai viajar com os bichos também deve ter cuidados especiais.


Muitos sergipanos gostam da companhia de bichos de estimação e se preocupam com o bem estar deles em todas as situações, e neste período de férais, alguns cuidados são essenciais para serem tomados com os animais durante a ausência da família.
A principal escolha entre os sergipanos tem sido deixar os animais em hotéis especializados, e devido a isso alguns desses hotéis chegam em 100% de ocupação. “As pessoas preferem viajar no ano novo e a procura é sempre maior”- afirma proprietária de Pet Shop Jane Rêgo.
Confiança e tranquilidade são uns dos principais motivos para a grande procura desses estabelecimentos. “A tranquilidade, não é a mesma coisa de você deixar um animal só em casa, mesmo com a alimentação pode ocorrer algum acidente com o animal, por isso escolho deixar em lugares especializados”, disse o delegado Marcos Passos.

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Os cuidados tomados durante o período da hospedagem é adequado à rotina diária do animal. “O proprietário pode ir viajar tranquilamente porque todos eles estão bem seguros e sendo muito bem acarinhados”, afirma proprietária de Pet Shop Jane Rêgo.
E para os donos que não abrem mão de viajar com os seus animais, alguns cuidados devem ser tomados, afirma o médico veterinário Eliomarto Rezende.
“As vacinas tem que estar em dia, observar se o animal estar em um estado nutricional bom e se estar dentro da normalidade da Anvisa. E para aquelas famílias que viajam de carro, existem diversos tipos de assessórios para garantir a segurança do animal durante o passeio e é importante observar o tempo de viagem para que em alguns momentos possa dar uma parada para que o animal possa fazer as suas necessidades”.


Nota de C&T:

É sem dúvida uma das melhores opções para quem quer viajar e não pode levar seu animal de estimação, porém recomendo redobrar os cuidados na hora de escolher um hotelzinho para seu animal, em Aracaju temos estruturas de primeira qualidade, o amante do animal precisa conhecer as estruturas em atividades e já que tem um animal de estimação, não custa nada a qualquer época visitar alguns estabelecimentos, uma espécie de visita surpresa, não podemos confiar em qualquer prestador de serviço, este Estado está cheio de estabelecimentos clandestinos, muitas vezes são estabelecimentos localizados em avenidas movimentadas e com aparente estrutura de estabelecimento legalizado e na verdade não é, graças a inoperância dos órgãos competentes. Lembre-se, deixar seu animal aos cuidados de um estabelecimento ilegal é correr o risco de não poder exigir seus direitos em uma eventual necessidade.